Sou educadora e escritora

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

TEMPO QUE PASSA

TEMPO QUE PASSA
Elany Morais

Um tempo que passa, para trás ficam os amores
Que no peito não houve mais espaço,
Sem promessa para novos arregaços,
Por insistência de inflamadas dores!

Um tempo que passa, mas continuam os sofredores
Que força já não têm mais no braço
De tanto que os aflige o cansaço,
Sem ao menos enxergar a beleza das flores!

Um tempo que passa, porém morrem até as raízes,
Tudo morna e fica tão dispersos
Que não sobra noção nem de países!

Um tempo que passa, mas não sei se ficam meus versos
Que poderão consolar as dores dos infelizes
Ou abrandar os corações dos perversos!

Caxias - MA, 31 de dezembro de 2014.

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CONTAGEM DO TEMPO

CONTAGEM DO TEMPO
Elany Morais

Não sei quanto me resta de tempo
Para eu abrir os olhos e dar-me conta
De quantas vezes fiz a conta
Que joguei meus sonhos no vento!

Não sei se me resta muito tempo
Pois nem posso fazer mais conta
Nem ninguém sequer me conta
Se ainda tenho mais tempo!

Nessa vida, para que se fazer conta?
Sem querer se passa o tempo
Embora alguém o conta!

Sem perceber se gasta o tempo
Com essa de fazer conta
Desse nosso passatempo!


Caxias - MA, 30 de dezembro de 2014.

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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

ORAÇÃO

ORAÇÃO
Elany Morais

Que os lenços do Pai Sagrado
Deixem-me de corpo coberto!
Que Cristo me receba de braços abertos,
Sem espinhos em meus pés cravados!

Que os desígnios do Pai Sagrado
Não deixem meu corpo descoberto,
Que meus olhos se mantenham abertos,
Deixando meu espírito para o mal fechado!

Ó Pai! Promete nunca deixar-me,
E com teu sagrado sangue, ungir-me
Sem a demora de vir buscar-me!

Contigo quero para sempre unir-me
Com teus laços santos atar-me,
Assim eternamente serei forte e firme!


Caxias - MA, 30 de dezembro de 2014. 

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ESCRAVA

ESCRAVA
Elany Morais

Se me queres como escrava, então corte
Essa desfigurada pessoa
Que apenas espera que o verme roa
Toda corpo podre que deixará a morte!

Sei que essa é minha triste sorte
De não ver mais os patos na lagoa,
De não comer aqueles doces de broa
E não ter mais meu corpo forte!

Então, devolva-me a liberdade e a vida
Pois vivo como folha caída
Em solo frio e infecundo.

Vivo contigo presa na saudade
Igual condenados entre grades
Como pagasse o pior crime do mundo!

Caxias - MA, 30 de dezembro de 2014.

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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

ARQUITETO

ARQUITETO
Elany Morais

Sem amor, sem beijo, sem teto,
Sem abrigo, sem colo, sem amigo,
Visto como frágil e fácil objeto,
Sem cuidado como o joio no trigo!

Quem foi esse indiferente arquiteto
Que me lançou ainda viva no jazigo?
Sou carente de amor e analfabeto,
A vaguear pelas ruas como mendigo!

Não me deram ouro nem pano,
Nem o som mais surdo de uma lira,
Não sei se  sou louco ou santo...

Só vejo aqui um abismo profundo,
E o resto tudo mais é mentira
Que povoa esse cruel mundo!

Caxias - MA, 29 de dezembro de 2014.

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ADEUS

ADEUS
Elany Morais

Se partiste de mim um dia
Sem ouvir meu desvairado apelo,
Levando-me ao mais terrível pesadelo,
Deixando-me em completa agonia

Foi por eu não te tratar com desvelo,
Pois não fiz tudo o que a mim cabia,
Ofereci-te uma alma indiferente e fria
Como se fosse uma forma de gelo!

Meu ser esquivo levou-me ao abismo,
À solidão e ao desgosto profundo,
Sem esperança de qualquer heroísmo!

Sem ti, vivo no mais total desconforto,
Tal qual um espírito moribundo
Com alma e corpo já quase morto!

Caxias - MA, 29 de dezembro de 2014.

