Sou educadora e escritora

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

PRISÃO

Vivo! Mas vivo presa a milhares e milhares de raízes daninhas. Prisão que comprime minha lucidez e torna minha matéria fria, repetindo continuamente o vazio que habita mim.  Contudo, essa cadeia de abismo não me submerge no mar das impossibilidades, da paralisia, da desistência e da morte.

De pés atados, mas ando, na prisão do destino, que me amarra desde pequenina. Todos os dias, transponho muros à minha volta, mesmo sendo, a cada dia, encoberta  por uma terrível sombra. Embora realizo sucessivos passos, sou traída pela falsa esperança de cear com a tal desejada liberdade.

Sejam minhas mil incoerências o motivo da infinita cegueira  que me priva de encontrar a direção de portas sem nenhuma fechadura, em vez de muros,  que me cercam por todos os lado. Mas continuo a olhar. Olho, olho... Vejo pássaros negros espalhando valores hipócritas. Esses são os quase intransponíveis muros.

Debato-me na cadeia de verdades que são mentiras, que minha alma não absorve e se rebela. Todo o mal está caduco, é isso, é isso, mas ninguém enxerga.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais



 

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