Sou educadora e escritora

sexta-feira, 27 de maio de 2016

ESTUPROS



Por Elany Morais 



Estupros, estupros... Estou mole por dentro. O mal de muitos homens farejam as mulheres o tempo todo. Estes seres( somente os praticantes da violência) estão sujo, errados e ruins por dentro. Homem desse tipo sabe judiar com precisão da gente (mulheres). Na alma dele, não há verde nem rios ensolarados, mas somente sombras e ódio enclausurados.

Estupros sempre houve, quando vão parar? Eu não dei essa liberdade. Elas não deram essa permissividade. A vítima apanha um decreto: sentimento dolorido, que a acompanha a vida toda por diante.

Estupro é ir longe, com violência, no outro. Nesse ato, o homem, em sua leviandade, fere o que há de mais abstrato em uma mulher, daí, é um doer sem parar. Dificilmente, ainda serão vistas estrelas absolutas. Nesse estado, como lutar ferozmente pela eternidade? Na mesmice dos dias, as lembranças sombrias tendem a se contorcerem. A loucura quase nunca tem descanso. É dor que não para de doer. A estranheza dessa verdade é de estremecer.

Estupros acontecem porque há homens sem faísca de amor no espírito. E onde não existe amor, acontece coisas vergonhosas de se vê. Eu compro de trazer para cá a verdade de que é preciso ser amado, desde o nascimento, para poder amar a si os outros. Há sempre um padecer de quem pratica e sofre o mal. Ninguém é, torna-se.

Caxias- MA, 27 de maio de 2016.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

VERDADE


Não quero meias palavras
Para duras verdades!
Quero uma linguagem que corte,
Que queima e incendeia .
Vislumbro uma verdade pura,
Sem mancha, sem mácula.
Nada de palavras arredias
Para o véu escuro que
Cobre o que não perdura.
Quem sabe, de repente
Haja palavras que roa  as
Mentiras como o verme
Que come a gente.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

sábado, 21 de maio de 2016

DEPENDÊNCIA


Uma das formas mais odiosa de negação da própria existência é a dependência. Ao nascermos, foram-nos concedidos poderes, para que sejamos, sem que ninguém seja por nós. Por isso, não há que habituar-se, do contrário, a fragilidade nos deixará de pernas no ar.

Depender é apegar-se sem limite. É perder o voo da independência. É desalicerçar-se. É viver sob a mira da flecha. É ameaçar-se. É submeter-se ao jugo da agonia, da solidão... Isso porque não há completude, existindo apenas uma parte, do ser dependente, que respira.

Há quem sobreviva apenas de muletas, embora as pernas sejam sãs. As muletas do dependente é o outro. O ser nessa condição jamais negocia sua zona de conforto, que é reduzida, por sinal. Por isso, depender ou apegar-se é cortar qualquer possibilidade de voo, porque qualquer turbulência a estrutura tende a deteriorar-se.


Dessa forma, resta-me apenas dizer que depender nunca será uma forma de tornar a vida mais fácil. Porém, é perfeitamente possível encontrar a solução para o medo da vida, desde que não seja procurada fora de quem teme, mas sim, dentro de quem sente.

Elany Morais

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sábado, 7 de maio de 2016

QUANDO EU AINDA NÃO ERA

Quando eu ainda não era, dentro da noite, em tudo não se pensava. Não havia verdades inconvenientes, propostas indecentes, acordo forçado, abuso pretendido nem socorro negado.

Agora, eu sou, e não há equilíbrio que me consinta. O mundo e eu estamos em desacordos. Ele me impõe regras, mas eu sou as regras. Então, como ser sem ser? Por isso, vivo no engasgamento, que me laça e me emperra. Talvez esse seja o preço de não ir para a cova na ignorância. Por enquanto, continuo sendo, mas sem esperança de algum indício elucidativo. Creio deitar-me na eternidade sem viver completamente.

Quando eu ainda não era, a liberdade alheia não me era oferecida. Não havia valor desconcertante, não havia filosofia de velhice nem excessos. Não existia nobreza na tristeza, o coração não pulsava, o corpo não era submisso, as mães não eram de ventos nem de mares. A vida não era pequena nem enorme, tudo era nada... Como algo poderia me jogar no chão? Não havia sentidos intelectuais ou primários, não havia movimento ou fúria silenciosa e minuciosa, a chuva não era de lágrimas ou de pedras... Eu não tinha que sobreviver em alguma direção.

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