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FANTASIA

FANTASIA
Elany Morais

Quando a solidão apertava e um grito fino
Despertava meus ouvidos e afastava
O mundo imaginário que em mim estava
Até a hora de ressoar aquele sino!

Em minha fantasia, eu era amada
Desde quando meu desejo era pequenino,
Sem pensar na construção de um destino
Que levaria meus sonhos numa enxurrada!

Meu mundo era colorido e nada nele
Fugira daquilo que sempre foi meus ideais
E que eu nunca me desviaria do rumo dele!

Mas coisas na real não são iguais,
Pois meus sonhos todos se foram eles
Sem esperança de voltarem jamais!

Caxias - MA, 29 de dezembro de 2014.


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domingo, 28 de dezembro de 2014

CONSERTO

CONSERTO
Elany Morais

Nada do que eu dentro de mim faça
Ninguém saberá o quanto me custou,
Pois nada que me veio foi de graça,
Mesmo assim ainda não sei quem sou!

Que meu conserto me satisfaça!
Há um fio que dentro de mim quebrou
Levando-me a lama da desgraça
Que sem aviso prévio me penetrou!

Hoje não sou homem nem mulher
Muito menos uma Senhora nossa
Para salvar a quem a mim vier.

Vivo perdida em quedas e embaraços
Sem fazer nada que na vida possa
Costurar o que está em pedaços!


Caxias - MA, 28 de dezembro de 2014.

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sábado, 27 de dezembro de 2014

À LUZ DE VELA

À LUZ DE VELA
Elany Morais

Eram noites lentas à luz de vela,
Onde as mãos eram arrastadas
E os pés sobre uma velha jangada
Seguiam para uma deserta capela!

Seguiam os passos com extrema cautela
Para suprimir os viés da imensa jornada,
Onde tudo era violência encarniçada
Em ruas, lares, becos e vielas!

No escuro caminho, um vento furioso
Joga na face pálida uma lama escura
Que o torna o corpo um tanto defeituoso,

Mas assim vai, sobre pontes e descidas
Como se fosse para uma funda sepultura
Onde se encerrava a esperança e a dura vida!


Caxias - MA, 27 de dezembro de 2014.

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VIVA O HOJE


VIVA O HOJE
Elany Morais

Viva a vida, enquanto a sentes e enquanto
Teus olhos encontram-se em deslumbramento
Porque se a perderes, embora desejes-a tanto,
Sentirás o verdadeiro e cruel tormento!

Se saíres desta vida, encontrarás o esquecimento,
Por isso, viva tua existência  o tanto quanto
Não te vens os mares de dores e pranto
Que alongará nessa Terra e teu terrível sofrimento!


Hoje viva intensamento a quem tens por perto
Por que a morte não trará mais do que um som mudo
E o esquecimento no mais profundo e solitário deserto!

Não foques somente na paisagem agreste,
Desfrutes do belo, do bem ou de quase tudo
Que  a vida na sua generosidade te deste!


Caxias - MA, 27  de dezembro de 2014.

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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

SIMBOLISMO DA VIDA

SIMBOLISMO DA VIDA
Elany Morais

Sintetizada está a vida , de uma complexa estrutura,
Quanto simbolismo há, nunca na Terra já visto,
Somos seres pensantes, mas em miniatura,
Que a salvação terá no Senhor Jesus Cristo!

Nessa vida há que se banhar na alvura
Porque o viver é um estranho misto
De escuridão e luz que fulgura
Sobre nós tudo o que não é previsto!

Às vezes, a vida parece um triangulo perfeito,
Mas a cada giro que o mundo dá completo,
Assoma uma dor que que flecha todo peito.

 Na vida, desconhecem-se os caminhos
Que levam à vida eterna ou os cruéis flagelos,
A cada desequilíbrio, há uma coroa de espinhos!

Caxias - MA, 26 de dezembro de 2014.

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O QUE HEI DE QUERER HOJE?

O QUE HEI DE QUERER HOJE?

O que hei de querer hoje senão o que falta a muitos! Hoje e amanhã, hei de querer  o amor.  Se existo, é porque tenho corpo e alma. Estes para permanecerem vivos precisam ser alimentados. Assim como o corpo necessita de alimentos, a alma reclama por amor. Sem amor, nada de asas, nada de voos. Alma livre é alma com amor, sem fardo, sem dever, sem obrigação e sem dor. Alma com amor é alma alegre, solidária, toda dentro da informalidade, das possibilidades e das ilimitações. Alma com amor é alma  cheia de olhos para com os outros, com mãos estendidas, sem pudor de oferecer sem nada para receber.

