Sou educadora e escritora

terça-feira, 14 de abril de 2020

QUE VIVA O ABRAÇO




Por Elany Morais
Abraça-me!
Abraçar é fazer papel de herói
ou de heroína.
O sol pode nascer dos corpos
que se abraçam!
Abraços são como fortes barcos
sobre as ondas do mar, agita-se
mas permanece ancorado.
É num abraço que os corpos podem
vestir-se de outros e, até habitar
em outros.
Ah, um abraço!! O céu fica limpo!
A noite cinzenta é apenas
uma situação metafórica.
Num abraço, é um dentro do outro!
Sem limites e sem estranheza!
Abraço bem dado é abraço puro!
Aquele que desobedece às leis da
traição.
Em cada abraço é o amor que se
funde no mundo!
Que o abraço nos abrace!!

quinta-feira, 9 de abril de 2020

SOLIDÃO FORÇADA


Por Elany Morais
O que iria pontificar a história da humanidade? Um vírus? Qual seria o sentido da vida? O nosso valor é tão limitado assim?
Eis que a sorte agora é dada, e cada um deve ter interesse pelo o que há dentro de si. Temos instantes superiores que acontecem na solidão de nossas casas. Há quem - nesses momentos - afundam-se por não suportar o que existe em si próprio. Os muros da solidão crescem diante de nós. O que fazer diante disso? Não se aborrecer nem se sentir mal por estar na própria companhia, ou até mesmo aprender a povoar sua solidão. Nesse momento, há a oportunidade de desenvolver a arte de conviver consigo mesmo, para - só depois - poder desfrutar da companhia dos seus semelhantes. Sempre foi necessário que cheguemos dentro de nós mesmos. Mas quem tinha tempo para isso?
Essa solidão forçosa não é de toda negativa. Quem tinha o privilégio de estar sozinho consigo mesmo? Quantos não eram submergidos pelas multidões? Não seria o vírus um modo pelo qual o destino encontrou de nos levar para dentro de nós mesmos?
Essa solidão pode não ser bonita, mas de repente, pode modificar nossas vozes nesse mundo terráqueo.

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