Sou educadora e escritora

sábado, 30 de maio de 2015

VIOLÃO CHORA

VIOLÃO CHORA
Elany Morais

As cordas do violão choram
um choro convulsionado
que atravessa becos alados,
cenários de pesadelos, onde
rostos tigreiros prostram-se,
às sombras dos tabuleiros.

As cordas do violão soluçam
um choro que tem guardado,
das ruínas que tem passado e
dos desgostos que agora pulsam.


Caxias - MA, 30 de maio de 2015.

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sexta-feira, 29 de maio de 2015

AMOR INVISÍVEL

AMOR INVISÍVEL
Elany Morais

Na invisibilidade, nosso amor ganha formas alvas
brancas, puras... E entre cantos e poesias, nossas
manhãs são melódicas, com riso que se alia ao
 silêncio que guarda esse amor pleno de poesia!

Na invisibilidade, nosso amor torna-se fogo oculto,
 lua no alvorecer, linhas infinitas... E a dor já não
dói mais, apenas o seio palpita, porque esse amor
 invisível tornou-se uma graça bendita.

Na invisibilidade, nosso amor é o compasso da
orquestra que somente nós damos o tom e,
entre flores e fios, sorvemos desse amor invisível,
tudo o que na existência pode haver de bom!

Caxias - MA, 29 de maio de 2015.

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quarta-feira, 27 de maio de 2015

SOM DIURNO

SOM DIURNO
Elany Morais

Ao som dos laranjais:
era o farfalhar das folhas
que me embalava ao meio-
dia. E quando o som descansava
no silêncio noturno, meus olhos
viam quase tudo apenas como um vulto.
E novamente,
quando o sol abria os olhos, eu inventava
um som com uma nota vasta, tão vasta
como o sentir de quem vive à beira da
carne sem pele e som me impelia
para o mundo das sensações, e toda eu
era um vibrar, vibrar de olhos e coração!

Caxias- MA, 27 de maio de 2015.

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terça-feira, 26 de maio de 2015

PASSOS DO FIM
Elany Morais

Toda  esperança em ti
segue o compasso do meu sangue.
Vai se estreitando a cada aclive .
Combale-se a cada vazio, a cada
ausência de nutrientes.
Não se reveste de forma nenhuma,
só vacila como equilibrista  no
primeiro número.
No teu amor, não mais acredito,
ele é apenas uma grito.

Caxias- MA, 26 de maio de 2015.

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segunda-feira, 25 de maio de 2015

TEUS VÍCIOS

TEUS VÍCIOS
Elany Morias

A árvore nunca prova de seus frutos,
assim como tu nunca provarás dos gestos
meus, se o rio não bebe de suas próprias
águas, por que te deleitarás com os vícios teus?

Ferozes, vorazes vícios teus que  fecham
os caminho meus, que destino terá meu
sossego, assim perseguido pelos vícios teus?

Se meu barco ainda anda vagaroso,
isso é por destino meu, se as nuvens não
se lavam com suas próprias águas,
por que deleitarás com os vícios teus?


Caxias - MA, 25 de maio de 2015.

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domingo, 24 de maio de 2015

SAUDADE

SAUDADE
Elany Morais

Sorvendo o hálito do mar,
prostrei-me de olhos cansados!

Ao longe, o sol em agonia
lançava-me seus raios, e eu
timidamente sorria!

Mansa, a voz do mar
soprava em meus ouvidos
um som triste e misterioso
 que traduzia meus gemidos!

Inerte, eu ouvia a saudade,
como desertos de terras
sem fim, quebrando
minhas forças que ali
morriam dentro de mim!


Caxias - MA, 24 de maio de 2015.

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sábado, 23 de maio de 2015

SALVA-ME


SALVA-ME
Elany Morais

Por que não dizer
que não te ver me faz sofrer?

Assim me manifesto por
medo de perder teus gestos.

Quando a noite cala, a tua
imagem alva me acalma

E o som da tua fala embala
e salva a minha alma.

Pensamentos insanos me
levam a enganos

Mas quando vem o ensejo tu
me redimes com teu  beijo!

Caxias - MA, 23 de maio de 2015.

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quinta-feira, 21 de maio de 2015

CHUVA MANSA

CHUVA MANSA
Elany Morais

Queria eu uma chuva mansa
Para lavar este momento
Que traz tantas lembranças
De um cruel isolamento.

Se ela viesse agora em silêncio
Nesse meu sentir sem claridade,
Não precisaria mais de lenço
Para limpar as manchas da saudade!

Quando ela chega tão mansa
Com toda serenidade,
Minha alma só descansa
De tanta infelicidade!

Caxias - MA, 20 de maio de 2015


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terça-feira, 19 de maio de 2015

QUERER

QUERER
Elany Morais

Meu coração desconhece
o que querem de mim.
Só reconheço que quero
continuar querendo
aquilo que sempre quis.
Sei que não tenho o que
sempre pensei que
tinha, mesmo sem
nunca ter tido.
Bom mesmo é querer
permanecer querendo
tudo o que se quer!!