E o que mais hei de querer senão o amor? Com amor, eu me amo e amo o outro. Se amo sou contente e, jorro amor para as ruas, para os becos, para os lares, assim, eu transbordo flores, cheiros, doces, calma, brisa, vento e som, som manso noturno. Com amor, eu alcanço os vales, os montes e os mares. Com amor, eu compartilho, eu vibro, eu canto e danço a festa dos pares.

O amor é o êxtase da alma. Se minha alma estiver bem alimentada, é um festival tremendo, a beleza enche os olhos, tudo é comemoração, seja de Natal, Ano Novo ou São João!
Se em mim, existe amor, como não amar os animais, o vento, as águas, o canto do bem-ti-vi e a sonata dos pardais?

Enfim, eu hei de querer sempre o amor. Meu ventre está livre para sua concepção, pois ele só pode nascer primeiro aqui, aqui assim, aqui dentro, no mais profundo de dentro de mim.

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O QUE É O AMOR?

O QUE É O AMOR?
Elany Morais

Embriagar-se de amor não basta
Cantar letras com muita beleza,
É preciso conservar acesa
As atitudes mais retas e vastas!

O amor traz em si o gosto da delicadeza,
Traz alma pura, serena, leve e casta,
Nunca abafa o grito nem a mão afasta,
Violentando o que é próprio da natureza!

O amor tem perfume doce como das acácias,
Ele cuida, acaricia e beija sempre ou quando
Precisa de mais coragem ou mais audácia!

Hei de querer o amor mais do que qualquer
Outro sentimento que venha se insinuando
De forma tão sedutora como uma mulher!

Caxias - MA, 25 de dezembro de 2014.

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

O AMOR E A VIDA


O AMOR E A VIDA
Elany Morais

Ainda vive, respira minha alma,
Embora haja entre ela empecilhos,
Mas Deus não abandona seus filhos,
Hei, sim, de herdar uma velhice calma!

O que mais pode me trazer calma?
Sem o amor, a vida não tem brilho,
Não sei por que tanto empecilho,
Impedindo do amor morar na alma!

Dias a fio, faço e refaço rogativa
Para que eu sempre viva
Sobre os braços do amor, na Terra

Sem manchar minhas mãos brancas,
Sem construir fortes trancas
Para impedir que minha alma viva liberta!


Caxias - MA, 24 de dezembro de 2014.

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

EM DESACORDO

 EM DESACORDO
Elany Morais 

Acabará a indiferença dos desalmados um dia?
Pode ser universalmente este um apelo.
Vejo o mundo sobre mim como um pesadelo
Enquanto que eu só queria cantar com alegria!

A agonia me tolhe cada fio de cabelo.
Promessa de paz, na Terra, até que havia,
Mas a alma do homem tornou-se fria
Como a neve e o vento transformado em gelo!

Os corpos se alimentam apenas de nudismo
Enquanto o espírito vive um desgosto profundo
Por seus passos voarem para o terrível abismo!

Assim, eu vivo em supremo desconforto
Como borboleta em estado moribundo,
Mas vendo meu futuro totalmente quase morto.



domingo, 21 de dezembro de 2014

EFEMERIDADE DA VIDA

EFEMERIDADE DA VIDA
Elany Morais

Sei que meu futuro é uma cova funda!
Puxar-me-ão, da Terra, como uma alavanca,
De forma bruta como quem arranca
Do solo fértil uma semente fecunda!

Esta alma já não quer mais essa vivência imunda
Que se lambuza como lamaçal que desbarranca
No poço fundo de dores que jamais estanca
E o espírito, de lágrimas, que sempre se inunda!

Se bom ou ruim nessa vida sempre se encerra,
Por isso não fincarei minhas raízes aqui nessa Terra
Que ao terror e ao medo sempre nos convida.

Mas há quem aqui viva plantando tesouro
Como se o futuro fosse somente de ouro,
Sem se lembrar que fim terá essa vida!

