É NOITE

É NOITE
Elany Morais

A noite chega
E por trás de seu véu escuro
Vem a incerteza, o inseguro! ...
E com ela vem as horas mornas
Que se arrastam,
Trazendo ideias cruas e tortas!

Nela, eu poderia me aconchegar
Em suas frias mãos,
Mas fico hirta no terror
Da mais vil solidão!

A note chega
Sem ruído, com o medo de menina,
As palavras morrem,
trazendo o frio nas costas
E despertando sonhos encrespados
Na minha pele fina!

Caxias - MA, 30 de junho de 2014.

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SAUDADE

SAUDADE
Elany Morais

Como não dizer que a saudade é tanta
Parece-me que jamais haverá jeito
Para aliviar a tua ausência aqui no peito...
Que de tanto doer minha alma não levanta!

Não sei se esse meu estado é defeito,
Mas talvez o teu espírito se espanta
Com meu lamento preso na garganta
Sempre quando sem ti eu me deito!

Tua ausência é minha tormenta noturna
Porque vivo presa em eternos delírios
Com tuas formas brancas como a bruma

Que nunca se mostra de maneira diurna
Em largos campos, com lindos lírios
Para que possa te sentir como pluma!

Caxias- MA, 30 de junho de 2014.

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APELO

APELO
Elany Morais

Não me jogues palavras cansadas
Nem gestos bruscos com leve receio
Não me deixes de pálpebras pesadas...
Nem com pressão que me abre o seio.

Não rompas as minhas fibras ao meio,
Pois ficarei sem rumo como desvairada
Privada de lucidez e de um leve enleio
Com essa sorte impiedosa e pesada!

Assim, meus sentidos não serão unidos,
Pois haverá somente em mim gemidos,
Sem que minha alma venha a se misturar

Com a alma e o corpo da pessoa amada,
Não me sobrando nessa vida um nada
Para esperar a existência assim passar!

Caxias -MA, 30 de junho de 2014.

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OMBRO AMIGO

OMBRO AMIGO
Elany Morais

Enfim, depois de tanto grito passado
Após tanto dissabor e tanto perigo,
Hoje encontro em ti um ombro amigo...
Que antes por mim não era encontrado!

É felicidade está contigo ao meu lado,
Sem a solidão de um tempo antigo,
Em que meu coração vivia atribulado
Por não ter tua companhia comigo!

Pode ser destino de algum ser humano
Diante da bondade amiga se comover
E querer fugir do que lhe parece engano

Mas que não se sabe ou não se explica
O que dentro de cada um pode nascer
Mas por frieza humana não se multiplica!!

Caxias - MA, 30 de junho de 2014.

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VISÃO

VISÃO
Elany Morais

Há um misto de alegria e dor agitada
Nessa vida misteriosa e maçante,
Todos vivem na incerteza flutuante...
E com falsa verdade recatada!!!

Muitos a veem como algo deslumbrante,
Outros de forma severa e tresloucada,
Há os que a veem como donzela perfumada
Ou como a dama de vermelho inebriante!

Caxias -MA, 30 de junho de 2014.

 

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DEVANEIO

DEVANEIO
Elany Morais

Cheio de dúvidas é esse coração,
Com todas as ideias contraditórias
Que não fazem morada na memória...
Fazendo de tudo uma louca invenção.

Vive a deformar tudo em profusão
Mas limpando os riscos da memória
Para não ser cúmplice da história
Que muitos jamais entenderão!

Mas não é maldade ou covardia
São as facetas da vida sombria
Que muitas vezes merece desprezo

Porém dessa realidade não fujo
Nem deixo o peito puro ficar sujo
Com o mal que não vive preso!!!

Caxias -MA 30 de junho de 2014.

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MENINA TRISTE

MENINA TRISTE
Elany Morais

Ah! Que lembrança de menina triste!
Menina pálida que sofreu sozinha,
Mas mesmo sozinha no tempo resiste....

Ainda existe a menina de olhos ausentes
E que a solidão a fez um ser pensativo,
Mas que agora não sabe o que sente.

