Sou educadora e escritora

terça-feira, 30 de setembro de 2014

DESTINO

DESTINO
Elany Morais

Reverencio as pedras, a noite e o luar
Que me abraçam nesse mundo escuro,...
Prostro-me nas águas do rio a olhar
E a desejar o celestial santo e puro!


De muitos, na face, vejo um destino duro
Que sempre faz o barco frágil naufragar
Fazendo os sobreviventes navegar
Para um mundo incerto cruel e impuro!

Vejo aqui todos os sonhos que se calam
Dos corações que mudos nunca falam
Por se sentirem invisíveis e pequeninos!

Que haja o divino que proteja todos nós
Que Deus ouça o grito de cada voz
E nos proteja de todo e cruel destino!

Caxias - MA, 30 de setembro de 2014.

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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

SOMBRA

SOMBRA
Elany Morais

Por que volta sempre, sombra amiga?
Correndo a seguir meus passos...
Como se fosse uma paixão antiga
Que só sossega com meus abraços!



Caxias - MA, 28 de setembro de 2014.

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NOITE SOLITÁRIA

NOITE SOLITÁRIA
Elany Morais

Minha noite fria e solitária
Deixa-me à deriva como...
Barco sobre o mar,
Em que a única proteção
Que me sobra é o manto
Sob forma sombria do luar!


Caxias - MA, 27 setembro de 2014

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DESÂNIMO

DESÂNIMO
Elany Morais

Quem me pegou ? O desânimo ou o quebranto?...
Ah ! Implora por descanso minha memória
Pois não me alegra mais nenhum canto
E muito menos o passado de minha história!


Caxias- MA, 29 de setembro de 2014.
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sábado, 27 de setembro de 2014

A MESQUINHEZ HUMANA
Elany Morais

O homem cuida de vestir-se de tais mesquinhezes: quer todo quinhão somente para si. Diz que ama tudo que não ama nada. Disfarça a mentira de verdade. Proclama sua existência sem nada fazer, querendo, nas inúteis das horas, parecer sem ser. Além disso, quer o que não há de convir e almeja o falso poder para apenas a superioridade sentir.
...
Assim o homem traça seu caminho com falsa sabedoria. Em sono brando, sela união com a astuta vaidade, vive criando tantas outras alegorias, mas não reconhece o bem porque usa a venda da maldade. Vangloria-se de limitar a felicidade alheia com um advérbio, sem se lembrar que a composição do coração é algo a todos comum e joga, na vala, o corpo do semelhante, sem piedade, sem respeito ou temor algum.

Caxias - MA, 27 setembro de 2014.

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CONFISSÕES

CONFISSÕES
Elany Morais

Calar por quê? Se me falta até o pão!
Que um dia alguém com o bem se importe,
Que a alma de muitos se conforte
E que as palavras de Deus não sejam em vão!

Esperança, sim! E por que não?
Que meu desejo de vida seja forte,
Que eu não seja vencida pela morte
E que o padecer não endureça o coração!

Muitos espinhos na carne esqueci
Para de vilezas não somente eu lembrar,
Mas guardo na memória tudo que venci.

Só de amores, se o mundo fosse assim
De tudo, sem medo, eu queria recordar
Para que só o BEM ficasse preso a mim.

Caxias - MA, 27 de setembro de 2014.

 

VISÃO

VISÃO
Elany Morais

Eu caminhava, às vezes, pensando
Que tudo existente na terra disfarçava....
Eu me detinha sobre isto pensando
Que a vida de enganos não passava.


Mesmo assim não guardo muitas mágoas,
Pois embora nessa estada eu fique nua,
Embeveço-me com a pálida luz da lua
E lavo-me das máculas nas puras águas.

Às vezes, eu sonhava que a vida era aventura,
Mas que todos tinham uma proteção celeste,
Que para o céus todos iam com finas vestes
Com alma limpa, imaculada e em alvura!

Hoje, tudo que vejo não me estranha:
A muitos falta a alegria que acalenta a alma,
Perdeu-se tudo o que sustenta a calma
E o vil desespero a todos os acompanha.

