Sou educadora e escritora

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

IMPOTÊNCIA

Ah, se eu pudesse um dia, chegar aonde não eu poderia!! Queria eu romper com todas as impossibilidades, com todas incertezas que cercam o futuro, com todo o medo que vem do passado, com todo o mistério que carrega meu ser e minar com todas as palavras que me flecham como facadas.
Se eu pudesse um dia, pular todas as cercas ,correndo eu fugiria de qualquer desalento que me tira a alegria. Voaria sem destino como pássaro fora do ninho, em busca de novo caminho para um mundo habitado  de delicadezas e carinhos.

Mas não há o que se possa fazer para que eu venha  entender que não é possível realizar tudo que quero fazer.

Assim, terei que confessar que minha alma não para de reclamar  que nos seus mais ousados intentos, ela vem sempre a fracassar.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

MERCENÁRIO

E se de repente paro
viro para todos os lados
e tudo reparo
no tom avaro
do mecenário
que tudo fala
de modo lendário
seguindo a ordem
do calendário para
não perder o gosto
de massacrar o advesário.

Elany Morais


Todos os direitos reservados a Elany Morais


 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

O BICHO HOMEM

Meus olhos, com lentes de aumento, presenciam os horrores do caos mundano: a insensibilidade carregada pelas faces considera delituoso qualquer tipo da ingenuidade. Andar tranquilamente pelas ruelas são sinais consistentes de demência. A culpa condena pelo que come e o que se deixa de comer. Felicidade encontrada é mais um caso de casualidade gratuita. Enquanto farto-me, seres da minha espécie vaga com o sino na barriga, alertando-o da ausência de alimento, mesmo assim, continuo a ignorar e a desprezar o que é necessário para outros. A sabedoria dos livros são elementos de pequena grandeza, um jeans desbotado arremata o leilão das atenções dos superficiais. O bem recebe seu quinhão com o mal propagado em todas as extremidades espaciais. Como não dizer que vivemos em tempos sombrios? Como não dizer que o mundo está fardado com as vestes da desordem?
 
Hoje o império é da fome, é dos reis sem nomes. Hoje o reino é da violência, onde os impotentes pedem clemência. Estou em meio a turbulência da insaciabilidade, da insensibilidade, da deslealdade...Sinto-me privada de dormir o sono dos justos. Durmo entre falsos proclamadores do amor, as palavras são traiçoeiras, um abraço pode ser uma sutil ratoeira. Acreditar é fraqueza, o superficial  e sinônimo de beleza. Será que não posso dizer que este reino tornou-se um caos?
 
Valores são trocados como um sapato velho, sem nenhuma utilidade. O ódio tornou-se grito de guerra, a destruição do  que não se pode reconstruir tornou-se um desafio para os gananciosos.
 
O homem não mais ama sua imagem, perdeu o sentimento de preservação da espécie. O homem perdeu o trem, mas não pode correr, atrasou-se para o barco, porém não pode navegar. Esse ser pensante prendeu-se no seus feitos, só constroem  relógios, contudo não sabe o que fazer do tempo nem mesmo de si.
 
Elany Morais
 
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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

SOZINHA

Aconchego-me no silêncio como criança no útero materno. O alvo da minha paz é a solidão. Não estou ausente, apenas ficar sozinha me é indispensável. Está comigo resolve todos os meus assombros.

Escorrem dos meus olhos imensos desejos de mim. Horas a fio cresce,em meu ser, a necessidade  de demorar-me comigo. É-me essencial ouvir grito que vem de dentro. O impalpável me interessa. Sair de mim não tenho pressa.

Não quero sentir o turbilhão que vem de fora. Ele me tolhe os mais profundos pensamentos. Meus braços estão fechados para o que não me abraça. Meu corpo descansa do silêncio que não é meu. Vozes aleatórias não me seduzem. O mundo se é quieto, é meu.

Se a curiosidade assolar quem quer entender por que eu sou minha, a mais perfeita justificativa: o silêncio é dos amantes.

O barulho petrifica-me, amo ouvir baixinho, fascina-me amar quieto, sem alarde, sem bandeira, sem festejo. Cativa-me o querer sutil, sem clamores, sem súplicas, sem lamentações...

O mundo externo não  ampara minha solidão, não me dá asas, poda-me. Meu sentir é de dentro para o alto. A mão da paciência, precisa me segurar para eu não cair no fervilhar de palavras vazias que tiram minha delicada alegria.

Elany Morais

Todos os diretos reservados Elany Morais
 

DOR INDECOROSA

Meu silêncio lá de fora implora a poltrona vazia sem muita alegria nessa vida fria. Meu ser aqui dentro chora por viver entre pessoas que pouco me consolam.

Nessa vida malfadada, encontro-me cansada de viver coisas grandiosas apenas pela metade. E sempre chega o momento do meu maior temor, recolho sob meu peito a indecorosa dor. Essa dor causa-me desalento por tantos desgostos e angustiantes pensamentos.
 
Sem muito esperar desse meu viver cheio de pesar, vejo o trem passar sem nada que me alegre e minha alma aflita continua a sonhar  com o que nunca poderá chegar.
 
Elany Morais
 
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SONHO BRANCO

Pesa sobre a mão as tintas para colorir meu sonho branco. Reclama  a concretização do desejo de encontro com outra alma alada para a transposição da solidão, da tristeza para o infinito sem caminhos de volta.
 Este sonho almejado não calcula infinito, impossibilidades. Toda expansão encurta. Logo inerte é perigo de extinção das realizações. Preceito sociais perderão poderes de grilhões. Ambientes mortuários serão lavados e purificados de suas eternas finitudes.

O acaso deixará de ser para meu desejo se satisfazer. Minhas vontades de vida se estende a todos os sentidos, Realização é preciso. É necessário para tudo ganhar significados lúdicos, prazerosos...

No futuro sonhado, um rebento virá. Teu nome junto ao meu tudo valerá. A desesperança será desafiada, o espaço; desprezado, o desejo; exaltado, a felicidade; alcançada.

A saudade já não mais perturbará meu silêncio, pois junto a mim estará tua presença. Teus olhos de apelos penetrará nos meus.

Elany Morais


Todos os direitos reservados a Elany Morais

domingo, 27 de outubro de 2013

DESCOBERTA DE MIM

 

Na calada da noite, vou nascendo aos poucos, fazendo descobertas inimagináveis. Um novo mundo ri para mim. Suas portas são amplas, com múltiplas possibilidades, janelas divididas, mas com passagem para uma alma sobrecarregada de malas próprias e alheias.

É no silêncio noturno que vou adquirindo asas triplas, ensaiando longos voos em busca de salvação de mim e de minha criança interior. É nos sussurros desérticos que ouço meu EU gritando socorro, implorando soltura, desejando quebrar correntes e partir em busca da felicidade, da paz tão procurada

Quando todos os corpos dormem, meu espírito se debate no rastro da verdade, a verdade do meu existir, a minha consciência autêntica. É nesse momento que ouço a voz do outro ser que se revela fundido ao meu.

