Sou educadora e escritora

domingo, 26 de novembro de 2017

CULMINÂNCIA DO PROJETO CAMINHOS DA LITERATURA

Como professora de Língua Portuguesa da rede municipal e estadual do Maranhão, vi a necessidade da criação de um projeto de leitura, porque o hábito de leitura é um dos mais importantes para o desenvolvimento do intelecto e também o caminho mais breve para aquisição do conhecimento, além de melhorar o aprendizado dos estudantes, estimula o bom funcionamento da memória, aprimora a capacidade interpretativa e proporcionar ao leitor um conhecimento amplo e diversificado sobre diversos assuntos. Por isso, criei o projeto intitulado Caminhos da Literatura, que tem como objetivo desenvolver o gosto pela leitura e reconhecer o valor do texto literário para a aquisição do conhecimento.
Nesta sexta-feira, 24 de novembro, aconteceu a culminância desse projeto, na Escola Municipal Neyde Magalhães, na cidade de Codó -MA. O ápice do projeto consistiu na apresentação dos gêneros literários: conto, romance, poesias, além de dança, músicas, etc. pelos alunos dos oitavos e nono anos.
A cada ano é trabalhado uma temática diferente, este ano foi a vez do Negro como elemento do texto literário, ou protagonista da arte literária.
Elany Morais


domingo, 5 de novembro de 2017

O MAR SÃO VOZES

 Por Elany Morais

Nunca me foi desmentido, quando eu dissera que o mar eram vozes vindas do céu. Isso jamais será mistério vencido ou vendido. Minhas palavras não foram empenhadas, contudo, talvez não tenham retorno.
O mar é, sim, vozes vindas do céu. Este diz-me que aqui ainda jaz uma estaca presa nos ombros de quem ainda sabe amar direito. Brada que na correria, olhos cegam-se diante de tanta beleza gratuita, que o tempo dos retalhos extinguiu-se. De lá, vem uma voz azul, a confessar-me que neste velho monturo aparência é decência e tapete florido já não se constrói mais.
Se haverá mistérios desfeitos, não serão os das previsões passadas. Mesmo assim, ainda ouço o mar. Às vezes, sua voz é tão doce e macia que parece  pétalas vermelhas suspensas no ar. Em estado de atenção, ouço - o dizer  que numa estrada longa, há um leito refeito, entre ninhos e flores  para os puros descansarem. Não duvido disso. Mas posso, em sonhos, perder-me e não querer jamais me encontrar.
Meus ouvidos estão atentos para as vozes que vêm de lá. Avisam-me que a desconstrução assalta a tudo e a todos. Que é preciso linha de ferro para manter-se em sua forma original, que é a do bem-querer.  Há máquinas produtivas do mal-te-quer. Há inteligências cruéis. A violência é rainha posta.
Ainda hoje ouço o mar. São vozes sábias, apesar de me dizerem verdades pálidas e feias, ainda consigo, com elas, me encantar.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

UM DIA SE MORRE


Por Elany Morais
Para que serve aquilo que não se pode evitar? Para que serve morrer? Escondida, de um só golpe, a morte chega e tria-nos da ilusão de infinitude. Encerra a espera pela vida. Como se pode morrer bem, se o vazio fica e o nada talvez vai ao além?
Deixar essa vida é como morrer de sede no mar. Porém, não seria mais terrível do que a imortalidade, quando não se quer viver mais.
E os que foram tentando agarrar-se aos paus de sebo? Clamaram aos gritos pelos que aqui ficaram e as aves revoaram na noite solitária! É posto fim ao ideal de toda uma existência ilusória. É riscado do mapa da sorte de se estar vivo.
Todos nós somos flores mortais, com a esperança de, na mão de Deus, dormir eternamente.

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