Caxias - MA, 27 de setembro de 2014.

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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O FUTURO DE TODOS

O FUTURO DE TODOS
Elany Morais

O futuro será frio e gelado como um gume de um punhal.
Na face, ver-se-á a lividez sinistra e de uma dor tamanha...
A noite, gélida, sem seu manto será silenciosa sem igual,
Não terá a luz da lua que o amor a dois sempre se banha.


Mas cai no esquecimento esse futuro frio e sem façanha,
Em que todos, imóveis, partirão com lividez em tom fatal,
Para um destino sem amor, sem dor ou paixão tamanha
Onde nunca mais algo se sentirá ou se verá algum ideal!

Nesse futuro indiferente não se terá o ardor das paixões,
Sentir-se-á somente o frio como os do alto da montanha,
Pois já no corpo não haverá mais os arroubos ou vulcões.

Lá restarão apenas mãos, olhos e pés que friamente
Todos que ainda vivem, perplexos, somente estranha
Como se fosse algo dito por aquele que tudo mente

Caxias - MA, 25 de setembro de 2014.


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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

FIRERAM-ME ASSIM

FIZERAM-ME ASSIM
Elany Morais

Quem fez de mim assim?
Como a asa quebrada da andorinha
Ou as pétalas esmagadas à notinha,
Abandonadas e retiradas do jardim? 

Não sou estrela ou flores de jasmim,
Não tenho poste de princesa ou rainha,
Mas guardo esperança que é só minha,
Mesmo sem saber o que vem a mim.

Às vezes sou feroz como um lobo,
Composta de paixões e arroubos
Que contempla as noites ao luar

Com voz e desejo um pouco castos,
Que sonha em viver e deixar rastros
E o amor em plenitude alcançar!

Caxias - MA, 24 de setembro de 2014.

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HISTÓRIAS DE AMOR

HISTÓRIAS DE AMOR
Elany Morais

Foram histórias de amor
Daquelas que nascem no peito,...
Que nos pegam de jeito,
Como se fôssemos imunes a dor!


Agora já não posso me recompor,
Mas vejo o mundo todo perfeito,
Com o desenrolar sendo feito
Como se nunca houvesse dor!

Vislumbro um mundo só meu e teu,
Onde o centro é só tu e eu
Sem vermos que o sol se pôs

E que não haverá mais gente
Que dirá que somos indecentes
Por esse amor não ser de dois!

Caxias - MA, 23 de setembro de 2014.

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terça-feira, 23 de setembro de 2014

A VIDA E A MORTE

A VIDA E A MORTE
Elany Morais

E a vida e a morte?
Mistério profundo....
Aquela é para quem tem sorte,
Esta é a dor do mundo!

A vida tem suas flores,
A morte; as suas lágrimas,
O túmulo tem suas dores,
A vida; as suas páginas!
A vida tem seus desamores
A morte; os infelizes
A vida tem seus amores
O sepulcro; os seus juízes!
A vida e a morte são
O navio sem marinheiro,
O barco sem porto
O papel em aguaceiro!

Caxias - MA, 23 de setembro de 2014.

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FORA DO MAPA

FORA DO MAPA
Elany Morais

Não me venha falar de manhãs floridas,
Numa vida mesquinha que não sobra poesia,...
Num mundo onde não pode estar no mapa,
Onde tudo que há na memória não vale apena,
Em que a hipocrisia transborda nos indivíduos,
Com futilidades tilintando nos pescoços hirtos,
Onde os balaios estão vazios de simplicidades,
Sobrando apenas olhos que estão fitos
Na próxima trama para o êxito da maldade!


Caxias - MA, 23 de setembro de 2014.

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RETORNO

RETORNO
Elany Morais

Queria nascer de volta
De volta para onde for,...
Seja para o silencioso ventre
Ou para onde só houvesse amor
Ou mesmo para qualquer lugar,
Onde ninguém jamais habitou!
Mas guardo a sete chaves
O sonho que ainda não regressou.

Queria nascer de volta
De volta para onde for!

Caxias - MA, 23 de setembro de 2014.