Somos dois seres em busca de amparo, de vida abundante, sem culpa, sem medo, sem desistência. E vamos fluindo, descobrindo, ganhando proporções nunca pensada. Nesse caminho, vou seguindo cantando a linguagem das flores, da poesia... A melodia vibra com cada orifício aberto para a passagem de uma verdade, que antes era maquiada.

Nesse mundo que aparentemente estou alheia, encontro-me voltada para mim, para meus pesares, meus sacrifícios velados, passados e ignorados. No meu novo existir, alguém me vê com lentes de aumento, alguém sente minha dor, meu padecer, meu desejo e meu querer. Nessas horas, meu outro estende suas mãos, sua coragem e seu coração para minha desolação.

Elany Morais
 
 
 
 ANÁLISE LITERÁRIA DE A DESCOBERTA DE MIM, DE ELANY MORAIS, POR NÉA TAUIL SOB UMA PERSPECTIVA PSICOLÓGICA

 O que nos leva a manter relacionamentos? Acredito que um motivo importante é o desafio do crescimento e da evolução. Assim, "na calada da noite, vou nascendo aos poucos, fazendo descobertas inimagináveis..." porque "somos dois seres em busca de amparo, de vida abundante, sem culpa, sem medo, sem desistência..." Podemos perceber que é na "linguagem das flores, da poesia..."que a aprendizagem, o crescimento, a troca, a cura acontecem, evidenciando que o ambiente não é ameaçador e nem amedrontador. Nesse ambiente acolhedor, o convívio torna-se uma fonte de estímulo e aprendizado, porque é possível admitir as próprias dores e dificuldades,expressar emoções, cometer erros, assumir riscos, experimentar novas ideias, revisitar conceitos, receber amor e carinho. Enfim, "Descobertas De Mim" trás à baila o perfil de um relacionamento bom, maduro e saudável, em que "alguém me vê com lentes de aumento, alguém sente a minha dor, meu padecer, meu desejo e meu querer"sem fingimentos.
 
Néa Tauil

 
 NÁE TAUIL-Especialista em Psicoterapias Dinâmicas pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Especialista em Psicoterapia de Técnicas Integradas (Psicodinâmica, Cognitivo Comportamental e Familiar) pelo Instituto Fernando Pessoa de Porto Alegre e recebeu o Título  de Especialista em Psicologia Clínica pelo Conselho Federal de Psicologia.
 
É autora do livro de Poesia Pérola Viva e coordenadora das Antologias Poética: Poetismo Brasileiro, Ecologia Brasileira e do Guia dos Escritores  Brasileiros, publicados pela ABNL Editora, SP. Escreveu o prefácio do livro Pedaços de Mim da autora Lidioneti Milani - ABNL Editora, SP e do livro Homem e Mulher Num Encontro Especial da autora Leonice Pesci  Vidotto - ABNL Editora, SP. Participou e obteve Menção Honrosa nos Concursos Nacionais de poesias: ¨ IV Concurso Raimundo Correa de Poesia¨ - Editora Shogun Arte, RJ e ¨ IV Concurso Vinícius de Moraes de Poesia¨- Grupo Cultural, SP.  Também  teve poemas  selecionados para comporem as Coletâneas: Momentos Eróticos publicado pela Jotanesi Edições - RJ, Poetas Brasileiros de Hoje e Nova Era publicados pela Editora Shogun Arte, RJ.
PSICOTERAPIA BENEFICIA AS PESSOAS!http://psicologaneatauil.blogspot.com
 
Todos os direitos reservados a Elany Morais e Néa Tauil.
 


 

sábado, 26 de outubro de 2013

PARTIDA



Nunca houve mais triste dia
Minha amada subiu ao firmamento

Pondo fim na minha alegria.

Olhos sombrios se puseram a chorar
Alma crente na vida divina se encontrar.

Subiu ao alto com o grito de adeus
Gemidos velados em cada pensamento
A imagem sublime presa ficou nos olhos meus.

Sozinha dizia era meu pobre destino
Voar ao léu  era um ato assassino.

Elany Morais

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ROSELÍNEOS

São de todas as cores:
Escarlate vestido de florido lácio.
Esmaecido compacto de negro plácido.

Verdecedro pedrecido de falido.
Medroverde corcomido de esquecido clério.

Híbrido de vinho com leve linho.
Vítreo lívido com lácteo tinto.

Róseo cravejado de face mórbida.
Sóbrio libertado da sorte mórbida.

Azulvideira casada de infeliz ultraje.
Casual de cores felizes na ultrapassagem.

Elany Morais

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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

DOIS EM UM



 Chama-me, para no teu corpo, eu deslizar como as águas mansa do rio. Venha, meus braços se multiplicam para aconchegar-te a mim.
...
Como barco ávido para navegar, nossos corpos remam para ocuparem um mesmo espaço, pisando com profundidade nas crenças que nos acorrentam. Sem temer amarras que prendem nossos membros, fazemos de nós apenas o eu.

Achega-te, sou teu porto onde ancorarás, farás de mim tua morada. Teu chegar será leve, tua partida não será breve. E minhas mãos, com o peso da paciência, terá a sapiência de descobrir teus segredos que se entregarão aos meus.

Se te permitires, juntas cresceremos no mar em ondas sem o cansaço do ofício de mar. Minha vida se prolongará na tua e teu querer será a continuidade do meu sedento ser.

Elany Morais

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

SAUDADE

A cada morrer do sol faz ressurgir das cinzas uma saudade que flecha minha vontade de ser o que nunca foi nem poderia ser.

E no prolongar das horas, a ausência sentida instala-se em minha vida com muita demora. Assim, os olhos... choram, o corpo implora pela o fim das horas para que o bem seja algo do agora.

A aflita alma nesse padecer de tanto querer roga poder do bem-fazer para ser socorrida com migalha de prazer.

Mas a esperança está por vir sem receio de abstrair tudo que pode nos trair.Saudade é isso,não tem poder de sair quando o que mais se quer é ver a dor se esvair.

Elany Morais

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MUDE

Abandona a luz da estrela morta! Nossos olhos já estão cansados de amargura e dor.  Solta a nau! Olha as ervas! Veja o adormecer do sol! Deixa para trás o silêncio das trevas! Não
se acessora  a trapos. Não se prenda a inúteis fatos.

Para o labirinto não há jeito mesmo que ele seja de espelho. Não te abraces a reflexos. Vais deixar os braços crescerem de medo? Os sofrimentos podem nos arrastar. Vais deixar secar a força dos teus músculos? O inevitável chega.  Poupa tua alma dos desastres. Ria com tua verdadeira face.

Levanta! Chega de chegar ao som de qualquer lugar. Esquece a melancolia dos adeuses. Veja os beirais dos bem-te-vis, beleza tal qual nunca vi. Olha para o ridículo com indiferença. Ama o bem da vida sem renegar as tuas crenças.

Elany Morais

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terça-feira, 22 de outubro de 2013

PROCURA-SE

Meu silêncio rasga o mar na ânsia de te encontrar. Essa  ausência me consome, saio a gritar teu nome  a me desesperar.
Minha alma reclama que tu fizeste um drama. Se eu adivinhasse que por minha vida passasse, eu fecharia meu peito antes que me abandonasse.

