Sou educadora e escritora

sábado, 31 de maio de 2014

HIPOCRISIA DISFARÇADA

HIPOCRISIA DISFARÇADA
Elany Morais

Este amor já não me cabe,
Que venha outro,
Por tempo demais fingimos,
Criamos razões suficientes
Para nos afogarmos,
No mundo dos enganos.
Tornamos - nos  cães famintos,
Vampiros da felicidade alheia.
Não mais nos lambemos.
Esse amor já não presta,
Que venha outro sem sangue,
Sem dor e sem hipocrisia
 Disfarçada  de amor.

Caxias - MA, 31 de maio de 2014,


Todos os direitos reservados a Elany Morais

PRECE

PRECE
Elany Morais

Quando fores embora,
 Moça sem coração,
Não me deixe sozinha, 
Não me solte a mão.

Se não quiseres me levar,
Moça sem coração,
Não morrerei, mas
Viverei na solidão!
 
Quando fores embora,
Moça sem coração,
Leva-me contigo,
Ao som da nossa canção.
 
Moça sem sentimento,
Por que insiste tanto em me
Jogar no vão do esquecimento?

Quanto tempo a implorar
Para que não tu partas
Sem de mim lembrar!!

Caxias - MA, 31 de maio de 2014.


Todos os direitos reservados a Elany Morais

TUA VOZ

 
A TUA VOZ

Elany Morais

Como posso seguir pelo mundo
Sem o som de tua voz?
Tua voz me afaga, me embala,
Me acalma. 

Ela me segue, me anima,
Me penetra, me vicia
Me encanta, me alucina.

Como posso caminhar sem tua voz?
Ela solta meus pés, folga meus  braços,
Me canta, me lança, me faz desatar os nós.

Tua voz é  meu cigarro, meu sonho,
Minha esperança, é muito mais do
Que suponho!!!

Caxias - MA 31 de maio de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais



SONHO

 
SONHO

Elany Morais

Entre o que suponho e sonho,

Entre o que há em mim e o fim
Está mais além do que suponho,
Pois não sei o que brota de mim.

Meu sonho viu outra passagem,
Mais outras, aqui, ali, além,
Era uma profusão de passagens
Que nunca quase ninguém tem.

Era tudo confuso, mas algo era dito,
Alguém me dizia que  sou o que sou,
E que não brotei de um desejo maldito,
Mas de um amor que talvez já passou.

Dizia-me que cedo ou tarde se morre,
Que era inevitável o princípio e o fim,
Mesmo que se pare ou que se corre,
Que futuro da vida é o eterno fim.

Caxias- MA, 31 de maio de 2014.
 
Todos os direitos reservados a Elany Morais
 

AMOR LÚDICO

AMOR LÚDICO
Elany Morais

Nesse amor há brincadeiras,
Porém, nele, nada não mente,
É um amor lindo, lúdico e decente,
Sem ilusão, sem medo e choradeira.


Alimentamos nosso amor  com muita vontade:
Eu brinco de corda, sem preocupação;
Ela canta e me encanta sem nenhuma vaidade,
E eu danço no centro, ao som de nossa canção.

Esse amor não é coisa de louco,
Criamos rabiscos com tinta e pincel,
Fazemos amor poetando no corpo,
Sem cobrar pedágio e nem aluguel!

Fazemos festa nessa sonho de amor:
Ela me pega, me roda e me joga deitada,
Sem nenhuma lembrança de dor,
Cantamos, rimos e amamos acordadas, 
Sem lembrar da vida passada
Que parecia não existir amor!

Caxias -MA, 31 de maio de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais








quinta-feira, 29 de maio de 2014

DESEJO INSANO

DESEJO INSANO
Elany Morais

É loucura, é pranto,
Meu delírio não é santo;
Desejo-a , perto de mim,...
Enlaça-la em meus braços
Com beijos e abraços,
Pois sem ela é um desespero sem fim.