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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A MORTE DA ESPERANÇA

A MORTE DA ESPERANÇA
Elany Morais

Sucessões de dias, merecidos ao esquecimento. Com eles, vem minha suprema loucura: a esperança em seu aniquilamento. Em lágrimas, acendi a fogueira e pus fogo em minhas crenças. Em que ainda posso crer? No amor? Não! Este embota minha visão, fazendo-me vê as coisas, da forma como elas não são. Por isso, não me cabe mais suavizar nenhuma ilusão, pois vejo que a humanidade estagnou-se na evolução.
...
Parece-me que tudo já foi moldado à impureza e ao desgosto. Fazendo das lágrimas a evasão para a dor. É inútil acreditar que o mundo será salvo pela ilusão do amor, pois a terra encontra-se sobreposta de ódio, indiferença, fracasso e, sobretudo, de amargor.
Atarefo-me. Reúno meus pensamentos sobre o mundo. Meus passos desvanecem-se como o vapor febril do corpo em seu ardor. As veias enchem-se de desesperanças, desfazendo-se dos futuros, das fantasias, das alianças e das esperanças de qualquer bonança.
Com olhos resignados, vejo parques floridos de melancolia. O mundo ganha forma de pesadelo . O vazio se abre sob gritos, gemidos e apelos. O cenário se colore de palavras duvidosas, as almas imorais não conseguem se conter, corpos extenuador deixam de perceber que a vida de outra forma nunca há de ser.
Todos, com sua lacuna, correm, sem visões claras de sua falência, tentando uma cura impossível de sua eterna demência. Proclamam que querem o bem, mas se aconchegam nos braços do mal, fazendo deste algo imprescindível como se fosse uma atitude banal.

Caxias - MA, 20 de setembro de 2014.

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sábado, 20 de setembro de 2014

COTIDIANO

 
COTIDIANO

Elany Morais

 É chumbo,
É bala,
É perigoso o caminho,
São muitos pés descalços,
É o idoso sozinho.

É um prédio malfeito
É um buraco, é uma vala
É o inocente morrendo
Com uma bala na cara.

É o político mentido,
É o dinheiro roubado,
É o suborno aceito
Carregado na mala.

É o sonho desfeito,
É a tristeza esperada,
É  a morte no leito
Com a alma velada!

É a vida vazia,
É a morte da fé,
É a falta de amor,
É a Praça da Sé,
É o filme de horror
Em esquina qualquer!

Caxias - MA, 20 de setembro de 2014.
 
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CATIVA

CATIVA
Elany Morais

Tu, cativas,
No quarto,
Gemia
Com a voz
Velada,
Com o cheiro
De rosas,
Dizia sozinha:
Que duro
caminho
Sem poesia
Nem prosa! 

Caxias - MA, 20 de setembro de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais



 

DESESNCONTRO

DESENCONTRO
Elany Morais

Sobre nosso amor,
Desabou o desencontro:
Apagou nossos rastros,
Limitou nossos passos
Rascou nosso conto,
Cortou nossos laços,
Esfriou os abraços,
Perdemo-nos  no ponto!

Caxias- MA, 20 de setembro de 2014.
 
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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

SOBREVIVÊNCIA

SOBREVIVÊNCIA
Elany Morais

Teria eu abandonado a vida
Se meu espírito sozinho
Não tivesse se debatido
A procura de um caminho!

Muitas e muitas noites
Como também em pleno sol
Eu me encolhia sozinha
Como faz o caracol! 

Da minha alma nada sabia eu,
Não sabia que tudo pode ser lida,
A menos que não se conheça
O jogo que faz a vida!

Caxias - MA, 18 de setembro de 2014.


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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A JUSTIÇA MORREU
Elany Morais

Hoje a justiça morreu
Deixando muitos braços derrotados,
Pés abandonados
Praticamente deteriorados ,
Palavras asfixiadas
E nenhum sentido encontrado!

Hoje, vozes desesperadas
Respostas não convincentes,
Absurdos de repente,
Desespero confidente!