Convenço-me de que minha procura é em vão, pois saíste em silêncio sem nenhuma afeição.
 
Agora, não sei o que fazer, pois  meu coração aflito chora  a ponto de te maldizer.

Mas nem todo amor é assim, tu fizeste juras a mim de que nossas alegrias jamais teriam fim.

Não nego que  meu ser é um lago carente, qualquer declaração de amor minha razão se faz ausente.

Não pude perceber que tua falta de amor me daria fel para eu beber.

Nossa história não passou de uma ilusão, tu foste embora deixando aberta uma feria em meu coração.

Elany Morais

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AMOR NA MESMA LÍNGUA



 Nosso amor, como todos os outros, fala. Mas expressa-se apenas para o universo de dois seres, pois o mundo não pode entender.

A cada segundo, nossas palavras de bondade fazem agigantar nosso olhos diante do amor amado. Amamos, dando continuidade aos nossos seres. Vibramos com intensidade de nossos prazeres.

Nossas almas se casam numa linguagem só, nossas línguas se entrelaçam a desfazer os nós. Nós que trancafiam os sentimentos mais sublimes existentes no espírito humano, mas que são negligenciados por muitos enganos.

E o que mais eu posso querer do que esse amor que sabe me dizer que amar na mesma linguagem é viver plenamente sem contrato para sofrer?

Esse amor esbarrou-se em mim, entrou de mansinho e com muito carinho, soprou no meu ouvindo que esse é o caminho para se permanecer na vida sem estar sozinho.

É muita sorte, essa forma de amar bater em nossa porta, mostrar-nos o norte que nos conduz a felicidade, longe de toda maldade, que antes era desconhecida porque nossa linguagem ainda não era conhecida por nós que amamos a vida.

O nosso amor é lindo, mas não se comprara com o de novela, onde há a donzela sonhando com a maresia, mas guardando em seu peito toda hipocrisia.

Amor como esse é singular, não tem medo de gritar o que há no mais profundo habitar de nossas almas que são imensuravelmente particular(s). Almas particulares que conseguem se entenderem, embarcam no mesmo voo, aterrissam no mesmo pouso e se deliciam no mesmo gozo.

Elany Morais

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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

MULTIPLICIDADE


O que há em mim é mais do que além, são redes de significados sutis, são contornos sinuosos. Nada se desprende de mim sem elos. Não me parto em fatias, não permaneço inteira. Lembranças não se soltam de mim. Minha loucura anda sempre de mãos dadas com minha lucidez. Minhas bobagens são compenetradas. Meus ânimos são incontáveis. Meus amores geográficos são alicerçados em minhas necessidades insaciáveis. Meu tempo é frenético. Meu erotismo é apurado. Meu desepero é palpável. Nunca me despeço de mim. Ninguém leva de mim o que não permito. Embalo todos os porquês.

O que há em mim não se volta para o nada, são teias múltiplas de entendimentos, são metáforas indecifráveis. O vento leva o que existe de mais pesado,deixando o que há de mais leve em mim. Tudo faz sentido sem sentido algum. Os sons se materializam em minhas mãos. Cada melodia pulsa em meus ouvidos. Qualquer dito vira um efeito erudito dentro do meu labirinto dividido com quem se abraça comigo. Um estrabismo me leva a desdizer o que deveria ser dito ao son dos meus gemidos.

O que há em mim é mais do que alvorada, são matizes de cores várias, são combinações sombrias. O que se mantém de bonito em mim cria raízes, sustenta meus galhos ressequidos. Minha opaccidade é madrasta. Minhas cores mortas são traiçoeiras, são viradeiras, são noturnas, para o que habita de mais luminoso que há nas minhas entranhas, engaiola meus sentimentos ternos, joga pedras no céu e alcança o mar.

Elany Morais

Todos os direitos reservados Elany Morais


SÚPLICA

Meu Eu como as flores no deserto grita por cuidados e desvelos
Sonhos,fantasias,devaneios, minha alma aflita anseia em tê-los.

Como pássaro ferido que reconquista seu voo
Sigo aos gemidos em busca do meu mundo que em silêncio destoa.

Meus olhos choram essa vida de felicidade vazia
Ao se evadir no alento da melodia da canção tardia.

Elany Morais

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domingo, 20 de outubro de 2013

FUTURO DUVIDOSO


A escassez do meu futuro vai se desenhando na areia movediça. Minha futura morada vai se desfazendo no ar. Minha existêcia pós é esquiva. Meu aqui agora está aos solavancos. Nunca é o momento do meu futuro.
Vou me desfazendo em pedaços, ficando em galhos do tempo, sem ousar interromper o impossível. Tudo escorre por entre meus dedos como óleo. Chegará o momento em que me recolherei como poente no morrer das horas. E só restará o luto nas mãos despertas.
Nesse terrível destino, meus sonhos serão desarrumados, ficarão inertes na infinita inexistência. Sobrarão apenas os reflexos impregnados no espelho da memória da vida em curso.
Mas meu existir não se resigna no hoje. O tempo se encarrega de lançá-lo na poeira do vento,porém vou teimosamente solidificando-o nas rochas presentes.
Meu por vir não será rascunho, nem me ensinará a morrer. Insisto ainda em calçar os pés em terra, trilhar o último caminho que não terá ninho para meu ser fragilizado e marginalido.
Nada posso fazer para permanecer no dia eterno, para a noite não há remédio. A transparência do que poderá ser, não me obriga a aceitar, mas não me faz padecer.
Elany Morais
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"PÉROLA VIVA"

Eu quero a pérola da meia-noite. Ela me faz penetrar-me no mais recôndito do meu ser. O seu olhar inumerável me faz tremer.Sua voz é uma incógnita que me faz feliz e ao mesmo tempo padecer.

A pérola negra invade minha alma,fazendo de nós a soma do infinito no gozo do amor perfeito,mas com todos os seus desvios sem as marcas frontais.
Nossas almas se enlaçam, nossos corpos nascem para saciar o desejo que respiramos. Somos luas vertidas em luzes, a noite se faz alvorecida em nós. Espreito sempre nossa claridade para nos banhar no nosso mundo único onde nossas peles só sabem apenas uma liguagem: amar.

É na noite tranquila que nossa vida se faz dia. Nela, despimo-nos da saudade que aperta o peito de duas vidas fundidas em um único ser.

Pérola viva nas minhas madrugadas sustenta minha alegria como as raízes sustentam as ávores, traz consigo a palavra que me cura, na nossa poesia,eu renasço, fazendo-me a abrir janelas para um por vir onde de amor em me enlaço.

Esse ser que tornou meu eterno querer, num vislumbrar de jardins de delícias, com palavras doces e carícias devolveu ao meu vaguante espírito a audácia de ser eu, sem as mil faces, e a coragem de viver sem deixar o que há de mais belo na escuridão padecer.

E continuamos a partida, desbravando muros e abrindo caminhos nas estradas para nossa magia e encantamnto entrar e fazer morada na nossa alma que não sabe fazer nada mais além de nos amarmos.