Caxias - MA, 21 de dezembro de 2014.

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O MITO DA VIDA

MITO DA VIDA
Elany Morais

Agora vivo nesse desânimo profundo,
A querer de pronto abandonar esta Terra,
Pois aqui é tanto mistério que se encerra
Que desisti de entender esse mundo!

Não sei por que, enfim, esta esfera
Jamais me lança os mais belos ares,
Até as águas límpidas dos mares
Parece a mais terrível das feras!

Em vão, eu busco o viver infinito
Porque nesse mundo vil tudo é mito
Sem ao menos disso ter consciência

De que no além cintilam os astros
E que nosso pés lá farão rastros,
Mas provar isso nem mesmo a ciência!

Caxias - MA, 21 de dezembro de 2014.

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sábado, 20 de dezembro de 2014

CASA

CASA
Elany Morais

A casa de uma dor que mora
É minha alma, nela nasce
O medo que me devora,
Como se no rosto estampasse

Um espírito aflito que sempre chora,
Revelando a dor em plena face,
 A destruir o que pode ser agora
Como se da vida nunca se cansasse!

Talvez a  alma lamenta sempre consigo
Por carregar dentro de si um inimigo
Como se fosse uma célula cancerosa .

Muitos não veem que essa dor existe
Que no peito somente consiste
Numa vida mais que dolorosa!

Caxias - MA, 20 de dezembro de 2014.

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O POETA


O POETA
Elany Morais

O espírito do poeta vive em estado maior.
O belo, ele sempre almeja e beija,
Vive a dar o amor a quem deseja
O que a vida oferece de melhor!

Alma de poeta é um verdadeiro esplendor,
Tudo, no mundo, vê, sente e deseja
Como se dentro de si houvesse uma luz que flameja
A lhe dar asas para alçar voos como o condor!

O espírito do poeta é sonho infinito
De uma vida em tapetes e vestes de cetim,
Mas que a realidade desperta nele o grito,

Levando ao conflito que perdidamente
Não sabe quando um não equivale um sim
Mas ama, canta e versa para toda gente!


Caxias -MA, 20 de dezembro de 2014.

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

ELA

ELA
Elany Morais


A lembrança dela em minha cabeça girava
Com os cabelos longos e um vestido majestoso,
Chegava a passos lentos com gesto gracioso,
Olhava para poucos, mas para mim, ela acenava.

Parecia uma deusa, com um corpo todo escultural,
Mas em sua face, havia algo mais do que sombrio
Que trazia ventos, tempestades e mares bravios
Embora em seus lábios havia um doce natural!

Era bela, embora em sua alma existisse obscuridade
E escondesse mistério que para mim nunca se desfez,
Fazendo meu amor por ela durar uma eternidade

Ou crescer, dia por dia , assim, talvez
Sem que tu, bela, nunca compreendeste
O amor que tenho, mas por isso, a mim, perdeste!

Caxias - MA, 19 de dezembro de 2014.

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JÁ É TEMPO

JÁ É TEMPO
Elany Morais

A vida é finita
Quero ser eterna
O mundo me limita
A uma existência na caverna.

O que minha boca não canta
É essa sociedade doente
Que perdeu a esperança
De ter uma vida decente!

Qualquer dia é o tempo
De desejar um outro mundo
Ou um ditoso futuro

Que não seja uma vida no escuro
Levada apenas pelo vento
Para um buraco imundo!


Caxias - MA, 19 de dezembro de 2014.

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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

PROMETE-ME

PROMETE-ME
Elany Morais

Jura me amar sem descanso
Como quem vive sempre de passagem?
Quero habitar na tua mala de bagagem
Porque sem ti a felicidade não alcanço.

Leva-me contigo, aperta-me entre os dedos,
Vamos cantar nossa canção nas estradas,
Fazer mil declarações de amor em plena madrugada,
Sem precisar esconder do mundo nossos segredos.

Vamos juntas jogar nossas vestes finas nos rios,
Amarmos entre árvores, com corpos nus escondidos,
E cantas tu com teu violão e eu sempre danço

Teus lábios sopram beijos ardentes em minha nuca
Nós, longe de todos os olhos que vagam as ruas
E tu prometes a mim que me amará sem descanso.


Caxias- MA, 17 de dezembro de 2014.

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