Sou educadora e escritora

sábado, 28 de dezembro de 2019

GATOS


Por Elany Morais
Ah, esses bichanos...!! Eu diria que vida sem gatos seria como o dia sem sol, noite sem lua e jardim sem flores. Sêneca dizia:" quanto mais numerosas forem as pessoas com as quais convivemos, maior é o perigo." O mesmo não se pode dizer dos gatos, sua companhia não é penosa ou simplesmente suportável, é algo sublime, divino... É uma das faces ocultas do amor. Por isso, nada lhes falta para serem considerados uma companhia extraordinária. Só precisamos entrar no tom da presença deles.
Com os gatos, a diversão também é garantida. Quem não gosta de futebol? Os gatos gostam. Mas com "bolas vivas." A durabilidade do jogo deles não possui tempo definido. A longevidade do entretenimento depende de quanto tempo as pernas das baratas, ou a cauda de uma lagartixa resistem.

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domingo, 1 de dezembro de 2019

III CULMINÂNCIA DO PROJETO DE LEITURA



Durante esse ano, eu, como leitora e professora de Língua Portuguesa, da Escola René Bayma- Codó/MA, tentei fazer do estímulo à leitura algo bem significativo, por isso, realizamos, nesse dia 28 de novembro, de 2019, a terceira culminância do Projeto Caminhos da Literatura, projeto idealizado e criado por mim, com o intuito de estimular a prática da leitura no ambiente escolar e fora dela, além de oportunizar ao aluno condições necessárias à prática da interpretação e escrita.
Nesta culminância, sob minha coordenação e orientação dos professores Luciano Santos, Everaldo Oliveira e com total apoio da gestão desta unidade de ensino e da professora Ivanete Magalhães, os educando prepararam apresentações de poesias, contos, jograis, romances, teatro, música e dança.
Foi gratificante ver os educando superar obstáculos externos e suas próprias limitações internas. O resultado final foi o planejado e almejado. Todos os alunos e professores envolvidos estão de parabéns!
VALEU A PENA!!


sábado, 26 de outubro de 2019

SER SEM SER


Por Elany Morais
Nunca deixarei para trás a inquietação!
Minha história é equivocada!
Nunca quis ser verme, nesse mundo
de pecados e vaidades.
Entre parênteses, estou morta!
O que cola em mim não é minha culpa!
Minha ideia - ora clara, ora turva!
Não há orgia que me desperte!
Oh, mundo, tu és uma grande mentira!
Sou pássaro cativo na noite infinita.
Forma alada - inútil, nessa história mal contada!
Difícil é ser feliz em uma única vida!
Ser - nesse mundo - é como um trem que
não corre nem estaciona!
Em algum lugar, alguma coisa estilhaçou!!

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domingo, 22 de setembro de 2019

ADVERSA


Por Elany Morais
Nasci do outro ladode um universo inexplicável.
Venho esmolando adequação
Em campo estreito, sujo, sem rumo,
sem jeito, maculado...

Obediência à vida são nós que não
desatam, nem afrouxam,
Alma minha irresoluta, desencorajada.
Não é um fuso de melancolia,
é uma forma de vida que não diz nada.
E o mistério será encerrado?
Nenhuma certeza minha é bem
possuída!
Nunca fui iludida por uma esperança velada,
Tudo é varrido para o depósito vazio,
transformado em sombra no universo do nada.
Meu universo é o da incerteza, das perguntas
irrespondidas, da canção que chegou tarde,
da imensa ausência de respostas
de qualquer dúvida que me invade.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