Não sabe tudo, mas não é menina muda
Porque da vida não herdou quase nada,
Mas que não deixa de desejar quase tudo.

Ah, menina que nunca teve caminho santo,
Enveredou por tudo que existe no mundo,
Mesmo caindo em si por tanto desencanto.

Caxias -MA 29 de junho de 2014

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TUA CHEGADA

TUA CHEGADA
Elany Morais

Tu vens como a brisa do mar, discreta!
Surges do rio silencioso, manso e frio
E não se vale de pompas nem de navio,...
Chegando com face lívida, pálida e quieta.

Trazes nas vestes finas sombras e afeto,
Mas nas palavras vem um tom sombrio
Talvez seja para desbravar o meio bravio,
Que traz o mundo em seu feio aspecto!!

As mãos brancas vêm repleta de rosas
Como se fosse uma fada miraculosa
Ganhando forma e muitos espaços,

Sem anunciar que tua chegada vinha
Com o som manso da água marinha
Sem fazer alarde e nenhum arregaço!

Caxias - MA, 28 de junho de 2014.

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EFÊMERA ALEGRIA

EFÊMERA ALEGRIA
Elany Morais

E assim as horas de alegria vão sumindo
Como se fossem seres ágeis e voadores,
Com o escasso alimento conduzindo,...
Para não sofrer a perda e dissabores.

Essa fuga priva os olhos das multicores
Porque o brilho da vida logo vai sumindo,
Deixando a escuridão com rastros de dores
Que parece um vale de lágrima infindo!

Para os mortos nada disso mais importa,
Mas ainda tateando procuro uma porta
Sem que o tempo indiferente não destoa

Para não minar a esperança que temos
Nem no mar abandonarmos os remos
E fiquemos sem remo e sem barco à toa.

Caxias - MA, 28 de junho de 2014.

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CÓDIGO DE ACESSO

CÓDIGO DE ACESSO
Elany Morais

Eu sou uma mulher com doce e fel,
Eu não tenho o que muitos estão
A procurar,...
Mas não há em mim segredos entre muros
Nem vivo de olhos mergulhados sobre
O mar.
Contento-me com a flor desabrochada,
E com apenas pequenos gestos de carinho,
Não sou nenhum poço de amor,
Mas também não sou mares de espinhos.

Caxias -MA, 28 de junho de 2014.

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REDOMA DA DOR

REDOMA DA DOR
Elany Morais

Minha dor é uma redoma ideal
Com solidão cortante e sombria,
Onde um abraço nada mais faria,...
Num destino escuro e sepultural.

As paredes desenham as agonias
Com gemidos por um súbito mal,
Prevendo a triste vinda do funeral
A bater na porta em qualquer dia.

Minha dor é um cofre de martírios,
Onde não há a felicidade dos lírios
Nem a esperança e paz de alguém.

Nessa redoma onde sempre moro,
Não existem dias que eu não choro,
Mesmo assim não aparece ninguém.

Caxias -MA, 27 de junho de 2014.

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IRRISÍVEL

IRRISÍVEL
Elany Morais

Nunca tive muito jeito para ri, quando menina
Nem de conter minhas lágrimas choradas,
Eu não tinha as peraltices de menina traquina...
Mas não perdia os bichos de nuvens por nada.

Aquietava-me na escuridão, com visão gelada,
Sendo afeita ao som longínquo do violino,
Mesmo distante sem ouvir quase nada,
Contando apenas com a vontade do destino.

Não pude abraçar um mundo idealizado,
Nem desfrutar das regalias do recreio,
Encontrava-me cansada de peito cheio

Por me jogarem num mundo precipitado,
Sem saber para onde ia nem de onde veio,
Mas apenas com um sonho lindo desejado.

Caxias -MA, 27 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

VAZIO

VAZIO
Elany Morais

Um dia, mais outro dia... E de repente, a taça cheia, não de vinho, mas talvez de areia. E ela se ergue aos meus confusos sentidos, transbordando de nada, ao som dos meus tristes gemidos. E assim, os olhos perdidos, convencidos da falsa promessa do esperado paraíso. Esse paraíso que todos sonham com a glória do amor, mas a verdade cortante cisma em mostrar o reino lodoso de apenas dor.