Caxias - MA, 29 de maio de 2014.
Todos os direitos reservados a Elany Morais

quarta-feira, 28 de maio de 2014

DIA DE AGONIA

DIA DE AGONIA
Elany Morais

No pequeno espaço, eu me perdia no embaraço das minhas indecisões, incertezas e angústias... E de um lado para outro, meu pés se descolavam, sem sossego e  sem a paz de uma vida valorosa.
 

Um turbilhão de pensamentos conspiravam contra meu futuro. Todos me acorrentavam, dilaceravam-me, deixando meus membros prostrados num desânimo assustador. Era um desfile de mal querer e bem querer. A cama era meu único consolo, minha mãe protetora.

Com os olhos fitos no alto, o céu azul, povoado de pássaros, apresentava-se para como um bem animador, como uma gota de esperança. Restava-me somente parar, contar os pássaros nas suas revoadas, assistir ao desfile das nuvens que pareciam se compadecer da minha insanidade dolorida.

Piedosamente o sono veio, e veio  para aplacar a guerra uterina, pois  o coração já pedia socorro nessa batalha injusta, o corpo amortecido se despedia de mais um dia de agonia.

Caxias -MA 28 de maio de 2014.

terça-feira, 27 de maio de 2014

VOCÊ, VOCÊ!!

VOCÊ, VOCÊ!!
Elany Morais

Se você não lê, não vê, não crê,
Então você quer saber de quê?
O que define a vida para você?...

Hoje você não já compra mais jornal,
Corre a todo custo até fura o sinal,
Não sabe se sente prazer ou se sente mal!!

Você nasceu, andou, caiu e chorou,
Riu, zombou, se enganou e partiu e gozou,
O que para você agora sobrou?


Você que não sabe o que dizer
E acha que é fácil governar esse país,
Mas você também faz parte daqueles
Que nada querem nesse país fazer.

Caxias - MA, 27 de maio de 2014.

ENTRE NAVALHAS

ENTRE NAVALHAS
Elany Morais

Entre a navalhas e o escuro vive o que não posso domar.
Sem aviso, chega aquela que me joga no desespero,
Aperta-me o peito, a garganta e o coração até sangrar....
Assim, tenho que viver entre esse mundo
Feio entre o preto e vermelho.

Caxias- MA, 27 de maio de 2014.

domingo, 25 de maio de 2014

BEIJO

BEIJO
Elany Morais

Contigo não perco o ensejo
De curar minha alma
Com teus doces beijos....
É somente com eles que
Mato todo meu inquieto desejo!

Esse filme é sempre assim:
Quando o dia dorme,
Tu se achegas a mim
E com teus beijos meu desejo morre

Isso porque te amo de verdade,
Assim, tudo nosso acaba em beijo,
Mas nunca será contra tua vontade
Pois estamos à espera de mais um ensejo.

Caxias -MA, 26 de maio de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais


GENTILEZA AGONIZANTE

GENTILEZA AGONIZANTE
Elany Morais

Indiscriminadamente, fizeram uso da borracha, apagaram tudo, até mesmo a gentileza. Os passos apressaram-se. As tarefas oculares dobraram-se. Agora temos um circo sem palhaço. A língua se promoveu para o maldizer. O doce se desgastou, virou cinzas. Nenhuma palavra que nos salva. Nenhuma rosa ofertada, nenhum riso emprestado. Agora, gentileza é luxo de alto valor. Favores se fundiram com as obrigações. Agradecimento tornou-se desimportante. Um abraço transmutou-se em veneno de Judas, beijos casaram-se com o vazio de caminhos incertos. Apertos de mãos ficaram para a próxima estação. Um olhar é o tempo comendo o lucro dos avarentos.

Tudo muda, tudo se apaga, hoje, a gentileza é motivo para desconfianças, para fuga desenfreada. Elogios fizeram alianças com as adulações, assinaram contrato com interesses escusos. Afagar o ego alheio é atestar a inferioridade do reconhecedor. É, realmente tudo está ao contrário. Então, pare e pegue suas tintas e pinte gentilezas em seus passos, cante gentilezas nas primeiras horas do dia.