A VIDA TAMBÉM É ASSIM

A vida também é assim...
Quando vejo pessoas bondosas, delicadas, logo fico desconfiada. Mas existe gente boa, sim.
Hoje, às 15h30min., eu deveria me submeter a uma biópsia mamária. Porém, às 12h40min. eu já estava no local do exame. Então, estava eu ali, sentada, desolada, pensando no tempo em que eu teria de ficar a esperar, quando dez minutos depois, a médica aparece e me diz:
- Vamos fazer o exame agora! Quando me ligaram, dizendo que você estava aqui, vim correndo. Está pronta para isso?
Eu abri os olhos, minhas pupilas dilataram-se, minha voz introjetada, saiu meio embargada:
- Pronta, não estou, mas se tenho de fazer, vamos lá...
A médica e sua auxiliar com tanto cuidado e gentileza comigo que pensei:
- Devo estar morrendo, porque a gente só é bem tratado, quando se está nos últimos suspiros. Há sempre uma preferência de nos vermos mortos, pois, quando se morre, nossa casa enche-se de visitas, são palavras de saudades, admiração etc...
No memento do exame, vejo a médica introduzir um ferro no meu peito e diz:
- Você ouvirá um disparo, como se fosse um pistola, não se assuste, é assim mesmo.
É nesse mesmo instante que ouço a explosão e me assusto, então penso:
- Eita, ela arrancou um pedaço do meu coração! Certamente, sairei daqui fria e sem alma.
O procedimento se repete por quatros vezes. Sinto um líquido quente escorrer lentamente pela minha pele. No pensamento de que minha vida esvaía-se lentamente, eu pergunto:
Está sangrando muito?
Ela responde:
- Graças a Deus, não! Muitas pessoas sangram, mas você, não!
Penso:
- Ah, se ela soubesse que todo meu sangue já saiu nas poesias que li ou escrevi.
Não costumo prestar atenção nos clínicos ou clínicas, mas hoje resolvi olhar para a médica que me atendeu, por um único motivo: eu queria saber se ela era gente. Alguém tão humano e delicado... Não sei... Tenho minhas dúvidas! Era uma senhora lindíssima, pele delicada, cabelos tão bem arrumados e tratados. A voz agradabilíssima! Pensei:
-Deve ser anjo disfarçado de gente.
No instante em que cogito isso, ela me diz:
- Deve ter sido Deus que te enviou nesse horário. Geralmente, nesse turno, minha vida é uma loucura! Fiquei sem acreditar quando me disseram que você estava aqui e eu estava mais folgada.
Fim do exame, ela me diz:
- Este é meu número, qualquer coisa, ligue-me, a qualquer hora - que te atenderei.
Ao ouvir isso, meu coração disparou, dizendo-me que eu ainda não tinha me desvencilhado totalmente dos braços da morte.
Saí tranquila da sala, quinze minutos depois, minha visão embaçou-se, meu corpo desaparecia lentamente, pensei:
- Estou morrendo! Mas nem é tão ruim assim! Adeus mundo cruel...
A sensação era de que eu estava partindo, sem levar ou deixar alguma saudade. Mas não parti, era apenas um ensaio. Ainda estou aqui, e escrevendo.
Elany Morais

domingo, 18 de agosto de 2019

RELANÇAMENTO DO MEU SEGUNDO LIVRO LUZ E SOMBRA


Não podemos negar que a vida - mesmo que de vez em quando - nos brinda com situações venturosas de muitas alegrias e satisfações. Ontem, 16 de agosto, foi um desses momentos. Estive a relançar meu segundo livro intitulado Luz e Sombra, na III Feira Literária de Codó (evento cultural riquíssimo que vem acontecendo há três anos na cidade).
E por que não compartilhar esse acontecimento com as pessoas que estão diariamente comigo? Pessoas que vêm acompanhando minha vida , assim como eu também acompanho a delas.
É muito gratificante gritar por si e por quem não sabe ou não pode gritar. Poder dizer a sua palavra, que na maioria das vezes não é só sua, é algo realizador, libertador e, portanto, salvador. Ontem, foi assim que me senti: realizada e gratificada!
Estou sempre a dizer: a pessoa que me lê é uma pessoa de coração aberto, sensível... E peço mais: quem for ler Luz e Sombra e Muitas de Mim, leia sem julgamento, sem preconceitos e sem grandes expectativas, pois só assim poderá se identificar ou se encontrar nesses livros.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

EU DIGO NÃO À DIVULGAÇÃO DE IMAGENS DE VÍTIMAS DE QUALQUER TIPO DE VIOLÊNCIA

"Mostrar o inferno não significa dizer-nos algo sobre como retirar as pessoas do inferno."
Atualmente, tanto o ato de violência quanto a divulgação de imagens das vítimas banalizaram-se. As cenas de horrores espalham-se "como uma mancha de óleo."
Há desnecessidade de entrar em nossas casas descrições macabras, assustadoras, instabilizantes da prática de violência. Vê-se pormenores sendo explorados com tamanha morbidez. Tal prática, infelizmente, gera habituação com a crueldade.
Essa envolvência constante com atos violentos opera-se em nosso psiquismo uma quase aparente apatia permanente perante a violência. A maioria de nós é capaz de estar a ver no telejornal ou na internet as notícias sobre um acidente, onde surgem imagens de pessoas mortas e feridas (imagens que sendo de grande dor são, também, de grande violência) e, no entanto, continuar a comer o jantar sem qualquer incômodo.
Ou seja , a convivência constante com a violência, que nos entra pela casa, pelos olhos e pelos ouvidos, torna-nos indiferentes, apáticos, distantes à própria violência, mas, pior do que isso, torna-nos coniventes com ela, porque as vítimas reais começam a ser para nós meros bonecos televisivos . A violência que nos envolve acaba por nos tornar profundamente egoístas, perante a dor alheia, ao ponto de só sermos sensíveis à violência que nos afeta diretamente.
Elany Morais