De braços estendidos, com a esperança vencida, os inimigos pensamentos declaram notícia de que os dias felizes já foram perdidos. E como peixe perdido na areia do amar, só resta a morte lançar sua face para tudo findar.

Esse é o destino de quem quer a vida no amor encontrar, pois o amor do outro é faca afiada pronta querendo cortar. E corta os pulsos, a carne e o destino, deixando a vida entregue para o algoz comandar.

Caxias -MA, 26 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

VENCIDO

VENCIDO
Elany Morais

Como viver daquilo que se perdeu!
Não restará mais força para avançada,
A vida será como a de quem nunca venceu...
Nenhuma guerra mesmo que não declarada.
Assim sem vitória nada se multiplica,
Somente as dores que há de se padecer,
Na vida que sempre mais se complica
Mesmo que não se disponha a perceber.
E se o fracasso é prematuro
Não se deve aceitar nem de forma provisória
Tem-se que ultrapassar qualquer muro
Para sair da batalha com a vitória.

Caxias -MA, 25 de junho de 2014

 

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REMIDA

REMIDA
Elany Morais

As dores passadas não ficarão em minha memória
Nem que eu lute sempre, sempre cada vez mais
Até que os lenços sejam pendurados nos varais ...
E eu cante esplendorosa o hino da vitória!!

Não erguerei mais a taça sobre os gemidos,
Com dores, angústias e alma em frangalho
Como pequena folha seca em um galho,
Cobrindo-se de fracasso dos vencidos.

Caxias -MA, 25 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

SILÊNCIO

SILÊNCIO
Elany Morais

Tudo não passava disto:
Um som, uma luz apagada,
Um grito vencido,...
Uma porta aberta e
Um pé na estrada!!

Nenhuma voz dizendo:
" Venha, logo vou abrir".
Era um desejo em vão,
Pois tudo estava perdido.

Caxias -MA, 24 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

RECUSA

RECUSA
Elany Morais

Não quero viver atormentada assim:
Com ciúmes, com pressa, com saudades,
Sem ardor, sem desejos, sem carinhos,...
Com angústias e sem felicidades,
Cravando sobre a pele somente os espinhos.

Não sei se assim virei em todas minhas idades,
Se ao longo da vida encontrarei outros caminhos
Que me livre de tristezas, indiferença e falsidades
A viver em pleno campo, ouvindo o canto dos passarinhos.
 

Todos os direitos reservados a Elany Morais

TUAS IDAS

TUAS IDAS
Elany Morais

O que fazer de mim sem ti agora?
Morrer de solidão antes da hora?
Disseste para mim um malogrado sim....
Foste sem me dizer sequer uma palavra,
Levando um coração de pedra que apenas o sol lavra.
Por que o destino tão impiedoso te fez assim?
Sempre me deixa aos prantos no meu frio leito
Mesmo que nada para ti eu tenha feito.
Já houve tempo em que fugiras,
Deixando apenas a lembrança de tua lira.
E hoje é a tua sombra fria que me cobre
Impedindo-me de ser uma alma rica e nobre,
Fazendo de meu corpo a casa onde a morte mora
Porque tu como és impiedosa sempre vais embora.

Caxias -MA 24 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

PROFISSÃO DE FÉ

PROFISSÃO DE FÉ
Elany Morais

Ensina-me a fazer um rosário de alegria. Pacientemente, contarei conta por conta, sem me fadigar. Ensina-me a apagar as chamas que destroem a próxima prece. Instrui-me a prender a vontade de fugir. Diz-me como posso não mais atirar palavras ao vento, num tempo, que sempre passará e que jamais voltará. Ensina-me a não me conformar em ver somente as nuvens passarem. Confessa-me a conjugação estelar noturna. Conta-me como dizer adeus sem o aperto cruzado no peito. Revela-me o segredo de rasgar o véu, onde se encontram todos os mistérios da existência. Não oculta de mim: como dizer até logo, querendo ficar. Não me repasse a herança da prisão dos passos velozes. Vigia-me as lições da ausência indesejada. Revela-me a geometria do amor perfeito. Conserva em mim o temor da batalha fútil. Ajuda-me crer no que é possível, desilude-me da eternidade ilusória. Ensina-me a criar o que não me será ofertado. Deixa-me cantar a canção dos mudos. Desvirtua minha pontaria única. Reza comigo, pois o baile parou e os pés juntaram-se na poltrona dos esquecidos.