Agora, a justiça morreu
Há vagar de almas
E ausência de calma!

Caxias - MA, 17 de setembro de 2014.

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terça-feira, 16 de setembro de 2014

VENTO

VENTO
Elany Morais

Vento afoito
Levanta a saia
Dela,
Varre os cabelos soltos
Jogados na janela.

Vento frio
Amacia  a pele dela
Foge rumo ao rio
Mas não fica longe dela!

Vento voraz
Despedaça  o sonho dela
Tanto fez e tanto faz
Que  tirou a saia dela!

Caxias - MA, 16 de setembro de 2014.


Todos os direitos reservados a Elany Morais

DEFICIÊNCIA POÉTICA

 
DEFICIÊNCIA POÉTICA

Elany Morais

Assim é minha poesia:
 De rima  e ritmo carente,
Talvez triste, mas de variados temas
Porque minha alma reclama pelo ausente
E pela justeza do injusto sistema!

Muitas vezes, ela cheira a monotonia
Por meu cérebro privar-se de inventos,
Nada  mais ficando ao meu contento
E a consciência  logo me denuncia!

Caxias - MA, 16 de setembro de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais


 

ESPERANÇA


ESPERANÇA
Elany Morais

Rebelo-me ainda... E o que mais importa?
Do que vale uma voz tão doce e mansa,
Se a tortura enraizou-se na lembrança,
Fechando e trancando toda e qualquer porta?

Rebelo-me antes que chegue a desesperança,
Lançando sua apatia na alma já quase morta,
Mesmo que o mundo me julgue como torta,
Mas desconstruir o mal é a minha esperança!

Agora reclamo e reclamarei novamente,
Mesmo que ninguém na justiça acredite,
Mas na verdade o mundo todo não mente
Pois ainda aqui reina o amor de Afrodite!

Caxias - MA, 16 de setembro de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais




 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

INCOERÊNCIAS

INCOERÊNCIAS
Elany Morais

Não sei por que as coisas da vida aparecem com certas envergaduras. É a noite que não finda, é o grito que não veio, é o canto que destoa, é o belo que é feio. E como pode o mundo suportar isso? É a fome que corta..., é a terra que se abre, é a chave sem porta, é o sonho que se acaba. Não hei mesmo de entender o que mais se pode suceder. É o baile do desencontro, é o show de enganos, é a linha sem ponto, é a liberdade sem cigano. E como aceitar tantos imprevistos? É a vida que seca, é o morto que vive, é o santo que peca, é o crime que é livre.

Caxias - MA, 15 de setembro de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais



DESEJO ÍNTIMO


DESEJO ÍNTIMO

Elany Morais

Ah, se pudesse eu te ver na intimidade,
Para que saciasse logo meu desejo,
Se tu visses em mim o que em ti vejo,
Daríamos aos nossos corpos a liberdade!

Que se dane o rumor da sociedade,
Porque é o meu desejo que sempre vejo
Mesmo que tu cores com apenas um beijo
Mas sei que tu me queres mesmo de verdade!
 
Não desisto de realização alguma
Mesmo que seja fora da medida,
Mas se for falso teu amor, que logo suma
Ou do contrário, venha a mim já despida!

Caxias -MA, 15 de setembro de 2014.

 Todos os direitos reservados a Elany Morais

domingo, 14 de setembro de 2014

DISSIMULAÇÃO

DISSIMULAÇÃO
Elany Morais

Infelizmente, existem os parcos na vida
Uns vendam os olhos, outros dopam-se.
Eu sorvo a realidade doída e fria!
Não assino contrato falseado,
Não finjo uma regateira alegria.
Estou farta dos faz-de-conta
Que põem suas falsetas em suas próprias contas! 
Recuso essas baixezas!
 Um dia a morte dará fim em todas essas certezas!