A gentileza pede socorro!

Caxias -MA, 26 de maio de 2014
Todos os direitos reservados a Elany Morais

sábado, 24 de maio de 2014

RÉSTIA MINHA

RÉSTIA MINHA
Elany Morais

Quando o dia se recolhe,
meu barco embriaga-se em alto mar.
Assim, atrevo-me a pensar ...
que estou presa ao destino de te amar.
Meus nervos paralisam-se,
meus olhos estáticos fitam
apenas o ângulo do tua face
que sempre se reclina sobre a minha,
para sentir a minha loucura que nunca há de passar.

Tu, réstia minha,
fica sempre à espreita do meu amor
que corre nas tuas águas brandas,
meus braços sentem teu corpo na imensidão,
nossos lábios beijam no silêncio da noite,
onde me encontro na mais profunda solidão.

E tu me fazes menina,
nesse mundo que desaprendeu a ser criança.
Venha com tua doçura para meu mar de indecisão,
venha para minha vida que segue,
sem aceitar que poderei te perder
nesse pobre e seco chão.

Caxias - MA, 24 de maio de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais


NOS ABANDONAMOS

NOS ABANDONAMOS
Elany Morais

Onde foi exatamente  que te perdi? Esqueci teus passos nos caminhos cruzados. Retornei, mas não na mesma direção do meu achado que se encontrava dentro de teu frio coração.


Mas foi assim, abandonamo-nos nas vielas dos sonhos a duas. E agora, resta-nos aceitarmos os fatos. Esqueci  teu café, esqueci nossos planos, esqueci tuas rosas, esqueci nosso futuro. Nossos beijos ficaram amargos. Foram muitos enganos e desenganos. Não podemos negar que nossa história irá nos acompanharmos, com os doces dos risos e o sal de nossas lágrimas.

Digo a mim que já há cansaço de varar a madrugada entre os lençóis, contando as horas que se arrastava no peso da lama de meus pensamentos que me acertavam como flecha, com seu veneno para matar minhas alegrias.

Tuas estradas eram sem fim, agora é muito tarde para ainda te amar. Minha voz não te chama mais. Teu olhar não me faz prostrar-me e no meio de muita gente te perdi. Tua chegada era flecha e eu não sabia.

Caxias -MA, 24 de maio de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

sexta-feira, 23 de maio de 2014

O SONO DO DIA

O SONO DO DIA
Elany Morais

Que mistérios trazem os olhos do dia?

Como sobreviver a cada passeio pelo escuro? Todas vezes que o dia fecha seus olhos, eu ando por um outro mundo, um mundo sem cores, um mundo sem brilho, um mundo sem luz, um mundo sem paz,  um mundo sem amores. E é sempre , é um sempre sem fim: o dia descansa, e minha pele rompe-se, minhas fibras partem-se, elas partem-se dentro de mim.

É uma desconstrução. O dia dorme, minha alma esvai-se em cinzas. A espreita de nada adianta. Nem um aviso, nem um sino a badalar vêm ao meu encontro para anunciar que o dia estar prestes a acordar.
Não bendigo este sono que me desperta, que me deixa esmaecida, desbotada, sombria, irracional e afogada nas dores que não passam, fazendo-me tanto mal.

Temor. Quando o dia despede-se com seus olhos sobre o piso pisado, lanço-me num destino deserto, sem esperança, sem palmas,sem céu, sem qualquer porta aberta.
 
Socorro!  O engano chega e alcança minha aflição. A razão corre a passos largos, meus olhos dilatam-se, numa  espera aflita, da mão que devaneia na preguiça em socorrer um dilacerado espírito que vive perdido na imensa solidão.

Caxias- MA, 23 de maio de 2014.
 