DESPEDIDA

Triste e solitária volto a minha face para trás.Tremo quando vejo teu vulto desparecer entre os beirais.Na estranha curva do caminho,ainda olho na esperança de ver teu sorriso para mim.Fiquei a pensar que nessa triste vida há tantas incertezas e despedidas.Como não dizer que nossas almas estão ligadas,despedir de ti novamente vai deixar minha alma maltratada.Talvez,tu foste sempre meu verdadeiro chão,a tua despedida muito que feriu meu coração.Volte,por favor,venha,me dê a mão.

 

Elany Morais

É SIM, É CANSAÇO

É SIM, É CANSAÇO
Elany Morais

É isso tudo: Cansaço e uma overdose de desilusão. São esses os espinhos entram nas minhas entranhas. É uma luta quase em desigual. Todos os dias parecem-me às vessas. Eu chuto um pensamento, a realidade rebat...e-o com maestria, dizendo para mim, face a face, que roubará de mim qualquer coisa que me supria.

Se é cansaço? Sim! É cansaço de eu estar nesse mundo quase que existindo. Beber todas desilusões me presenteia com esse QUASE. Estou a ponto de me transmutar em balão farto de ar, ar poluído... Então para que esperar cópias e cópias de dias com sua fria monotonia? Aqui no meu poço sem fundo falta tudo de concreto: falta aperto de mão com pureza de coração, falta amor com a certeza de lealdade, falta abraço com gosto de verdade, falta beijos com gosto de saudade....

Não entende meu cansaço? Sinta necessidade de gritar, e assim, tu te cansarás. Sacodes meu peito e verás que estou cheia. E o leitor até pensará em perguntar no que consiste essa "enchidão" Estou cheia, cheia de cansaço e desilusão. Confesso de olhos cegos: darei mais dois passos, sem medo do abismo e sem falso presságio, estou jogando no chão todo meu absurdo cansaço.

Caxias - MA, 17 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

ERA

ERA
Elany Morais

Poderia ter sido bonita
Minha história de amor,
Mas o passado girava...
Ao redor, bramindo
Feroz, sem nenhum dó.

Agora sem um sol
Promissor, sem flores
Sem rosas, sem girassóis,
A terra esfriou sem raio
De sol, e sem esperança
De muitos amores.
Agora restou apenas
pequenas sementes
De velhas flores.

Caxias -MA, 16 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

PASSADO

PASSADO
Elany Mora

Meu passado é um vinho amargo
Que dilacera a boca,
Que desenlaça desejos,...
Que fecha verdades,
Que queima inocência
E que deixa o corpo em brasa.

Caxias -MA , 16 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

ENFERMIDADE

ENFERMIDADE
Elany Morais

Que desejo agora de ter saúde,
Vontade de ter um viver ditoso e
Não o destino de um tuberculoso...
Ou contente ao ouvir um alaúde.

É agonia sentir esse corpo ardente,
O acelerar do já frágil coração,
O viver desse estado doente,
E está sozinha na multidão.

Caxias - MA, 14 de junho de 2014

 

Todos os direitos reservados a Elany Morais

MORTE

MORTE
Elany Morais

Agora tudo foi por terra o meu sonho
Pois minha alma jaz quase morta
Nem mais uma flor habita meu sonho,...
Nem mesmo a esperança de que haja porta.

Não quero mais sofrer, o sofrimento cansa,
Pois com a doença vem todo tormento,
Com a morte se acaba toda lembrança
Até mesmo de um poeta vai o seu talento.

Caxias - MA, 14 de junho de 2014.