Elany Morais

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sábado, 19 de outubro de 2013

À BEIRA MAR


À beira mar, todos os sonhos se põem a bailar, a ganhar asas sem limites para voar. À beira mar, tudo que pesa fica leve, a alma escura fica branca como neve.

À beira mar, tudo pode acontecer, o destino gira sem algemas, tornando o anônimo se fazer a conhecer.

À beira mar, os sentimento mais puros vertem nos poros, privar-se da companhia das águas salgadas é um estilo de vida simplório.

À beira mar, os olhos se deleitam com o espetáculo do milagre da existência, mas ver tal beleza é somente para almas que se vestem de paciência.

À beira mar, sempre se espera um amor acontecer, pois isto é a esperança de quem quer na vida permanecer.

Elany Morais

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ANGÚSTIA

Pode ser em qualquer canto, meu eu se desdobra em pranto ao sentir a dor do desencanto. Minha alma vive do espanto e não se apazigua com tantos falsos que se julgam santos.

Não há jeito para meu espírtio jogar ao alto todas as dores que g...uardo no peito. Mas qualquer palavra carregada de mel produz imenso efeito na minha cansada alma que vive num eterno leito.

Abraço-me ao tempo para que ele carregue para londe de mim todo meu desalento. Mas chega o momento que minha matéria se cansa de toda essa angústia que me traz o pensamento.

Intimo as horas que elas não podem parar,que levem sob seu véu toda dor que em mim insiste em não querer passar.

De qualquer forma,sempre desbravarei caminhos para tudo que me prende, para o que me faz infeliz abrir voo para distande de mim pairar.

Elany Morais

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AUTOPROTEÇÃO


Busco eu em cada movimento, em cada cor, em cada imagem, em cada rosto, em cada voz, em cada ser o encanto de viver.

Às vezes, convenço-me de que tenho sorte, pois muitos, por não saberem ser felizes, ineventaram a morte.

Recorro constantemente ao meu convencimento de que vivo eternamente em um segundo, sem muito desalento, portanto, assim minha existência abrange o infenito do tempo.

Com essa magia de existir,lanço mão do meu recurso interior para minha alma entender que não é tão trágico perder um grande amor.

Pode ser uma evasão, uma solução, uma forma de não dilatar a alma com múltiplas dores fortes e encontrar o encanto que há na eterna morte.

Elany Morais
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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

AMOR IDÍLICO

No morrer do dia, no correr das horas, a beleza do poente me invade trazendo consigo o cheiro da existência. E foi ao sentir o beijo suave do vento que me veio o pensamento de que o prazer não é para sempre.

Mesmo sabendo que o viver é efêmero, experimento um estado de graça. A paz penetra meus poros sem pedir licença.Ouço o barulho da confirmação da existência do meu espírito no espaço, na natureza... Os elementos naturais visitam-me de súbito, convindo-os a entrar e a cear comigo por longos tempos,mas como todo sonho glorioso é muito breve, esse amor idílico se diluiu na mesma rapidez de sua chegada.

E de repente, vem-me uma saudade imortal daquilo que não era meu e que jamais será eterno na minha aflita companhia. Agora só me resta sentar à rua a espera de uma desejada vinda sem hora marca para uma volta sem promessa de retorno.

Elany Morais

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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

MISTÉRIOS

 
Num descuido, meus olhos se dilatam e a vida se apresenta no seu emaranhado de teia com suas multiplicidades. São fios com voltas imprecisas, sem destino certo, sem roteiro para fins.


Vejo-me num barco sem remo em meio a fúria da tempestade, sem ao menos prever a possibilidade de uma futura chegada em algum lugar.

Não sei para aonde a vida me leva, não atino para o que ela faz de mim. Ora sou bicho preso, ora sou  as revoadas do condor. Minha alma não sente com precisão se os que me cercam são apenas ornatos e eu o futuro  pó do chão.

Que mágica pode fazer do meu pensar, do meu sentir, do meu querer algo que ninguém poderá saber? Meus sentidos não dormem diante desses imensuráveis porquês para entender o sentido de viver.

E assim ,vou seguindo nesses caminhos que ora são flores, ora são espinhos. Não sei se estou ilhada ou se estou no deserto, se ainda há muitos começos ou se o último fim está perto.

Elany Morais

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BELEZA RARA

 
Hoje quero falar de uma beleza rara!! Não falo de braços, pernas, quadris, falo do todo e, não, de partes. O todo começa pela visível sensibilidade daquele ser tão luz, tão riso, tão fada, tão leveza, tão alegria...


Não sei se dentro de seu poço escuro, há tristezas veladas, dores disfarçadas, revoltas, medo irremediável. Só vejo em seu reflexo energia revigorante, de onde resplandece o amor. Na face em que meus olhos, que não são míopes, alcançam existem fontes aproximadoras, desejos fugitivos, mãos estendidas, corpo convidativo, voz possante, delirante, sedutora, acalentadora...

Esse ser que traz até meus ouvidos melodias, esperança, salvação...Grita meus gritos, proclama uma amor que também me faz companhia.

Minha alma está completa, regozijante, o vento de sua beleza penetrou silenciosamente meu ser, fundimo-nos num só querer, num só desafio, num só pensar, num só desejar, numa só dor, num só labor.

Um canto me diz que sua força, seu poder, seu amor, seu mar vieram para aqui na minha casa morar. Rendo-me a tua majestade, fique na morada, fiquei para nunca mais voltar.

Elany Morais
 
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LINGUAGEM INCÓGNITA

Vais vozificar meu silêncio? Vais traduzi-lo? Minha alma são de muitas vozes, de múltiplas linguagens. Não sou um ser, sou seres. Há em mim várias formas do dizível e do indizível.
O que digo pode não ser o não dito. O que não  é proferido pela minha esquiva alma, é impenetrável, indecifrável, aliás, quase intraduzível.

Se quiseres entender meus inversos dizeres, há que se aconchegar no meu íntimo, tocar-me espalmadamente, esquentar minhas entranhas, há que penetrar meu âmago, há que desbravar os mais diversos caminhos com sinuosas curvas, entraves, poços e fendas...
Se possível for sentares junto as minhas falas aladas, voarás com elas, colherás o que é jogado com imprecisões, com muitas definições e inversões.  Sentirás  que o vivido e sentido por meu exigente espírito o que não é compreensível a quem não sabe abarcar  o silêncio, divagar, ou procurar o que pode ser ou não ser.
 
Para adentrar em meu ssignos, faz-se necessário dá formas o que é sentido, sem a exatidão dos verbos, sem qualificação dos adjetivos, há que invariar, ligar como faz as preposições, há que relacionar como as conjunções, há que se espantar como as interjeições.

Ainda queres entender o que digo? Sinta comigo!! Vibra comigo!! Volte-se para dentro do impalpável, do impreciso...

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

terça-feira, 15 de outubro de 2013

AMOR FINO

 
Não sei quando vou receber a grande oferta da vida. Mas espero, espero receber o presente tão almejado.