Todos os direitos reservados a Elany Morais

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A DOR

A DOR
Elany Morais

A dor tem de suas façanhas.
Uma flecha que fura o mastro,
Um choque de faces,
Uma curva feita sem rastro.

Ela chega, sem aviso prévio.
Te vira do avesso,
Tornando-te cego!

A dor faz esse regaço
Não traz paz,
E se dormir, não passa!

Ela se alimenta de lamento,
Corre no tempo,
E condena-te à vida de tormento.

Caxias - MA, 21 de maio de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais


terça-feira, 20 de maio de 2014

DESEJO QUE ARDE

DESEJO QUE ARDE
Elany Morais


Entre teus lábios, minha loucura se eleva,
Apenas com gestos procuro teu corpo,
Enquanto meus beijos nascem em tua boca,
Levando braços e pernas a um frenesi louco.

Mantenho minhas mãos presas em teu peito,
Pois estás presente em mim por toda parte.
E se nossos corpos transpiram o mesmo suor,
É porque nosso desejo é fogo que arde.

Caxias - MA, 20 de maio de 2014.
Todos os direitos reservados a Elany Morais

segunda-feira, 19 de maio de 2014

LIBERDADE

LIBERDADE
Elany Morais

Às vezes, sou borboleta sem cor, apenas alada, mas borboleta sou.

Quando quero "vadiar" nada desvia meu curso de sentir, de querer. Minhas necessidades são primeiras. Ouço apenas a mim. Desprendo da vida que não é minha. Distancio dos pensamentos e desejos alheios. Venho só para mim.

Quando quero me entreter, sento-me na soleira da porta, para ver os outros passarem, nas ruelas, nos becos, nas ruas largas, onde todos estão tão distantes de si, e eu apenas junto de mim. Talvez seja essa minha prática favorita. Ela não se extenua.

 O sacudir de uma mão displicente, de forma incoerente com os passos largados, desajustados, bocas que se abrem sem propósito, sem cuidado, pés desnudos, sem firmeza, abandonados... Cabelos livres, presos, descuidados, tristes, vivos, mortos... Vejo, com lentes de aumento, o despropósito de ser. Abro portas para adentrar na vida, mas é apenas pessoas que passam, sem saber que estou a sentar-me para me entreter.

Caxias -MA, 19 de maio de 2014.
 Todos os direitos reservados a Elany Morais

domingo, 18 de maio de 2014

SOLIDÃO NOTURNA

SOLIDÃO NOTURNA
Elany Morais

O frio me embrulha nessas noites solitárias. O vinho, na mesa, seca. Apenas uma gota olha-me, de soslaio. Meus pés rebelam-se, paralisam-se, prendem-me dentro do muro, este limita meu mundo, não tão reluzente.... Passos são enumerados. Ouço meu pulsar, sem a interrupção do tic-tac do relógio. O quarto prostra-se para mim, com toda solicitude escravagista. Mas minha indiferença é para tudo, menos para meu corpo que grita pelo peso da alma que carrega. Casa cansada é minha carcaça ambulante, obrigada a suportar o peso do quase infinito mistério da existência. Movimento é estalar dos ossos preocupados com o destino de um eterno deitar, sem voz, sem ruído... Não há nada, janela não há para que se possa abrir, luz não existe para iluminar o pensamento triste que teima em existir.

Caxias -MA, 18 de maio de 2014.
Todos os direitos reservados a Elany Morais

DUAS CARAS

DUAS CARAS
Elany Morais

Tenho duas caras:
Uma bonita; outra feia,
Qual delas vejo?...
Dependerá de minha alma
E do meu espelho.

Tenho duas caras:
Uma bonita; outra feia.
Verás sempre duas delas,
Pois se enxergares apenas uma
Certamente, isso será defeito.

Tenho duas caras:
Uma bonita; outra feia.
Mas querer apenas uma
É um problema que não
Tem jeito.