 

Todos os direitos reservados a Elany Morais

MORTALIDADE

MORTALIDADE
Elany Morais

Tudo o que há deixará de ser um dia.
Levanto e sinto a dor que o corpo traz,
A vida quer de mim uma ecografia,...
Mas tudo para mim agora tanto faz!!

Não receberei a morte de riso largo
Nem a vejo como algo que tem que ser,
Ela me espera como um manso lago
E não há mais nada que eu possa fazer!

Quando a morte minha alma levar,
Ficarão minhas fotos e documentos,
Se houvesse como a todos a visar
Eu não perderia esse tal momento.

Caxias - MA, 14 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

SEM AMOR

SEM AMOR
Elany Morais

As almas frias que não me têm amor...
Não me sentem nem sabem quem sou,
Nem saberá do tamanho da cruel dor
De quem na minha porta nunca entrou.

Amar-me não é motivo de algum pavor,
Mas sei que de muitos o coração gelou,
Ao acreditar em qualquer falso salvador
Quem nem mesmo a si próprio se salvou.

Sei de espíritos que não pedem clemência
Por viver nessa vida errante de demência
E não saber ao menos nessa agonia gritar!

Sem amor nessa vida reta é um duro tédio
Que para as angústias não haverá remédio
Na terra, no deserto ou em qualquer lugar.

Caxias- MA, 11 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

NOSSO AMOR

NOSSO AMOR
Elany Morais

O nosso amor foi
A flor que murchou,
Foi a busca perdida ,...
E o hino que o poeta
Não cantou.

O nosso amor foi
O mar que secou,
Foi a erva daninha
E a partitura que o
Bêbado resgou.

Caxias -MA, 10 de junho de 2014

SEM ARTE, SEM VIDA

SEM ARTE, SEM VIDA
Elany Morais

Quero refugiar-me na arte e não em ninguém,
Quero fazer dela meu porto e pouso espiritual
Para suprimir do meu espírito a dor e todo mal...
E não olhar o prazer vital com pejo e desdém.

Sem a arte minha alma suplica o que não tem,
Para permanecer na vida como um ser imortal,
Lutando pela eternidade como princípio ideal,
Sem se prender à superficialidade e a ninguém.

A vida sem arte é esperança pegando chama,
No desesperançado espírito deste ou daquele,
Que traduz a inércia no peito triste a soluçar,

Ficando vazio próprio do ser que nunca ama,
Nesse mundo que carrega as mágoas dele,
Que na noite escura se põe sempre a soluçar.

Caxias -MA, 10 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

EU E O GATO

EU E O GATO
Elany Morais

Temos como esteio 
A revolta quase cega
E o pulsar dos sentidos.
Se tentam nos domar
É o desafio a se chegar,
Pois temos a vida larga,
Com saltos a postos,
Em dias de cinzas,
Pois temos sete vidas
A pincelar de tintas. 
Caxias -MA, 10 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

DECLARAÇÃO

O POEMINHA DO DIA
Declaração
Elany Morais

Trago emprestada a aparente inconsciência dos loucos.
Arranco do espelho a imagem da face esmagada....
Não fico à espreita, na soleira da porta de olhos moles.
No desfiladeiro, burlo os passos apressados da morte.
Ignoro as manchas insolúveis da derme fria.
Curo as dores das pernas partidas e vadias
E se o tombo chegar, canto a " Canção do Tomoio" para levantar.

Caxias - MA, 09 de junho de 2014.

PRECONCEITO FEMININO

PRECONCEITO: DE MULHER CONTRA MULHER
Elany Morais

Não se pode negar que há vários séculos, mulheres vêm lutando em busca de oportunidades para participarem, de forma efetiva, da vida política, econômica e cultural do país em que vivem. S...e essa luta existe é porque há desigualdade entre homem e mulher no desempenho dos seus papeis. Podemos afirmar que muitas conquistas foram conseguidas pelas mulheres, entre elas o direito de não fazer sexo só para procriação, hoje a mulher tem direito ao orgasmo, ela não precisa mais fingir que não obteve prazer numa relação sexual. Das muitas vitórias femininas, nessa corrida pela igualdade, cito este aspecto porque quero destacar a seguinte incoerência entre as mulheres. Enquanto existem aquelas determinadas a se apossaram do direito de serem felizes na relação amorosa, há as que estão retrocedendo ou que ainda preferem se manter na servidão irracional.

