Sou educadora e escritora

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O ABUSO DA IMORALIDADE

Por Elany Morais
O abuso da imoralidade é rei que prospera a cada dia. Ele possui alimentos dos mais variados gêneros, que vai desde a empáfia até a falta de empatia. Vê-se, todos os dias, seus discursos aparatosos, mas vazios de verdades. Nele, há uma energia muito forte para tudo aquilo que possa aniquilar ou empobrecer o justo. Tudo - em si - conspira para adoçar e aprimorar a maldade dos maus.

O abuso da imoralidade desenha um cenário cômico e trágico. Mas, infelizmente, não há meios para organizar ou moralizar os que gozam, fazendo mal aos outros. A eles, faltam aptidão para o bem e o bom senso. Nunca desprezam os sentimentos mais vaidosos e estão sempre abdicando de tudo o que há de mais nobre e justo, na alma humana.

Os vaidosos, os traidores, os ambiciosos, os bajuladores, os ásperos, os corruptos, todos eles abusam da imoralidade. Gozam na minha e na sua dor. Sapateiam na miséria e na tristeza de quem quer que seja. São ávidos por ganhos e privilégios, por mentiras e segredos, por ignomínia e soberania.
Diante disso, os justos parecem pertencer a uma comunidade solitária. Sem força na voz, sob os grilhões dos algozes. Mas nada pode ser como se dá, já disse F. Pessoa. Podemos alterar os fatos. E por que não denunciar o mal dos maus?

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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

DUPLICIDADE EXISTENCIAL


Elany Morais
Agora, chega a aurora
Onde só havia noite escura,
A lembrança aqui ainda mora
Porque o tempo não costura.

A memória não afugenta tudo
Porque a dor tem pregos funestos
A vida não é só de veludos
E muito menos de lábios honestos.

Não tinha sonhos brilhantes
Nem almejava voos às alturas
Como sentir formas tão puras
Num mundo deselegante?

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domingo, 5 de fevereiro de 2017

SUA DOR É A MINHA DOR


Elany Morais

Hoje, a estupidez, a desumanização e alienação são os cães que nos mordem.
Toda alma humana sente o flagelo da dor. Não é castigo dos maus ou privilégio dos bons. É a nossa miserável condição. A dor, não podemos detê-la. Nem sequer as mais nobres e, muito menos, as maiores.

É humano que se apiede do grito alheio. O contrário disso é lama nas entranhas. Não é coisa leve. Só os estúpidos se comprazem com o inferno do outro, que também é seu. Se teu sofrimento não penetra meu sofrimento, então, a minha existência é coisa vã. Todos nós caminhamos, constantemente, de uma dor para outra. Seja ela inerte, solitária, esquiva, fria ou alardeada. Qualquer dor, e seja de quem for, incute-nos respeito. Porque ela é nossa certeza e nossa verdade. É a substância da existência de todos os seres vivos. Por isso, cabe-nos socorrer a dor do outro e nunca perturbar o sofrimento alheio.

A dor nunca deixará de ser o abismo que nos espera. É uma porta que está sempre aberta à nossa espreita. Não podemos dela desdenhar.

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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

VIVER TEM DESSAS COISAS


Elany Morais

Viver tem as suas brutezas! O que tem dentro de mim talvez não seja raro nem caro. Não sou um herói ou heroína vencida. Ainda soa em mim um canto que é só meu.

Há muito quase perdi os sentidos pelas baixezas. As vilezas roçavam em mim como asa de morcego. Mas sobre um largo sossego, a força benemérita existia, com seus ais sutis. Às escuras, as asnices galopavam em minha direção, porém, fui criando dentes e asas.

Viver tem dessas coisas de ser dois: peripécia - desânimo, doce - agressivo. Mas ainda me persiste a força para essa dualidade existencial. Eis o destino: viver nesse desatino sem me acostumar. Há algo para alcançar, sem se desfolhar?

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