Ah, eu só quero um amor fino e manso. Fino  nas delicadezas. Amor que não recusa uma mensagem às quatro horas da manhã, que não vê os espinhos como obstáculo para mandar rosas para minha porta, como surpresa  do dia. Quero um amor que encontre alegria em afinar as cordas do violão e compor uma melodia em minha companhia. Quero um amor de traços leves, com música e flor, amor sem bengala, sem prazo de validade, sem prenúncios de dor, se assim não for, para mim não é amor.

Quero um amor manso nas compreensões, seja em qualquer desarranjo, improvisaremos belas canções. Amor  que nos surgimentos dos desavisados problemas não transformaremos as soluções em complexas fórmulas de teoremas.

Amor fino e manso é amor feito bonito. É amor de cuidado, de amparo, de cumplicidade e de felicidade. É amor aprendido pela arte de sentir e de partilhar. É amor embelezado com carinho, atenção, dedicação, trocas de almas e coração.

Ah, se esse amor chega junto a mim, eu abraço devagarinho para não abrir caminhos mesmo que seja estreito para o amor feio que está sempre a espreita para um fim que é sem jeito.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

LIBERDADE ÍNTIMA



 
Não peça para eu ignorar meu próprio ser. Minha alma pode ser impotente, mas ainda é vivente. Quando tudo me parece injusto, esse meu pobre ser busca desesperadamente o último recurso. Quando vejo que meu viver não carrega consigo seu projeto, tudo para mim é superficial como qualquer objeto. Pensar que meus viveres podem ser eternos fracassos, atrofio resignadamente meus tímidos passos.


Não exija de mim que eu seja diferente, pois nasci para não seguir nenhuma ordem vigente. Nunca espere que meu existir seja um jogo perfeito, carrego em minha mala todo tipo defeito.

Não, não peça para eu ignorar meu próprio ser! A vida só tem sentido, seu seguir meu íntimo querer. Que injustiça povoa todo esse mundo, obedecer regras para minar meu sentimento profundo.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

SOU PROFESSOR




 Não sou professora apenas nesse dia
Faço do aprendizado uma grande alegria.

Vida de professora(o) não é somente de dor e lamento...

Abrir os caminhos da mente nos traz alívio e contentamento.

Ser professora(o) é trilhar incansavelmente nos caminhos do saber
É nossa obrigação afastar o medo daquilo que não se pode compreender.

Na alma de um professor(a) existem muitas perdas e partidas
Além de suportar inúmeros diários para corrigir e noites mal dormidas.

O verdadeiro (a) professor (a) carrega consigo os sonhos possíveis do mundo
Mas com tantas dificuldades a impotência se torna um sentimento profundo.

O/a professor(a) possui poder de condução para aventuras da vida
Estimular, compreender, questionar, comunicar são elementos de sua grande lida.

Nos braços do(a) professor(a) os alunos podem encontrar compreensão amizade e abrigo
Mas temos a missão de disciplinar, corrigir sem deixar de ser o grande amigo.

Somos todos guerreiros batalhando contra o injusto sistema
Que almeja deixar todas as almas ignorantes sob suas algozes algemas.

Elany Morais

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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

DESPEDIDA



 Toda despedida dói, principalmente, se nos despedimos de quem muito amamos.
A última voz, a última palavra, a última dor, a última lágrima, a última partida. Bato a porta pela última vez, não olho para trás. As lembranças estão ...confusas. Não sei se houve amor, se houve só dor. Fusão de almas, não sei. Não sei mais o que fui para o outro.

As ruas, as paisagens fogem de mim. Parto com medo, mas sigo determinada, ficando para trás nossas juras de amor, nossas fotos, nossas criações, nossas fantasias...Deixo nosso mundo, deixo nossa poesia, deixo nossas descobertas...Tudo se partiu, tudo escureceu.

Fica para trás nossos medos, nossas inseguranças, nossas brigas, nossa paz, nossas reconciliações, nossas trocas, nossos cuidados. Fica para trás um pedaço de minha alma, um pouco de minha vida, meus delírios, minhas crenças, minhas verdades, minhas lágrimas...

Estou indo, sem fé, sem esperança, sem mágoa, sem raiva...Saudade, não sei, talvez será minha única companheira. Vou, sabendo que a noite me espera para me dizer que parti sozinha, que o mundo é grande para minha solidão.

Minha mente não se apieda em me dizer que parto para nunca mais voltar. Que tudo se perderá, que tudo será apagado, que tudo se tonará nada. Que minha porta não se abrirá mais, que minha salvação findou.

Minhas mãos espalmas denunciam minha perda, minha ida, minha insanidade, minha tristeza, meu silêncio. Meus olhos reclamam líquidos para externar o que machucou o coração. Meu peito se rebela para não mais guardar os féis que me são ofertados.

Parto sem dizer nada. Minha boca engoliu todas as palavras que poderiam ser proferidas. Meu silêncio é o último adeus.

Elany Morais

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domingo, 13 de outubro de 2013

DESCOBERTAS DE MIM

Na calada da noite, vou nascendo aos poucos, fazendo descobertas inimagináveis. Um novo mundo ri para mim. Suas portas são amplas, com múltiplas possibilidades, janelas divididas, mas com passagem para uma alma sobrecarregada de malas próprias e alheias.

É no silêncio noturno que vou adquirindo asas triplas, ensaiando longos voos em busca de salvação de mim e de minha criança interior. É nos sussurros desérticos que ouço meu EU gritando socorro, implorando soltura, desejando quebrar correntes e partir em busca da felicidade, da paz tão procurada.

Quando todos os corpos dormem, meu espírito se debate no rastro da verdade, a verdade do meu existir, a minha consciência autêntica. É nesse momento que ouço a voz do outro ser que se revela fundido ao meu.

Somos dois seres em busca de amparo, de vida abundante, sem culpa, sem medo, sem desistência. E vamos fluindo, descobrindo, ganhando proporções nunca pensada. Nesse caminho, vou seguindo cantando a linguagem das flores, da poesia... A melodia vibra com cada orifício aberto para a passagem de uma verdade, que antes era maquiada.

Nesse mundo que aparentemente estou alheia, encontro-me voltada para mim, para meus pesares, meus sacrifícios velados, passados e ignorados. No meu novo existir, alguém me vê com lentes de aumento, alguém sente minha dor, meu padecer, meu desejo e meu querer. Nessas horas, meu outro estende suas mãos, sua coragem e seu coração para minha desolação.

Elany Morais

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"SONETO DA DESIGUALDADE"



Fere meu peito uma triste verdade na atualidade 
Violenta meus olhos a pobreza como cartão de visita
A má distribuição de renda marca a tal desigualdade
Solução parece um caminho distante de minha vista.

É perceptível o rumo lancinante de tamanha injustiça
Mortifica minha alma a cena de pessoas sofrendo fome
A revolta acorda com os ricos se inflando de malícia
Numa terra ondem muitos chegam sem direito a um nome.

A desigualdade social grita em todo e em qualquer canto
O negro por sua cor é a parte de maior discriminação
Depois de tão brava luta é digno de todo nosso respeito.

Nesse mundo fétido vê-se um mar sangrento de desolação
Ser livre para amar ainda  parece ser um terrível defeito
A terra está clamando  a varredura de falsos santos.