domingo, 4 de agosto de 2019

VIVER É PERDER


Por Elany Morais 
O viver dos outros e o da gente é assim: a vida apenas finge que joga uma carta para ti, outra; para mim. Convence-nos de que a morte mascara outra realidade desconhecida, porém com a possibilidade de paz, descanso e felicidade. Mas na verdade, a vida faz isso porque quer esconder a sua sutil face trágica. Quem não percebeu ou viveu perdas gradativas, ao longo da existência? É isto: viver também é perder. A vida segue, e as perdas vão se desfilando, desfiando, crescendo, avolumando-se até onde não se tem mais o que perder, restando apenas aquilo que talvez não se queira mais, essa, sim, é a verdade extraordinária. Não há do que se surpreender. Isso não é um escândalo. "Estamos num beco sem saída". Estamos na vida. Vamos perder sempre o que mais se quer. Ser é trágico. Viver é um circulo vicioso de perde -e- ganha. Ou não se ganha. Ganhar na vida é ilusão. Há apenas um empréstimo, sem aviso prévio de nos ser tirado aquilo que aparentemente nos foi dado.
Como é difícil jogar sem cartas! Como ganhar sem saber as regras do jogo? Não temos chance. Já nascemos vencidos. Perder é o castigo de ser e estar. Até a coragem nos negam para retornarmos. Retroceder não é possível. Avançar também é caminhar para o final, o final do ser, do estar, do quer... Aqui é o auge do perder. Em fim, na vida, perde-se tudo, até o querer não perder.


Todos os diretos reservados a Elany Morais

segunda-feira, 15 de julho de 2019

ENCONTRO E REENCONTRO

Por Elany Morais
Creio que muitos querem ser um acontecimento na vida de um ou de outro. De alguma forma, temos que ser algum tipo de acontecimento. Entre tantos acontecimentos que podem ser, o deslumbramento é um. Não sei se consigo deslumbrar meus semelhantes ( sou uma pessoa muito falhada, no trato com as pessoas), mas, geralmente, vivo deslumbrando-me com o outro. Constantemente sou seduzida. Algumas pessoas, quando estão diante de mim, as vejo como um prolongamento da poesia. Eu mesma me considero um mistério na relação física com os outros. Por fora, sou lago sereno, quase indiferente, mas por dentro, estou pintando tudo, com as cores mais vibrantes e perfeitas do arco-íris.
Foi um prazer conhecer pessoalmente minha amiga virtual Mabel Medeiros e reencontrar Magda Cunha e o poeta Wybson Carvalho. A companhia de vocês alegraram minha alma.

domingo, 23 de junho de 2019

ENGANAM-SE


Por Elany Morais
Que bicho é esse que engana o próximo e até a si mesmo? Suas vozes públicas são sempre vestidas de motivos nobres e espirituais. Mas... São apenas palavras artificiosas, porque isso tudo quase nunca é verdade!
Para muitos, viver sem mentiras é impossível. Talvez a fraude seja a própria vida deles. Pois, uma vez lançada a primeira mentira, faz -se necessário muitas outras para sustentar a primeira.
Quando a falsidade passou a viver numa casa em que nunca deveria ser sua? De certo que as mentiras perversas estão enraizadas no ser dos mestres na arte de enganar. Quanto, a mim, não faço passeio afetivo em nenhum tipo de embuste. Na verdade, nunca fui afeita a essas artimanhas ordinárias. Não vejo grandeza nelas. Que condições terei de sobreviver num solo onde minhas raízes não conseguem se fincar? Não sei viver de mentiras. Nasci assim? Há muitas teorias sobre isso...
Cuidado! Um coração não pode se precipitar no mundo dos ardilosos! Suas palavras são sempre flores envenenadas. (Haverão de prestar conta disso? Não sei. Estou atrasada em muitos campos, mas também sei de coisas que nem sei que sei). Haverá muitas impossibilidades de serem o que dizem que é. Metade das coisas que fazem não podem contar. Provavelmente nem sabem quem são.

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domingo, 2 de junho de 2019

INCOMPREENSÃO DA VIDA


Por Elany Morais
Nada do que há no universo está alicerçada
no meu íntimo entendimento.
A vida parece-me uma pedra cinzenta,
onde não me sento nem posso descansar,
Ou mesmo um caminho interminável!