Não compreendo isto: como pode, em pleno século XXI, ainda existirem pessoas do sexo feminino acreditando que é preferível manter um casamento infeliz por toda uma vida a se divorciarem quantas vezes forem necessário? A busca da satisfação amorosa, a busca da felicidade é o direito de toda pessoa, por isso, não importa quantos casamentos a pessoa sentiu-se obrigada a desfazer para sentir-se realizada, feliz e respeitada como pessoa.

Observa-se que ainda hoje, mulheres que tiveram coragem de se libertarem do jugo masculino ou de uma união imoral , infeliz são criticadas, discriminadas por outras mulheres. Mas não me furto de dizer que as falsas moralistas discriminam as ousadas porque não têm coragem de serem felizes, por isso, não aceitam que outras possuem o que elas não conseguem tomar posse do que lhe é de direito.

Caxias - MA, 10 de junho de 2014.

SALVAÇÃO

SALVAÇÃO
Elany Morais

Haverá de me salvar o que deixaram
Registrado na alma que hoje implora
Pelas liberdades que necessito agora...
Para sair do túnel que me lançaram.

Haverá de me salvar dessa agonia
E fazer de mim um baluarte forte
Que pisará o fel escuro da morte,
Em todas as noites e na luz do dia.

Que me venha a liberdade bendita
E o salvamento pedido anunciado
Que no desespero a espera é fado
Por mostrar a luta da vida infinita.

Minha luta sempre foi incessante,
Em dia, em noite e a todo instante.

Caxias - MA, 07 de junho de 2014.

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SOU

SOU
Elany Morais

Sou a que vive nesse mundo vil e vão,
Que vela o sono de um silêncio mudo,
A viver o sonho de um desejo agudo
Que apenas contempla meu coração.

Sou aquela que foi e nunca se sabe
Se continua na lida ou para então,
Se limpa a mágoa ou pede perdão
Ao ser que me enclausurou a chave.

Sou a que não tem fartos modos
De aventurar ou decifrar labirinto,
Com medo sem rumo ou indistinto
Como flecha os espíritos de todos.
 
Sou a que senta na cruz e na espada,
Numa guerra que termina em nada.

Caxias - MA, 07 de junho de 2014.


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O TÔNICO DO RANCOR

O TÔNICO DO RANCOR
Elany Morais

O rancor é o poço fundo sem formas alvíssimas;
Que leva a vingança sem pensamentos absortos,
Alimenta as trevas com mágoas profundíssimas...
E festeja, a verter o vermelho aquoso dos mortos.

É um sentimento cortante de cunhos misteriosos,
Nas entranhas pululam como se fosse um tropel,
Tornando as belezas em dias escuros e fadigosos,
Destruindo os dias vitais como se fosse um papel.

O rancor é como uma horrível e escura caverna
Que quando mais se caminha mais temor se tem,
Sem momentos de tréguas ou compaixão terna.

Mas se alguém se atreve a trata-lo com desdém,
O rancor como maledicência o peito tende a abrir,
A deixar o espírito sem felicidade e paz conseguir.

Caxias -MA, 07 de junho de 2014.

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FUNCIONÁRIA

FUNCIONÁRIA
Elany Morais

Ainda não sou uma funcionária pública apagada,
Uma funcinária triste, cansada,
Meu espírito acompanha minha mão....
Não estou na escala de débito e crédito...
Minha alma não entra o intento de ocultamento
De desvios de numerais envergonhados.
Minha chefe não me flagra de olhos furtivos
Em fugas ilícitas.
Minha alma ainda não debitou o saldo cansado
Do dia energético.
Ainda não sou funcionária cansada em dia de luta.
Devo orgulhar-me de dias exemplares.
Velo para não me perder nos caminhos do cansaço.
Vou cruzar sonhos, trabalho, letras e palavras vadias.
Meu futuro não será num beco só,
Andando por ruas e vielas estreitas...
Ainda não sou uma funcionária cansada.