Caxias - MA, 14 de setembro de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais


 

sábado, 13 de setembro de 2014

ABUSAODRES EMOCIONAIS

ABUSADORES EMOCIAONAIS
Elany Morais
 
É tempo de descobertas. Atualmente, véus rasgam-se. O que nos tempos antigos, vivia às ocultas, hoje é visto, mesmo que pelo cantos dos olhos, mas está saindo do porão fechado.
 Quem já tinha ouvido falar de pais e mães como sendo abusadores emocionais? Quem teria coragem da atribuir o adjetivo TERRÍVEL a eles?
O que todos sabem é que pai e mãe devem amar e proteger seus filhos, porém, muitos jamais ousaram dizer que tais cuidadores prejudicam a vida dos filhos por todo sempre. Quem já parou para olhar para muitos lares e afirmarem que estes são um verdadeiro  porão imundo e de incoerências?
 Incoerente é : pais e mães dizerem a todo momento que amam os filhos e, no entanto, suas ações demonstram o contrário. Como as crianças podem entender essa contradição? Não entendem. Assim, dá-se início à abertura do caminho ao enlouquecimento.

É fácil perceber que muitos dos cuidadores ou pais, por serem responsáveis em oferecer condições de sobrevivência ao filho, cobram um preço muito alto por isso: a tortura emocional. Essa tortura dá-se por meio do desamor. A vítima, apesar de entender o jogo de poder e submissão, não consegue vê o algoz como um ser mau, pois é dele que recebe meios para sobrevivência. Dessa forma, difícil é não criar vínculo afetivo com o seu torturador, tornando-a incapaz de obter certeza de que está sendo abusada. Assim, segue-se o sofrimento silencioso, onde a insegurança de como agir, a ânsia do amor verdadeiro, a baixa autoestima e o medo de perder o alimento tornam-se  suas principais companhias.
 
Caxias -MA, 13 de setembro de 2014.

COSTUME


COSTUME
Elany Morais

Que o costume não me faça descontente
Nem me jogue sobrecargas de fadigas,
Pois se assim for, a alegria será ausente
Como um mormo recoberto de formigas!
Que o costume não me cegue nem me siga
E do meu medo ele nunca se a perceba
Que de mim não me faça uma perseguida
Sem que o tédio a mim nunca me conceda!

Que o costume não me force uma partida
Para becos estreitos e muito escuros
Que não me faça viver só de despedida
A não transpor o limite de qualquer muro.

Caxias - MA, 13 de setembro de 2014.
 
Todos os direitos reservados a Elany Morais

LEVEZA

  
LEVEZA
Elany Morais

Mais leve que o vento
É o voo do pássaro
Que voa a contento
Como o pouso de um abraço!

Mais leve que uma cascata aérea
É a liberdade da alma que dança
Num som mais leve!

Caxias - MA, 13 de setembro de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

 

TÉDIO

 
TÉDIO

Elany Morais

Indesejado tédio, parece até amigo meu!
Sempre me recebe em seus braços,
Jogar-me em seu frio leito
Para seguir meus tímidos passos!

Que poder é esse que  tem
De deixar-me sonolenta, sem desejar
Um arvoredo
Ou ver a água que brota
Do seio de um rochedo!

Caxias - MA, 13 de setembro de 2014.

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VÍCIO

VÍCIOElany Morais

 Eu não disse
Que não tinha nada com isso
Porque fora disso
É apenas um vício
Que sela o sumiço
De qualquer viço.
Caxias - MA, 23 de setembro de 2014.
 
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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

MORTE MATERNA

MORTE MATERNA
Elany Morais

Pensei que fossemos uno,
Mas tu me fizeste dois!!
Saio sempre do prumo...
Ao me deixar para depois!

Sei bem o que aconteceu
Para essa agonia danada,
Tu como estátua endureceu
A ficar para sempre gelada!

Caxias - MA, 11 de setembro de 2014.

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terça-feira, 9 de setembro de 2014

CANÇÃO DO AMOR

CANÇÃO DO AMOR
Elany Morais

Trouxe para ti pétalas de rosa
Para beijar-me com tua boca pequenina,
Pois tu és a bela mais formosa...
Com o alvor e a candura mais divina!

Contigo quero viver no paraíso
Já que teu amor é o que mais desejo
E acordar com teu doce riso,
A embriagar-me com um terno beijo!