Caxias - MA, 19 de maio de 2015.

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segunda-feira, 18 de maio de 2015

LIBERDADE

LIBERDADE
Elany Morais

Liberdade! Realização atada,
Mas é desejo solto.

A liberdade não me consente,
Durmo obstinada
E sonho dia a dia,
Acordar sem as correntes.

Ah, se me pegasse essa tal liberdade!
Abraçar-me com ela não é meu destino,
Mas meu sonho é livre como pés de menino
Que afunda e flutua.
Trago comigo, enfim, uma serenidade
E a esperança ditosa de ainda viver lá lua.


Caxias - MA, 18 de maio de 2015.

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domingo, 17 de maio de 2015

PASSADO


PASSADO
Elany Morais

Como protestar contra o que é
o que eu não gostaria que fosse?
O passado fecha suas portas,
sem cuidado e  sem volta!
Meu sentir deita triste, florido
de razão, de desgosto e sem
aceitação.
Qualquer quietude veste-se
de lentidão e o passado
se finca, sem desejo de
viver dias futuros.
 Já não sossega o coração
com sede de existência eterna
e os passos só andam para a ida
sem volta.


Caxias - MA, 17 de maio de 2015..

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sábado, 16 de maio de 2015

AMOR RENEGADO

AMOR RENEGADO
Elany Morais

Teus gestos frios, minha vida entristecem.
Por que meu coração não ouve o que digo?
Um tímido riso, e tudo meus sentidos esquecem
E atrás do teu amor, eu aflita, prossigo.

Deixaste-me longe de mim, lívida e triste.
Agora penso que de todas as vezes
Tu nunca as minhas declarações ouviste
De tão fria e desalmada que és.

Se um dia, nesta vida, de repente
Ou em qualquer momento impreciso,
Eu em teus caminhos me fizer ausente,
Tu implorarás ao menos meu sorriso.

Hoje, continuo a ti, humildemente, a falar
Que meu desvelo por ti não é algo fútil.
Meu peito de dor rompe silencioso,
Porque meu amor por ti é  inútil.


Caxias - MA, 16 de maio de 2015.

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quarta-feira, 13 de maio de 2015

HISTÓRIA DE AMOR

HISTÓRIA DE AMOR
Elany Morais

História de amor pode
ser sem eira nem nexo,
mas vira a gente de pernas
 para o ar, cabeça para baixo
 e a frente para o mar.

História de amor pode
ser lente torta, mas quando
bate na porta, revira
a aorta, a deixar a gente cega,
sem rumo e sem resposta.


Caxias - MA, 13 de maio de 2015.

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terça-feira, 12 de maio de 2015

MELANCOLIA

MELANCOLIA
Elany Morais

Na solidão, o tempo se alarga,
as ideias se comprimem,
os sons se desafinam
e a ordem é só melancolia.

O coração se confunde,
o quarto se agigante,
o grito rompe veias
e a ordem é só melancolia.

O fel engole risos,
os lábios enfraquecem,
a reza já não cura
e a ordem é só melancolia.


Caxias - MA, 12 de maio de 2015.

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terça-feira, 5 de maio de 2015

A MODA DO MAL


A MODA DO MAL

O mal está em moda. Há moda em mal para todos os gostos, todas raças, todas cores, todos os credos religiosos... O supérfluo ganha asas, cresce, constrói moradas e adorna-as para todo tipo de maledicência. 

A grandeza humana está em crise, isso porque a VERDADE perde fôlego, não consegue emergir, dessa forma a barbaridade cria mãos e mãos e pés alados. No meu desespero por entendimento, chego a pensar que pode ser providência divina, para o homem possa praticar o mal até se fartar, enfastiar-se. Queria eu ver o homem/mulher enfastiar-se de todas as desgraceiras, de todas as lástimas visíveis e invisíveis.

 Pode haver quem diga que o mal sempre existiu, e quem diz assim não mente .Nunca houve um tempo em que não se falasse em tragédia e comédia, felicidade e infelicidade, guerra e paz. Não estou a repudiar o que já faz da Natureza: o bem e o mal misturado. O mal sempre existiu, mas não a ponto de ousar suplantar o bem.

Como há coisas nessa vida que não se pode entender! Ouve-se deliberadamente pessoas proclamarem o desejo permanente de felicidade, mas parece desconhecerem que o pai da felicidade nunca foi nem será o mal. Diante disso, só me resta dizer que se na balança da vida, pender mais o peso maligno, a felicidade será um sentimento em extinção.