Elany Morais
 

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sábado, 12 de outubro de 2013

LICENÇA EXISTENCIAL


Faça-me um favor: deixa-me ser quem eu sou. Corro sempre, sem me voltar para trás como o rio que corre sem ser barrado em suas densas margens. Louca, não sei, mas ouço em silêncio a linguagem das estrelas. Desenho meus eus nas bordas das nuvens. As crianças entendem meu sussurrar sem muito falar. Meu espelho me respeita. Meu futuro é ir ao fim sem obstáculos.

Deixa-me cantar! Não posso ser sempre bela. Sou como pássaro sem lugar para um pouso cansado. Quero gritar sem pudor e sem temor. Todos os dias só acordo para dentro. Faço jogo sem regras. Meu riso é baixinho, silencioso, tímido. Não posso ser disfarce. Meu ser é grande. Mas muitos não cabem em mim. Eu leio muitas gentes, muitos não- ditos. Não sei amar devagarinho. Não possuo o dom de economizar nenhum tipo de amor.

Não peço muito, só quero que me conceda  o favor de permanecer fechada para os males que habita a alma dos que não sabem amar. Sem restrições, costuro-me todos os momentos de espanto e de descobertas. Minhas alegrias chegam de forma dolorosa. Minhas tristezas surpreende-me  com seus contornos caprichados. Minha preocupação macrocósmica é amparar o fio de minha meia vida. Meu coração não bate no ritmo alheio. Ele tem som próprio. Ele tem vida livre.

Por favor, deixa-me ser quem eu sou! Sou vento sem freio. Medo sem amparo. Sou o ramo seco da árvore abandonada. Terra perdida no mundo da infância, aroma indistinguível, vela acesa na tempestade, palavra cortante das gentes . Eu sou a ilusão de cada dia que não passa ao mundo indiferente.

Elany Morais

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SILÊNCIO

O que mais há dentro de mim que não seja silêncio? Sim, há um silêncio vivo, insone, que não se desliga do mundo interno do meu pequeno ser. Ele se configura em vácuo, sem promessa de um som ao longe. Quem pode tocar em meu silêncio? Impossível, ele é uma linha tênue que inunda a paisagem da minha alma. Por vezes, eu mesma posso pegá-lo com minhas mãos e fechá-lo sobre mim.

Há quem não me sinta, mas embalo meu silêncio como se conserva um sonho de ouro. Eu preciso exageradamente dele. Faz-me essencial como meus dois olhos. Com ele em meu amparo, aproximo-me do estado que eu poderia reconhecer como uma estado de leveza, de paz...

Nas minhas andanças pelo meu insondável ser, é isso que busco incessantemente, o meu silêncio. É ele que habita em mim. Faz minha memória alçar, nas alturas, os mais altos voos, resgata minha doçura oculta, promove minha calma arredia, esquiva e insocial... Ensina -me a falar com Deus, faz-me penetrar nas águas salgadas e geladas da maré violenta. Faz-me enxergar as mais variadas realidades desconhecidas pelos meus débeis olhos. Permite-me sentir a minha existência. Desperta-me as mais curiosidades pueris, abre meus sentidos para a beleza e pureza das flores, para a essência do barro, a vivacidade da areia e a felicidade das cores.

Elany Morais

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DESÂNIMO

Há sempre um momento em que o ser inconstante se lança no estandarte da dor. As forças se degeneram. A luz embaça. O coração reclama afeto. O desejo é vitimado. A indolência torna-se inimiga do tempo. Chuva torrencial é vento débil. O mundo
 se reduz a pó. Portas já não há, janelas já não são. Carinhos caem em malas rotas. atenção é fio desfiado. Voz é som que não se distingue. Tudo gira, sem órbita exata, riso é fogo selvagem. A vida se apresenta sob o véu da incerteza, da angústia, do desgosto...!!!
Elany Morais
 
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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

SOMBRA REVOLTA

Eu?!!  Sou a encruzilhada da vida, o cheiro do mato verde, a zona indefinida alma, a lágrima da aurora e aquela que por  Paz  tanto implora.
E se não podes compreender esse velho ser, continuo a fazer saber que sou coração perdido nas arenas, prisioneira indomável, a revolta das "Cartas Chilenas", o espanto alentador, o receio dos indefesos, e  a vida sem amor.

Não duvides! É inacessível a terra da minha emoção, pois sou o começo sem fim, o perdão sem razão, a luz que nunca ilumina, o brilho dos olhos que choram, a força que não desanima.

Não me interrompas agora!! Quero ser livre dessa matéria escrava porque sou  a esperança do túmulo, a tristeza do templo vazio e a infância que o adulto deprava.

Se tens ousadia no teu falar que me julga, digo pois que não tem tanta grandeza porque sou o dom que  te sela, o ressurgir da  verdade temida e luta do homem contra a natureza.

Elany Morais

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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

MADRUGADA FRIA

Parada,estática,inerte,sinto por alguns minutos a água escorrer em meu corpo.Pensamentos desconexos,insanos,vida esvaziada.Já não sinto mais calor,o frio envade minha carne.Preciso de abraços quentes para aquecer minha alma.O abraço não vei...o,veio o grito no silêncio abafado.Meu tempo urge,meu pensamento desatina,a vida vai triste,com sonhos encalacrados.Meu desassogo tira-me as forças,minha garganta fecha em completa letargia,sozinha desolada nessa madrugada fria.

Elany Morais
 
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DOR PERMANENTE


Não tem jeito, é feito dos efeitos mais grosseiros uma dor presente no peito. Há como desprender-se de si próprio no ínfimo leito? Mesmo que mergulhe no fogo, que voe na nuvens, que permaneça num aposento solitário, os sofrimentos serão sempre vários.

Nunca é sonhada a inutilidade de uma caminhada. Seja lá como for, a alma luta freneticamente para se soltar dos grilhões da dor. Essa indesejada das gentes fixa-se no ser como um pedregulhos nos pés. Mutila como uma fenda que corta caminhos.

Aquela que fere olha apenas de soslaio, sempre ousa movimentos estranhos, e chaga num despertar como um raio. Lança no corpo um tremor fremente que desconsola, desanima a alma da gente.

E pouco a pouco sua forma enlouquece, transformando lágrimas em gelo de tanto que se padece. E não é de muita graça dizer que a dor é o ministro de toda desgraça. Ela,como uma lâmina,protagoniza o  fim de toda a existência de completa demência.

Elany Morais

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terça-feira, 8 de outubro de 2013

AMIZADE

AMIZADE

Amizade é aquela coisa espetacular,juntas,as pessoas criam um mundo particular,cheio de cumplicidade,alegrias e saudades.Amizade alimenta a alma, ela é espelho de nossos erros, é um reconforto,é porto seguro, é destino certo.A amiz...
ade,de leve,vai-se desfazendo os mistérios que distanciam as almas afins,assim o sorriso é primeiro caminho para a ilha da delicadeza onde almas como crianças desfrutas das incógnitas bonanças.
Elany Morais
 
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PRECE


Ah!!! Esse meu eterno querer e nunca poder ser o que quero ser!!!

Quero eu levar esta vida bem devagarinho! Que as horas não se apressem!! Que a tristeza não se demore!! Que a felicidade seja agora! E que o mal do mundo não se demore!!