Caxias -MA, 05 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

 

EFEITO MUSICAL

EFEITO MUSICAL
Elany Morais

Música para mim é sedução e oceano
Que me deixa hirta em silêncio a navegar,
A desvendar o mundo como se tirasse o pano...
Da estrela que morta deixava de brilhar.

Chega ao peito, a deixar os pulmões estendidos
Como o determinado intento do valente navio
De desbravar reinos e reinos escondidos,
Na noite de manto escuro, silencioso e frio.

A música faz vibrar em mim todas as emoções
Como um barco velejando em alto mar
Com chuvas, tempestades, raios e vulcões,

A fazer a minha alma aflita se acalmar,
Mesmo sem nada do mundo a espera,
Em que toda sorte de vileza impera.


Caxias- MA, 04 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados  a Elany Morais

CHORO MUDO

CHORO MUDO
Elany Morais

É triste viver de olhos marejados,
Mas é o destino de quem padece,
Não se pode ter olhos extasiados,...
Condenada a esta sina me parece.

Em lágrimas nessa vida me desfaço,
Porém não morarei nos altos céus,
Minha alma não terá um fino espaço,
Mesmo que me desfaça dos negros véus.

Se me alegro, as lágrimas logo veem,
Sem o consolo que os infelizes não têm,
Meus olhos claros põem-se a chorar

Pela tristeza de ver flagelar tudo,
Com um grito surdo, louco e mudo
Sem voz e sem nenhum jeito de falar.

Caxias - MA, 04 de junho de 2014.

Todo os direitos reservados a Elany Morais

LÁGRIMAS

 

LÁGRIMAS
Elany Morais

Desamparada, eu chorava pelos cantos,
 Sem consolo, sem amor e gestos desabridos,
 De mim os cuidados foram desprendidos,
E no mar do infortúnio, eu vivia em prantos.

Às vezes, serena  eu ficava como os santos,
Como se possuíssem ombros aquecidos,
Meus pesares constantes eram consumidos
E eu ficava a cantar ternamente pelos cantos.

A esperança me visitava de olhos enxutos,
Eu me sentia salva de uma  feroz rajada,
Mantinha-me com pensamentos resolutos,

Mas em certos momentos, eu era renegada,
Que privada do amor e do cuidado dos adultos,
Sentia no corpo e na alma o ardor  da água salgada.

Caxias -MA, 04 de junho de 2014.

Todos o direitos reservados a Elany Morais

DISTÂNCIA

DISTÂNCIA
Elany Morais

Não te quero assim tão longe
Deita-te bem perto de mim,
Quero te contar mil histórias...
De amores que não tem fim.

Por que ficar tão longe?
Se a vida logo terá fim,
Senta-te aqui bem perto
Não saias de perto de mim.

Se desejas ficar tão longe,
Será breve o meu triste fim
Porque quero-te bem perto
E nunca longe de mim.

Não parta para tão longe,
Pois meu amor não terá fim,
E eu nunca serei feliz
Contigo longe de mim.

Caxias -MA, 03 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

MINHA ÚLTIMA CANÇÃO

ASSIM SERÁ MINHA ÚLTIMA CANÇÃO
Elany Morais

Quero compor uma canção
Que fale de amor, dos ventos,
Da pureza de coração ...
Dos desejos ocultos
Da vida fora de vultos
E dos que estão a viver sedentos.

Que no meu canto esteja
A chuva, o temporal,
A senhora fora da cozinha
E o vento que leva as
Roupas do varal.

Quero compor uma canção
Que seja de fino trato,
Que fale do puro perdão,
De juras de eterno amor,
Que vive sem malícia nem dor,
E sem o rigor de um contrato.

Caxias -MA, 03 de junho de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

BALADA DA MADRUGADA

BALADA DA MADRUGADA
Elany Morais

Venha ceiar comigo
 Em noite de lua cheia,
Debruçar-me-ei sobre ti,
Vendo a lua crescer,
E a refletir sobre mim
Um desejo que
Me incendeia.