Neste mundo, as coisas não se pode abraçar!
O trabalho é infindável... E até as flores parecem
ser uma ilusão terrena: ora estão vivas, frondosas,
ora murchas e ressequidas.

A vida... Ah, essa perfeita imprecisão!
Não tem como saber o caminho dela
de cor!
Não sei quando esta vida será um silêncio absoluto ou aquela música
perfeita!


Todos os direitos reservados a Elany Morais

domingo, 19 de maio de 2019

POR QUE NÃO MELHORAMOS?


Por Elany Morais
Muitos homens/mulheres e pouca humanidade. Há tantas complicações para coisas simples. Por que não melhoramos? Entre evolução e degradação, por que a segunda opção? Não é fácil crescer? A ordem social está em desordem. Não sei como findará o restante do capítulo dessa história. Parece que nos restam apenas ódio, medo e morte. 
Quem ainda tem lista de boas intenções? Quando nasci, nunca me disseram que haveria guerra. Acho que me enganaram. Trouxeram-me para um mundo de cabeça para baixo. Perdoem-me a irritação, porém, até a Natureza está irritada com a desordem da ordem.
Carlos Drummond de Andrade dissera que não distribuiria entorpecentes e cartas suicidas , certamente, por saber que muitos fariam isso em seu lugar. Ainda há sonho fecundo? Hoje, ser moço moderno é falar palavrão de arma na mão, mas é preciso viver com os homens, sem assassiná-los, do contrário, será preciso ter coragem para anunciar o FIM DO MUNDO.


Todos os direitos reservados a Elany Morais

sábado, 27 de abril de 2019

O MAL NA HUMANIDADE


Por Elany Morais
Na humanidade, há vaidade.
Vaidade de ser maior.
Mas paga o preço de ser menor.
Onde está o amor desinteressado?
Na pobreza do entendimento,
como fera no abatimento, os humanos
navegam em oceanos de sangue.
Quem quer entender o próprio coração?
Em todo canto há um silêncio de perda.
É tanto desamor!
Não há palavras para
tal horror!
Em almas devastadas, o que se ouve
é gritos de dor!

Todos os direitos reservados a Elany Morais

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

AS LÁGRIMAS DE BRUMADINHO


Por Elany Morais
Brumadinho num imbróglio!
Como se enfeita a maldade humana!
Por trás de um riso, um engano!
Nunca mais as flores florirão da mesma maneira,
Nesta terra que jorra lama.

Vejo os passos da dor numa cadência infinita,
e como folhas das árvores a cair uma a uma,
vejo a esperança de muitos se dissipar!

Ah!! Se essa dor bastasse ou batesse no coração
dos indiferentes e, se estes vissem que a vida
é o direito de toda gente, o mundo seria um
cenário com matizes diferentes!

Todos os direitos reservados a Elany Morais

sábado, 2 de fevereiro de 2019

SOLIDÃO


Por Elany Morais 

A sorte me foi dada de ser somente
eu e eu, sem aborrecimentos! 

Não é um fingimento de plano alto,
Nem grandeza de alma!
É a sorte de abrir-se para si!
Sorte desse tipo é silêncio profundo,
Não existe espaço de dimensões menores,
O mundo cabe em qualquer sonho.

Invocaram-me para a solidão!
Como posso ser daqui se estou sempre
de partida?
Todas as manhãs deixo os olhos correrem
nos caminhos desertos, estreitos...
Não chamo por toda gente... Não tenho voz!
Mas.. Solidão nem é um bicho atroz, feroz...
É um mundo como a lua, desabitado!
É canção sem palavras.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

MEU ANIVERSÁRIO


Elany Morais
Já começo sentir o peso do tempo.
Vejo minha existência como um magro
Fio de areia numa ampulheta.
Tempo de criança foi uma tempestade
triste, onde os dias não eram de luz
Clara, era apenas um borrão.
Tempo em que os grãos de areias
Emperravam na ampulheta,
Mas foi tempo que passou!
Hoje é meu tempo de jardim,
Mas minha alma está encharcada com
Os borrões de minha mocidade.
Agora, o tempo corre veloz num galope
Que desfaz de algum jeito a dor que
Existe no peito.
E o tempo passa...
Não sei onde o tempo ofendi.
Hoje, meus olhos brilham menos,
Os cabelos de jovem já perdi.
E uma face que tão jovem ontem era,
Uma esperança que tão forte vibrava no coração,
Mas agora é cara que apenas rugas espera!
04 de janeiro, menos um ano de vida para mim! Sou grata por todos esses anos que tenho vivido! Meu desejo é viver muito mais!