Teu amor torna-me radiosa,
Meu querer sempre me domina,
Pois és a bela mais formosa
De pureza rara e luz divina!

Sem ti nada mais diviso,
Treva é o que somente vejo,
Desboto-me sem teu lindo riso
A morrer sem o teu doce beijo!

Caxias - MA, 09 de setembro de 2014.
Todos os direitos reservados a Elany Morais

SEM LICENÇA

SEM LICENÇA
Elany Morais
 
Não quero licença para sentir
Nem permissão para me ser por horas a fio,
Pois a qualquer descuido
Vou-me para o sono profundo.

Meu estado é de graça,
Por isso não peço para ser.
O céu e o inferno são meus
Sem depender do teu querer!

Caxias - MA, 09 de setembro de 2014.
Todos os direitos reservados a Elany Morais

 

CAVALO ALADO

CAVALO ALADO
Elany Morais

Eu vi duas fendas e  um cavalo alado
Sem sela, veloz como um corisco,
Imperioso, arredio e meio arisco,
Em movimentos como se dançasse um fado.

Ele voava planícies e reino gelado,
Exibia na boca os vestígios de petisco,
Com fino papel e um rabisco,
Salvando um espírito acorrentado!
Esse não foi o único episódio
Que vi com os olhos espantados
Onde um cavalo subia ao pódio
Por salvar um espírito acorrentado.

Caxias - MA, 09 de setembro de 2014.
Todos os direitos reservados a Elany Morais

domingo, 7 de setembro de 2014

SUPLICA

SUPLICA
Elany Morais

Espera-me. Aceite-me a sério. Absolva-me dos espinhos. Para que esse amontoado de sofrências? Jogarás- me no despejo? Tua impaciência corta fundo. Sem ti não passarei bem. Esse teu mal bem-querer leva-me para todos os ...destinos. Meu medo desnudou-se. Toma-me em teus braços. Isso fere a tua sensibilidade? Ouve o som da minha voz. Não mudarei de mim sem ti. Amanhã minha face estará amarrotada, e tu nem mais lembrarás de mim.

Tu não vês que colho algodão seco de tua alma? Não vês cor no meu dispor? Por ti, eu vejo vindo a mim uma cruel e impiedosa dor. Dor que tu regas, que tu plantas... Mas não te darei essa colheita. Estou afeita para as coisas vinda do amor, por isso, eu te chamo, chamo, porém teu silêncio prevalece com um grito agudo que invade meus ouvidos. Ouvidos estes que já ouviram as delicadezas do teu amor quase desbotado como aquele vestido azul que tu esqueceste de tanto que já tinha usado.

Caxias - MA, 07 de setembro de 2014.
Todos os direitos reservados a Elany Morais

sábado, 6 de setembro de 2014

O APITO DO TREM


O APITO DO TREM
 Elany Morais

Maria Fumaça apita dos vales montanhosos. A buzina acorda-me do tédio, ela traz o cheiro da liberdade brejeira de meninice. Ela vem, não tão apressada como meus anos, mas corre, trazendo o reviver de vidas passadas.... O som de Maria Fumaça aviva na minha memória o café com pão do poeta atento ao ritmo do canto existencial despercebido por muitos.

Paro, embevecida como se ouvisse uma música com sabor dos meus melhores dias. Vejo folhas, flores, frutos ficarem para atrás acenando um adeus a Maria Fumaça. Pássaros batem as asas para o desfile imperioso dela, é uma reverência que dá gosto. E eu, apenas com minha mala de papelão, querendo ser o seu caixeiro- viajante.

Um rouxinol comigo fica ali a espera daquela já anunciada com seu apito impudico. Parece que o pássaro advinha meus pensamentos. Juntos, na esperança do embarque, ficamos ali aturando o inevitável tempo que se arrasta. A cada bulir do mato, olhos se abrem, ansiosos para verem o trem chegar. São suspiros calados, são esperanças infinitas... Ai que saudades dos tempos gentis que já se foram!