Quero ver a água do rio passar sem desespero para desembocar em qualquer lugar. Que o sol atenda meu pedido de manter a sua luz vermelha para eu mirar. Quero que minha alma seja uma pena, mas não para o vento levar. Que meu coração não vaguei de dores em dores sem destino certo para pousar. Que eu não obedeça a tristeza que manda  todos os corações amantes  chorar. Que não morra em meu peito todas as aspirações que meu ser vem sempre a almejar. Que o túmulo não fosse a morada certa que todos teremos que habitar.

Elany Morais

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SOL

O sol se enrolava nas tardes de outubro. No ar voava o vento e o pó. Na minha face parecia o sol estar a descer lento e preciso. Ele em sua cor escarlate ficava a brincar nessa fornalha que sinto em qualquer parte.

Olhos hirtos no deserto a pensar, o calor do sol me fazia alucinantemente delirar. Era um sentir,um sonhar, a temperatura me levava a desvairar.

Queria eu com o astro palestrar, contar os segredos que meu ser não pode calar. Queria saber dele como faz para tanto brilhar e a muitos fascinar. Mas pedir clemência para que ele abandone a fornalha e não nos escaldar.

Peço com veemência que o sol convide a lua a nos acompanhar nessa linda jornada do iluminar.

Elany Morais


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VOLTE


 
Se ainda quer que eu a ame  agora,
Volte,volte logo...
Não espere o brilho de uma nova aurora.

Não se encha de tantas verdades,
Volte, volte logo...
Abandone essa sua dura austeridade.

Se acredita que meu amor tem algum valor,
Volte, volte logo...
Quem não ama de verdade sofre uma grande dor.

Acredite que o orgulho é uma grande vaidade,
Volte, volte logo...
Quem deixa o amor para depois perde o vigor de sua idade.

Se dessa forma nos deixemos,
Quero que volte logo...
É porque bons momentos não vivemos.

Elany Morais

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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

IMPOSSIBILIDADES

Neste imenso silêncio, impossível me perder no labirinto das horas. Mas o que posso saber eu do tempo? Meu tempo, meu ruído, eu mesma construo. Qualquer coisa ou coisa nenhuma pode me bastar. E se as horas soassem em meus ouvidos? Poderia eu captura-la? Nessa impossibilidade palpável, comporto-me como o pássaro descompromissado com o pouso.
O que é essa vida se não é o circulo da impossibilidade? É impossível eu ser o outro e o outro ser eu. É impossível eu construir o meu todo sem nenhuma parte, caber meu céu, meu paraíso e meu inferno no meu ser sem se digladiarem, tocar na sombra virgem das estrelas...Essas questões me confundem até as profundezas de minha exaustão.
Impossível, impossível...Eu não odiar qualquer tipo de contagem, não dissipar minha poupança de amor. Impossível  não morrer pouco a pouco, impossível amar-se em nome de todos os tormentos,sentir iluminação na prisão, detestar fantasia em cauda de cometa...Impossível a terra não gemer e o verde não ser violado.

Elany Morais

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DESEJO

D existência da dor
E fêmero da vida
S ilêncio da voz
E ssência do ser
J ulgamento do querer
O fensa do existir

DESEJO - IRRECONHECÍVEL

Elany Morais

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domingo, 6 de outubro de 2013

DESEJOS

 
Uma mente e vários desejos: não andar mais pelos mesmos caminhos já pisados. Deprime-me passos repetidos. Cansei dos mares agitados.


Ai, quem me dera preencher o vácuo que se apossa do meu espírito!!! Abandonar a saudade que me afoga como as águas do mar revolto. Que meu medo não seja uma emoção indivisível! Medo esse que é incontestável para me relembrar que minha existência tem prazo de validade marcado.
 Desejo meu é não ter mais silêncio como resposta ansiosamente esperada. Não esperar um único rebento que nunca virá. Não cegar para o desfiar do espetáculo da vida. Que minha idade não fosse uma fonte de interesse alheio! Que o remédio para a cura da ignorância não fosse lido apenas as orelhas! Que um poeta não fosse feito apenas com versos! Que meus perigos não fossem criados por mim! Que eu não presenciasse inerte a destruição da língua-mãe!! Que eu pudesse viver todos os livros! Que meu amor não fosse mendigado, afogado, ignorado, espezinhado! Que minhas quedas não fossem sentidas! Que minha alma fosse um linho sem mancha!! Que meu jardim não se ajoelhasse para os transeuntes! Que os pássaros não precisassem fazer campanhas de vida!! Que os gestos da minha ingenuidade continuassem intactos! Que o trem não me esqueça em cada estação...!!!

É desejo meu embriagar-me em cada beijo dado!! Sorver lentamente cada gole da vida!! Que minhas ilusões sejam todas defuntas!! Guardar na minha inconsciência infinita o rosto da terra que me abriga por tão pouco tempo! Que eu não seja imperadoras de planos infundados! Que minhas palavras ferinas não sejam jogas ao vento!! Que o amor seja realmente eterno como todos pregam, mas que não dura diante de agitadas tempestades...!!!

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais


 

sábado, 5 de outubro de 2013

MUTÁVEL


Mutável eu sou. Meus velhos sapatos já não me satisfazem mais. Meus desejos não crescem mais dentro de mim.  Minhas blusas desbotadas não me autorizam a displicência plangente. Minha identidade não se encontra nas coisas tangíveis. Minhas mãos correm em busca do avesso. Meu tempo morreu. Preciso reinventar meu próximo barco para que eu prossiga o meu navegar.

O fogo que consome meus encantos, faz-me seguir em outros caminhos, talvez, mais estreitos, com desfiladeiros espinhosos. Mas as adversidades alongaram minhas pernas, endureceram meus pés, erigiram meus braços, ofuscaram meus olhos... Se tenho visão de túmulo vazio, são marcas das dores vencidas no desenrolar da vida.

A sombra da minha dor não engrandecerá no meu ser, ilusões não serão meus sonhos irrealizáveis, meu mole cansaço não estará mais em minha tediosa companhia. Rolarei pelo espaço, não abrirei meus braços para quem quer fazer arruaças em meu pequeno espaço. Se não me conheço, não me aventurarei em mais nenhum começo, pois será sempre do mesmo jeito do que já tem sido feito.

Não sou pouco espantosa, mas mudo de casca sempre quando o infortúnio me acha, e se isso me rechaça, lanço fora minha casaca e sem destino certo me jogo em outras paragens, sem garantia de retorno para as mesmas paisagens.

Mutável, penso que ainda sou, não permaneço com o mesmo vento que me enche de tormento, e me sustem no vício do lamento. Depois de tantas tempestades e naufrágios não me dou a ousadia de ficar estática, esperando um destino duvidoso. Faço uso do papel colorido que a vida ainda não me confiscou, amasso- o para recomeçar, com esperança de novas andanças sem os velhos dissabores que me inundam de desgostos pavorosos desse fim tedioso, que é deixar a terra sem saber o certo se o fim está longe ou perto.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

O COMEÇO

O princípio me fascina, pois não tem sabor de fim. É um combustível que me impulsiona para direção frontal. Conduz para um movimento frenético. Não me deixa estática, inutilizada.