Ansiosamente,
Espero tua chegada,
A rasgar nuvens densas,
Para ceiar comigo,
 Na calada madrugada.

Juntas, romperemos
Montanhas e mares
Veremos a lua crescer,
Até surgir os raios solares.

Venha, deixarei a janela
Aberta para tu entrares
 E banharás comigo,
Nas águas salgadas
Dos mares.

Caxias - MA, 03 de junho de 2014.

 

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TEU CORPO

TEU CORPO
Elany Morais

Quis fazer do teu corpo uma loucura nova,
Alguma coisa que me sentisse viva
Que no mundo eu não encontrava,...
Era uma vida para mim
Que tu me emprestavas.

Agora sinto saudade
Do tempo em que tua pele
Me dava alma nova,
Pois fundido comigo
Era teu amor que me dava prova.

Caxias - MA, 03 de junho de 2014.

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RETORNO

RETORNO
Elany Morais
 
Por mim, ela nunca teve afeto
Mesmo assim eu conservo
Os bons momentos na lembrança
E no esquecimento,
 Seu desamor severo.

Se eu não soubesse agora
O quanto a frieza dói,
Eu a desprezaria
Toda vez que ela implora.

Caxias -MA, 03 de junho de 2014.

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SOU CASADA

SOU CASADA
Elany Morais

Sou casada, moça,
Já dei a minha mão,
Mas ainda há espaço...
Nesse meu coração.

Queria que eu não a conhecesse
Para que eu não errasse em nada,
Porque no corpo e no papel sou casada.

Caxias- MA, 03 de junho de 2014.

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PERSISTÊNCIA

PERSISTÊNCIA
Elany Morais

Duas notas. Dois passos. Sonhos quebrados. Braços soltos. Palavras escondidas. Mãos vazias. A porta se abria com um barulho reprimido. Tantas vezes foi aberta que já não era habilidade repetir tal feito. Habilidad...e mesmo era sondar e adivinhar os caminhos que se desenhavam no vazio.

Três passos. Uma coragem absurda. Sumir no vão da porta era uma exploração perigosa. O medo ficou sepultado na terra improdutiva. Difícil era partir. Foi pesado jogar o corpo para frente. Se assim não fosse, a vida secaria nas mãos.

Mãos acenando. Aspiração atormentava. Mundo largo à frente. Encanto transviado. Dúvidas cruzadas. Futuro incerto. Como se fosse o último adeus, partia com vícios imaculado. O peito enchia de ar convulso. Não era destino nem sina trazida desde de pequenino.

O choro não veio. O vizinho não viu. O sossego ruiu. um som murmurava a certeza do fim. Mas dias prósperos eram as esperanças.

Caxias - MA, 02 de maio de 2014.

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PRISÃO

PRISÃO
Elany Morais

Sob a água turva,
O espírito escuro
Tornou-se mais...
Impuro!

Assim, o mundo
Limitou-se por
Um muro.

E mesmo que haja
Um furo,
Fugir será duro.

Caxias - MA, 01 de junho de 2014

 

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AS DUAS FACES

AS DUAS FACES
Elany Morais

Há quem me diga
Que no coração
Só se deve guardar boa recordação; ...

Mas nas nossas malas cabe tudo:
Dores, rancores, amores, desilusão,
A lembrança do perfume
E da última canção.

Pois nessa vida
Somente o belo não há
Há o nosso escuro que é feio
E a luz que não é má.

Caxias -MA, 01 de junho de 2014

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CAMINHOS INSEGUROS

CAMINHOS INSEGUROS
Elany Morais

Caminhos escuros,
Passos presos por muros
Com pensamentos impuros...
Sobre um futuro inseguro,
Num mundo totalmente escuro.

Levando, na mala, nada de concreto,
Apenas um sonho secreto
Preso por este decreto.

Além de levar, no peito, o desejo de vingança,
Por a vida ter queimado a esperança,
Deixando a impossibilidade de alguma bonança.

Caxias - MA, 01 de junho de 2014.

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