Caxias- MA, 18 de maio
Todos os direitos são reservados a Elany Morais

SEM TEMPO

SEM TEMPO
Elany Morais

Não sei se meus verbos possuem tempo certo de conjugação. Traçar uma linha entre a semente e a flor, não sou capaz, nem visionária serei do tempo em que nasce e agoniza o que todos chamam de amor. O meu vinho não te...m tempo, na minha taça não há limite. Todo tempo é tempo de bocas se cruzarem com a minha, sem pressa, sem medo, sem culpa e sem pudor. Meus dedos não envelhecerão, dedilharão e farfalharão as mais finas e secretas vestes, sem preconceito, sem frescura, sem escolher raça, origem, tamanho ou cor.

No meu mundo não há tempo para melodia. Ela brilhará nas noites majestosas, na companhia das lindas donzelas, sem pensar no fim do prazer, da alegria ou chegar o momento de temer a triunfal chegada da indesejada das gente- a impiedosa dor. No meu pulso, não há relógio para contar o tempo de minhas conquistas, ou minha mudança de Julieta para um sublime Romeu conquistador. Só quero um tempo, mas sem medida, um tempo onde todos permaneçam com o mais vivificador sentimento- o tão desejado por todas as gentes- o memorável amor.

Caxias- MA, 18 de maio de 2014.
Todos os direitos reservados a Elany Morais

FRIA GENTE

FRIA GENTE
Elany Morais

Não quero nesse mundo amar ninguém
E talvez por mim nenhum coração sente
O meu amor e sofrimento profundo....
Que desgosto amar a mais fria das gente.

Queria estar distante de todos e de tudo,
Mas apenas calada fico, pois tu, morte, ousas
Tornar-me fria, distante, solitária e muda.
Esse é o destino mórbido de todas as coisas.

Desejo meu é que tudo fosse apenas passado,
Mas sem esse desespero da espera do futuro,
Não viver com esse espírito frio amortalhado,
Num mundo de angústia, dor e desamor escuro.

Caxias - MA, 18 de maio de 2014.

sábado, 17 de maio de 2014

CAMINHOS DESERTOS

 
CAMINHOS DESERTOS

Elany Morais

Fui sozinha à beira-mar.

Não sei quem me cerca
Com os passos calados.

Afasto-me de todos,
Para sozinha ficar,
Mas a prisão não passa.

Ando, mas sem a soberba.
Nenhuma voz traduz minha
Palavra, ela corta na escuridão
calada.

Passos lentos,
Meu pobre peito
Não cabe mais nada.

O medo bate a minha
Porta, mas sigo sozinha
Sem voz, sem luz, sem
Companhia!!

Caxias - MA, 17 de maio de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

quarta-feira, 14 de maio de 2014

O FEL DO MUNDO

O FEL DO MUNDO
Elany Morais
 
Quem me perguntou se o fel do mundo eu quis beber? Por que me violentaste meus ouvidos com a voz da ignorância? Aqui, o desamor não tem freio.  A injúria é uma gula insaciável. A mentira é um câncer indomável. A multidão é um véu sangrento. O peito é salão de baile negro. Os olhos são portas duvidosas. A boca é um cofre de maldição. A noite brinda com a morte. As flores festejam do fim do riso. O sono é o prazer indefinido. A razão é loucura dos justos. O coração com função desconhecida. O sangue é vida jogada perdida. O lar é o purgatória. A música  é o transporte da bestialidade. A dor é o pão do dia. A fome é a alegria do dia. O tempo é algoz dos desvairados.  Água é o vinho podre. O sol é fogo dos pobres. A verdade é o juiz dos justos.

Alguém me perguntou se eu queria o vício do mundo? Tatuaram-no me mim.