Minha única fonte de alegria é o começar, o fim é sempre meio de muito pesar. O prazer da minha existência está no principiar, no dá partida, atirar-me para frente...A vida é o começo. São nos começos em que se descobrem os encantos.

O começo de todos os dias mexe com minha alegria, minha vontade de viver não esfria. O cumprimentar dos raios solares de cada dia surgem diante de meus olhos como um grande espetáculo de magia. Na primeiras horas da manhã, é deleite meu sentir o desabrochar das rosas na minha companhia.

Elany Morais
 
Todos os direitos reservados a Elany Morais

RECORDAÇÕES

 
Os pontos fixos de minha memórias se rebelam, mas eles são invioláveis, pelo menos devem ser invioláveis. Carrego-os em caixas fechadas, com lacres indivisíveis. Aqui me tenho com eles, estática, perdida, sem saber o que fazer com aquilo que não posso recusar.


Como me desfazer de memórias febris, completas de resquícios tradicionais? Elas me submetem a um estado de opressão mental,  hostilizam-me , transbordam em mim...Sinto que são meras futilidades, mas estão ali, fixas, intocáveis, irremovíveis...

É um fardo pescar um meio de condução para o vazio de tais memórias impiedosas, cortantes, dilacerantes...É em seu poder destruidor que pousam a sua intocabilidade, a sua permanência , a sua não remoção ou extinção...

Essas tiranas recordações fecham os portões para que a vida me apare, me abrace, me aconchegue em seu longos braços. Sua impassividade me paralisa, mortifica-me...

Mas minha força é ousada, percorrerei caminhos em busca de removedor daquilo que parece inabalável...A direção aponta para um desfecho onde não mais sobrará nenhuma sombra de memórias fixas.
 
Elany Morais
Todos os direitos reservados a Elany Morais

COISAS MINHAS


Minhas limitações têm gosto acre, minha perfeição é desvio sinuoso, meu desejo é pressa sem chegada. Meu grito de socorro se dar na espera, a beleza do meu existir está no que posso sentir. Minha busca tem mapa certo, meu poço não se enche de afetos, a pedra que me para possui rumos incertos.

A minha calma é mar revolto, meus pensamentos são turbilhões em laços, minha recusa é de indolentes passos. Meu silêncio é faca afiada, meus dedos repetem os terços, e as vozes não me dizem nada. Repudio o querer das gentes, pois  minha alma grita muito descrente.

Minha idade nunca será um mar imenso, meu caminho não será um destino exato, minha presença estará vestida de forma silenciosa, minha escuridão será sempre um imenso  fado.

Meu temor é onda em  movimento, minha prece é um bem precioso, minha noite é infindável tormento, meu sonho se mantém silencioso.

Elany Morais
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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

NOSSAS VIDAS


Eu vagava a procura de alguma coisa que me era essencial.Nessa busca desesperada,eu quebrava  todas as regras e negativas que habitavam meu ser errante.Tudo submergia nas minhas águas,mas eu emergia poderosamente com formas aladas

 Na minha aventura dolorosa,eu me organizo.Minha alma vibra com meu achado de mim mesma.Eu estava num tripé que voava sem a direção do meu coração.Agora,ele pousa fundo,nas profundezas de minha alma solitária, a fazer de minha vida uma peça recriada.Assim,a velha vida arranjada é totalmente abandonada.

Atravessei a divagação,ela chega em forma de alicerce e me dá a mão.Sozinha já mais não sou,ela chegou,bateu à porta e entrou.Entrou no meu eu,fazendo folia,nossos eus se fundiram em plena euforia.Fusão perfeita sem explicação,invadiu-me a fazer morada em meu coração.A imagem dela entrou em mim como a tela de Monet,por isso vejo que não estou com a mente sã,mas sinto que nossos corpos são feitos da mesma lã.

Meu tripé me alcançou,contou-me seus desejos,fez-me juras de amor,sentiu minha ternura,embebeu-se em minha meiguice,brincamos no imaginários e nos privamos de carolice.

 Nossos corações não mais despedaçados,sentaram -se um ao lado do outro,cochichando alegrias,sem fazer muito rumor,deileitando-se no milagre da cura por amor.Céu,delícias,afagos,carinhos não mais eu dozo,pois nossas vidas seguem felizes à base do gozo.
ue me era essencial.Nessa busca desesperada,eu quebrava  todas as regras e negativas que habitavam meu ser errante.Tudo submergia nas minhas águas,mas eu emergia poderosamente com formas aladas.
 

 ANÁLISE LITERÁRIA POR NÉA TAUIL SOB UMA PERSPECTIVA PSICOLÓGICA
 
"NOSSAS VIDAS" é uma obra que demonstra o poder de cura do amor, da intimidade e possibilita ao leitor acompanhar o processo de mudança dos padrões individuais de funcionamento com a chegada e vivência do amor. Sim, as dores e dificuldades individuais que vivemos na infância registram, em cada um de nós, um padrão de funcionamento, que é responsável por nossa maneira de atuar e nos defendermos nos momentos de sofrimento, por isso que " na minha aventura dolorosa eu me organizo". Mas o encontro amoroso que faz "nossos eus se fundiram em plena euforia" não acontece por acaso, pois quando duas pessoas se juntam é porque suas dificuldades são semelhantes, mesmo com histórias diferentes, "sinto que nossos corpos são feitos da mesma lã". Assim, a medida em que a intimidade aumenta, passamos a confiar e a entregar um ao outro, mesmo correndo o risco de nos machucarmos e sermos rejeitados. Mas, é o amor que nos leva para a compaixão. Ter compaixão pela dor e pelas dificuldades do outro enriquece a relação e é dessa troca amorosa que brota a possibilidade de curar-se e curar o outro, pois são nos momentos difíceis de crise que a raiva e a mágoa tomam lugar tornando necessário a compreensão e ajuda, pois o amor que promove a cura é um processo de aprendizagem e crescimento capaz de deixar "nossos corações não mais despedaçados..." "deleitando-se no milagre da cura pelo amor"

Néa Tauil
 
NÉA TAUIL é Especialista em Psicoterapias Dinâmicas pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Especialista em Psicoterapia de Técnicas Integradas (Psicodinâmica, Cognitivo Comportamental e Familiar) pelo Instituto Fernando Pessoa de Porto Alegre e recebeu o Título  de Especialista em Psicologia Clínica pelo Conselho Federal de Psicologia.
 


É autora do livro de Poesia Pérola Viva e coordenadora das Antologias Poética: Poetismo Brasileiro, Ecologia Brasileira e do Guia dos Escritores  Brasileiros, publicados pela ABNL Editora, SP. Escreveu o prefácio do livro Pedaços de Mim da autora Lidioneti Milani - ABNL Editora, SP e do livro Homem e Mulher Num Encontro Especial da autora Leonice Pesci  Vidotto - ABNL Editora, SP.http://psicologaneatauil.blogspot.com/ .


 
 
Todos os direitos reservados a Elany Morais e Néa Tauil