Caxias - MA, 06 de setembro de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais



PRISÃO

PRISÃO
Elany Morais

Em que tu pensas? O que te aflige?
Que sonhos, que dias, que nuvens te cobrem?
E se para tuas memórias tréguas pedisses?...
Mas se teu peito está preso que teus olhos chorem!

Se de dias escuros ou sombras tens te banhado,
Sem que permaneças na aurora linda,
Livra-te das lembranças do passado
E para manhãs claras dê boa - vinda!

Aviva-te, saia-te da paz fugitiva
Porque no horizonte uma luz te espera,
Se ficares nessa vida aflitiva
Tua existência ficará como preso numa cela.

Caxias - MA, 06 de setembro de 2014.
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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

FORÇA INTERIOR
Elany Morais

Escuta-me: estou partindo. Se te chamo, tu não sabes vir. Não me dispensarei de sonhos líricos. Tu golpeias-me com teu silêncio infinito. Pudesse eu te chamar para sempre, eu sentaria aqui com velas longas, sem... ressentimentos, sem mágoas, apenas a olhar o sem-fim da estrada. Se tu me salvarias da espera, não sei, não está no meu entendimento. Mas em gestos recolhidos, eu cataria as conchas da esperança, contando infinitas vezes os tecidos que as compõem.

Escuta bem: meus pés estão soltos na estrada. Não deixarei nem mesmo meu único poema lido. E se achas que estou vencida, parto, mas com as cores em compasso nos olhos que antes viviam, no escuro, esquecidos. Agora vou, com as pétalas das magnólias entre dedos, sem culpa dos meus defeitos nem com pavor do teu infeliz enredo.

Veja: se não me ouves... Não haverá pranto da lua nem de arcanjo algum. Não jogarei meu arco no poço fundo. Meu coração não se encolherá. Meu sonho não será torturado. Haverá farta colheita daquilo que plantei com mel e flor. Eu poderei ir à toa, debaixo de um sol a pino, mas viverei um conto de fada, sem embriaguez, ao som festivo do esperado sino

Caxias -MA, 03 de setembro de 2014.



ESCURO DA ALMA

O ESCURO DA ALMA
Elany Morais

Dentro do nosso peito, quase sempre nasce
Como noite abandonada pela lua de repente
Uma angústia vil e transparente em plena face
Que não se desfaz na luz do dia suavemente!

Nem as palavras que se fez assim não passa
Sem que nos venha amor e beijos docemente
Mesmo que a vida nesse mundo se desfaça
Ou a sombra nos enlace pelo meio de repente!

Assim, jamais se verá outono ou primavera,
Nem rios e mares para lavar essa quimera,
O por do sol não valerá o sonho de cristal

Para esse peito lívido que se está partindo
Sem matar essa angústia que vem surgindo,
Impedindo uma vida livre nesse carnaval!

Caxias - MA, 02 de setembro de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais


terça-feira, 2 de setembro de 2014

BORBOLETA

BORBOLETA
Elany Morais

Eu não tinha
Dando por mim
Quando a borboleta ...
Enfeitou o meu jardim.
Mas logo que avistei,
Com sua chuva de cores
Me encantei.
Fiquei parada a olhar para o ar
Ao ver a fila de borboletas revoar!

Caxias - MA, 02 de agosto de 2014.

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METÁFORA

METÁFORA
Elany Morais
 
O mundo que me rodeia
São teus braços que varam
O silêncio que aqui permeia!

O mundo que me rodeia
São teus olhos que cegam
A luz que me clareia!

O mundo que me rodeia
São teus dedos que escorrem
Sobre mim como areia!

O mundo que me rodeia
São teus lábios que me sugam
A despertar o desejo que me incendeia!

Caxias - MA, 02 de setembro de 2014.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

CONTIGO

CONTIGO
Elany Morais

Em dia claro
Contigo, quero ver o mar
Quero ver o sol...
Quero ver passar
A nuvem leve
Com as asas soltas
Por ti voar!

Contigo, quero ver o canto
Do pássaro a voar
Apaziguando-nos pelo verde campo,
Olhando a nuvem leve passar!

Caxias - MA, 01 de setembro de 2014.
 
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