Caxias -MA, 14 de maio de 2014.

terça-feira, 13 de maio de 2014

O QUE NÃO DEIXARÁ DE SER

O QUE NÃO DEIXARÁ DE SER
Elany Morais

O dia não era dia. O sol era sangue. A chuva era lágrimas. A voz era de súplica. O desespero abria as asas. O medo se agigantava. O abandono exalava o cheiro do fim. A morte ria. Teria companhia morna.... A vida lutava. A dor afiava suas garras. A vida enfraquecia. O escuro era refúgio. O tempo parou para assistir ao espetáculo da agonia. A agonia roubava espaço. O véu se partia. As mãos foram esquecidas. As pernas displicentemente caiu sobre o solo. Tudo era luto. O coração estreitou-se. O peito ficou tenso. A respiração estava presa. Não havia luz. Tudo mudou de cor. A partida era iminente. O sangue esfriou. O pulso esperou. Empalideceu. O amor não veio. O dia não veio. A cura ficou presa no trânsito. A mente falhou. A raiva se instalou. A morte abriu os braços. Contava vitória. O poço secou. A boca secou. A língua calou. O gemido enfraqueceu. Os olhos recorreram às tintas. O vermelho estava a postos. A fome riu. Ela chegou cantando. O sonho sumiu. A coragem dormiu. A dor dançava no peito. A paz foi pisoteada. A humilhação cresceu. A vingança acordou. A dignidade morreu.

Caxias-MA, 13 de maio de 2014.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A ESCOLA DO PASSADO E O GOVERNO ATUAL

A ESCOLA DO PASSADO E O GOVERNO ATUAL
Elany Morais

Frequentemente, ouve-se dizer que escola ou educação de qualidade era a do passado. Era boa, né? Com certeza, mas as pessoas se esquecem de que a escola do passado era apenas para os filhos de classe média e alta. Parece-me que as pessoas que tanto critica o governo atual, que tanto exalta a escola do passado esquecerem de fazer as lições de c...asa, não seguiram as orientações de seus professores, pois quem desarrumou o ENSINO PÚBLICO não foi Lula nem Dilma. A destruição desse ensino aconteceu durante a ditadura militar, quando colocaram a Esther de Figueiredo Feraz, primeiro na Secretaria do Estado de Educação de São Paulo, depois, no Ministério da Educação. Criticar o governo atual sem saber disso é assinar o estado atestado de ignorância ou de mau-caratismo. Hoje, bem ou mal, há escolas para todos. Naqueles tempos, das "boas" escolas públicas, naquela época somente os ricos adentravam à Universidade. Hoje há vários programas de financiamento para cursos superiores. O que de fato é uma tremenda hipocrisia das elites. O Governo "chamado socialista" financia pobre para dar dinheiro para escola de empresário capitalista.

  Caxias- MA, 12 de maio de 2014.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

EU QUERO A MULHER QUE FALA

EU QUERO A MULHER QUE FALA
Elany Morais

Nos dias que chegam, um pensamento diz:
Eu quero a mulher que fala,
Não aquela que vomita apenas esperanças,...
Mas a mulher que, no seu direito, não cala.
Dentro do meu pensamento,
Eu quero a mulher que sabe,
Não apenas embalar a rede,
Mas a mulher sabe usar a fonte
Para matar a sede.
Longe de toda hipocrisia, eu quero
A mulher que seca suas melancolias,
Não apenas de se sentir violentada,
Mas a melancolia também de ser abandonada.
Eu quero aqui, ali, acolá a mulher que grita
De prazer que em si não mente,
Que não cale no peito o furor que deveras sente.
Eu quero a mulher desnuda,
Não apenas de poucas vestes,
Eu quero a mulher que fala, seja do Norte, do Sul ou
Do Nordeste.

Caxias- MA, 08 de maio de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais


terça-feira, 6 de maio de 2014

MAL AMADA

MAL AMADA
Elany Morais

Eu não invento nem distorço
A tua alma fria e mal amada,
Eu apenas cuido, sinto e torço...
Para que tudo não seja nada!

Tua dureza será incendiada,
Desejarás a beleza do corpo,
Deixarás de ser atormentada
Nem será um ser vivo e morto!

Há coisas que nunca te digo,
Mas terás um eterno castigo
De viver nessa mágoa afogada.

