Sou educadora e escritora

sábado, 31 de outubro de 2015

AS CURVAS DELA


AS CURVAS DELA
Por Elany Morais

Ela samba, toda faceira,
Julgando-se rainha talvez,
Dança e canta, com a voz cheia
De alegria por sua esperada viuvez!

Flutua como o voo da ave,
No ar claro como a luz lunar,
E suas curvas num movimento suave
Faz todo enredo sua vida contar.

Agora, o que a entristece?
Ela canta, exalta a lida
E dança como se não tivesse
Mais motivos para chorar na vida!

Ah, quanta emoção!
Não se sabe o que está pensando,
Apenas seu corpo vai ondeando!

Caxias- MA, 31 de outubro de 2015.
Todos os direitos reservados a Elany Morais.



quarta-feira, 28 de outubro de 2015

BEIJO

BEIJO
Por Elany Morais

Qualquer beijo,
Por que não dá?
Se pedir,
Por que se desculpar?
Se não entender,
Assim mesmo,
Dê!

Em qualquer beijo,
Por que há culpa?
O beija-flor não beija flor?
Sem beijo não há de ser
Por isso,
Dê!

Beijo na praça!
A vida passa!
Sem beijo não há graça!

Sem ele não há de ser,
Vá lá...
Dê!

Não foi o beijo que trouxe
O que na vida há de doce?

Com o beijo veio
O frio no seio!

Sem ele não há de ser,
Vá lá...
Dê!
Caxias – MA, 28 de outubro de 2015.        


sábado, 24 de outubro de 2015

IMPERFEIÇÃO

IMPERFEIÇÃO
Por Elany Morais

Eis-me aqui, despida do parco orgulho,
Em busca do ombro que me apoia!
Teus braços são meu porto seguro
E teu coração traz o bem que me sobra!

Já não sou mais de toda ausente,
Minhas memórias descem a escada do tempo,
Sem tua luz, já não serei tão transparente!
O entendimento de mim segue um ritmo lento!

Por que habitar o terror de amar?
A imperfeição me emburrece!
Ou grito só ou ou tudo me emudece!
O que de ti me separa,
No meu entendimento corre e passa,
Deixando o meu amor impuro,
A perder de vista tudo o que poderia ser puro!

Caxias - MA, 24 de outubro de 2015.

Todos os direitos reservados a Elany Morais


sábado, 17 de outubro de 2015

QUE CORAÇÃO AINDA SABE AMAR?

QUE CORAÇÃO AINDA SABE AMAR?

O que na vida não há de se duvidar?
Foi-se no vento qualquer comunhão,
Resta somente a perguntar:
Amar se cansou nosso coração?

O amor não mais nos sustém?
Que segredos a vida tem?
Rezo contrita, perguntando,
Já presa pela angústia premente
Que amarra a garganta e sufoca a mente,
Se nenhum coração vive mais amando.

Nessa vida, só há vontade,
A crise paralisou todo pensar,
Força ganhou qualquer covarde,
Ninguém já não sabe mais amar?

Elany Morais


Caxias - MA, 17 de outubro de 2015.

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sábado, 10 de outubro de 2015

INDISPOSIÇÃO

INDISPOSIÇÃO
Por Elany Morais

A indisposição será talvez
um cansaço que não se faz passageiro.
Porém, permaneço a me erguer sobre
nuvens que se arrastam.
Embora a indisposição me lace
violentamente, eu canto e subo
como a  luz do sol, obsessiva em
sua direção frontal.

Caxias - MA, 08 de outubro de 2015.


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

QUALQUER DIA SE MORRE

QUALQUER DIA SE MORRE
Por Elany Morais

De qualquer forma se morre!
Se não se morre hoje de acidente,
Morre-se amanhã de doença
Ou com um dos piores males
Do mundo: que é a indiferença!

De qualquer forma se morre!
Quem não morre hoje de indiferença?
Qualquer coisa que se sinta ou se pensa
Se for uma verdade secreta
Para o mundo é uma ofensa!

De qualquer forma se morre!
Há quem morra hoje  de indiferença,
Mesmo que as mãos sejam dadas,
Que os corpos hirtos se enlacem,
Mas a ausência é imensa!

De qualquer forma se morre!
Como haverá recompensa,
Se, nesse mundo tão vil,

O amor é uma ofensa?

domingo, 4 de outubro de 2015

FOI-SE A MOCIDADE

FOI-SE A MOCIDADE
Por Elany Morais

A juventude foi-se como um temporal triste,
Levando as nuances que coloriam os dias.
Agora, parece-me que nada mais existe,
A não ser a salvação na fantasia!

E o que ainda me resta?, Eis-me alquebrantada!
Com olhares indiferentes, ai de mim!
Sinto-me agora como pano esfarrapado,
Cheio de buracos, sem o encanto dos jardins.

Hoje, o que me sobra não é o que cobiço,
Pois terreno escuro, indesejado e alagadiço,
Nele, flor alguma se verá desabrochar.

Mas o que o tempo fez jamais será desfeito,
Só me cabe suportar a dor que tem no peito,
E a certeza de que o fim há de chegar!

Caxias- MA, 29 de setembro de 2015.

Todos os direitos reservados a Elany Morais