Caxias - MA, 05 de maio de 2015.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

PRAZER E DOR
Elany Morais

Todo nós somos reféns. A natureza selou nosso destino aos pés do prazer e da dor. Sem esta e, muito menos sem aquela, podemos ser.
Quando que viver será deixar de se sujeitar ao prazer e à dor? Nossos passos não vacilam para outra direção, pois outra não há. Em vão é cruzar linhas predestinadas a um único ponto, a um único fim.. Podemos estar submerso no mundo das aparências, dos enganos, mas não escapamos do que ilusionar nossos sentidos não podem: o prazer e a dor. Estes sãos nosso paraíso e inferno. Sem contestação, eles são nosso barco que nos conduz  a tudo... São nossa marca de existência, nosso ferro, nosso carimbo... A natureza nos deu sensibilidade para senti-los, independente de nosso pensar ou do querer. E, se assim a vida é, não me seduz as ideias religiosas de que  prazer é mácula, porta aberta para o inferno dos que em tudo e em qualquer coisa creem.

Meus ouvidos estão sensíveis, irritáveis aos discursos de que  o prazer é imoral, obsceno, ilegal. Se assim for, o nosso ser é, na sua essência,  imoral total. Prazer e dor são inerentes ao nosso existir. Por isso, não me cabem os dogmas que me dizem que sou o que não sou, ou que não sou o que é. O que vem de mim é dito e sentido apenas por mim. Quem ainda não se descobriu no mundo, na vida, anda conjecturando o que está longe de ser o que é.

Por que condenar o prazer se ele nos dá resistência à dor?  É destino nosso : querer prazer e se esquivar da dor. Todos estão habitando o mesmo terreno, onde são atraídos pelo prazer e temem a dor. Quando os joelhos gritam pressionados pelo chão firme e os dedos debulham o rosário,  não é por medo da dor? O céu que tantos querem habitar, não é por receio da dor? Quando o prazer é rejeitado, não é por pavor da dor?

E agora? Saída não há! Por que mendigar mar, se não existe água? Beco sem entrada e sem saída é querer viver sem dor. Estupidez sem medida é renegar, desprender-se do regalo, do deleite, do júbilo, do prazer. Não posso deixar de ser o que sou. A Natureza me concebeu de sua forma, lançando sobre mim pesos e prêmios. Isso virá sobre mim, independendo do qualquer coisa. Não adianta fugir do pesar, do infortúnio, não  adianta o presente evadir-se do futuro. Hoje eu posso sentir prazer, mas a posteridade é morte, portando, vou sendo com prazer e dor.


Caxias - MA, 04 de maio de 2015.

sábado, 2 de maio de 2015

ENGANOS

 
ENGANOS
Elany Morais

O mundo me engana, sem cuidado, sem esforço, sem respeito... Vez por outra, sinto-me embriagada pelo vinho da estupidez. Convenço-me de que, para o mundo, enganar é nobre, é moda. Hoje é moda berrante. Tudo não é o que supõe ser, os olhos creem que enxergam alguma coisa, mas nada é do conseguem ver.

São tantos enganos, são mares de enganos! Além de tudo, o mundo me ensinou enganar a mim mesma. Há sempre um eu e mais alguém que se deixa enganar. E, quando se pensa que algo é, nada somos, absolutamente nada, a não ser um pó que hoje serve como apoio de pé. Mas por vezes, como não ser estúpida, com tantos enganos bem elaborados, arquitetados, estruturados,  arrumados, apenas para nos fazermos acreditar que somos o que nunca podemos ser? Ah! Mas os lençóis dos enganos são curtos e rotos, eles encobrem uns erros, mas descobrem outros.

Mãos amarradas. O que fazer diante de tantas ilusões? Para que servem os sentidos? O meu pensar é para me trair? Minha percepção é para me iludir? Quando se  julga caçador, somos caça caçada, presa, capturada e enganada. Mas também, nesse mundo de enganos, somos artistas na arte de burlar,  de engrupir,  de ilusionar...

E num lapso de razão, chego acreditar que somos tão vulneráveis, tão cheios de inverdades que é preciso haver enganos para conservar nossa existência. Na minha cabeça, gira uma cadeia de possibilidades, de interrogações... Conseguiríamos viver em grupo sem a arte de enganar? O mundo me engana para eu ainda existir? Talvez eu seja o máximo em exagero, mas não me cabe remar contra a corrente, há enganos que são perigosos ao se transformarem em desenganos. Quem sabe seja  melhor continuar vivendo, mesmo que seja de enganos.


Caxias - MA, 02 de maio de 2015.

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sexta-feira, 1 de maio de 2015

FALSO PODER

FALSO PODER

Rejeitar a solidão é agressão
 ao próprio coração!!
O que é preciso é resignar-se
e não desintegrar-se com os
cristais dispersos no ar,
pois controlar não pode
o que sempre haverá de ser
sem que se possa entender.

(Elany Morais)

Caxias - MA, 01 de maio de 2015


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