Quero que eu me contradigo
Que sejas além de joio; o trigo,
Para que tua alma seja amada.

Caxias -MA, 06 de maio de 2014.
Todos os direitos reservados a Elany Morais

segunda-feira, 5 de maio de 2014

A INGRATIDÃO: AS PERNAS DO EGOÍSMO

A INGRATIDÃO: AS PERNAS DO EGOÍSMO
Elany Morais

 ( EXPLORARAM JEGUE, AGORA QUEREM COMÊ-LO, POR NÃO SERVIR MAIS COMO INSTRUMENTO DE TRABALHO)

Por que me jogaram no mundo dos soberbos, dos ordinários, dos ingratos? De repente, acordo no mar do egoísmo humano. Torne-me escravo sem saber o motivo pelo qual eu deveria me submeter às insanas vontades e necessidades desse ser de mente torpe.

Fui transporte de corpos insaciados e, embora eu não fosse movido a motor, embora eu não fosse uma indiferente e fria máquina, minhas forças, minha coragem, minha disposição não podiam cessar nem fraquejarem. Era minha condição de existência, nesse lamaçal de ingratidão.

Quando nasci, o calvário abria as portas para mim: o trabalho era meu café das primeiras horas do dia. O mundo com todo seus bagulhos montava em cima de mim. Quando o peso parecia que iria me achar ao meio, o chicote rasgava minha pele, que não era fina, ele gritava ao meu ouvido, dizia insistentemente, que eu não podia parar. Quando minhas pernas, já resignadas se deixavam abater-se, uma chuva de atrocidades caía sobre mim. Nesse momento, só me restava uma alternativa: continuar a viver sob o domínio do meu infeliz algoz.

Eu não perseguia as horas, o tempo, mas aprendi, com a repetição do infortúnio, que no momento em que o sol sentia sono, era meu tempo de deixar meus membros caírem sobre a terra fria, de mastigar aquela palha que os humanos não queriam nem mesmo para cama. Ali, na escuridão, às vezes, sob chuva, era meu momento de felicidade. O frio era meu cobertor. Quando meus olhos mal se voltavam para o nada, o sol, a voz impiedosa se encarregavam de me dizerem que tudo já recomeçaria

Não sei o que aconteceu no universo desses ser que não merece o que recebe, mas percebi que haviam me esquecido nos matagais, nas estradas. Pensei que os humanos tinham caído em si, que tinham resolvido me dá carta de euforia, que eles estivessem cansados de serem ingratos, violentadores, que nada! Eles descobriram algo que fosse melhor do que eu para alimentar a mão esquerda do seu egoísmo. Eu estava em paz porque meu valor de supressão de suas necessidades não mais existia. Mas dos feitos humanos, isso tudo não o pior. O decreto maligno ainda estava por vir. Não se surpreendam, companheiros de sofrimento, agora eles querem alimentar sua pérfida fome com nossa carne. Eles estão criando uma espécie de fome para nos jogar em seus estômagos. Agora só me resta uma dúvida: será que eles querem ingerir nossa carne, nosso sangue para adquirir nossa força, nossa resistência? Será que eles querem se transformar em jumento como nós?

domingo, 4 de maio de 2014

HABITANTE INDESEJADA

HABITANTE INDESEJADA
Elany Morais

Dor, que a fragilidade humana no corpo tece,
Em labaredas ardentes me atormentou um dia,
Donde minha esperança em cinzas se derretia,...
Por entre buracos negros e tranquilidade leve!

Inimiga, existir sem um corpo nunca se atreve,
Pois sua existência só na alma ninguém a via!
Acorrentar os desvalidos antes era o que fazia
No sofrimento sem sequer uma trégua leve!!

Sentir a dor é inerente a qualquer vontade,
Mesmo que a tiramos de todo pensamento,
Mas seremos seus reféns, essa é a verdade!

Já sei como a dor se gera a cada momento,
De nada adianta implorar por uma piedade,
Pois conhecer a si mesmo é o tal livramento.

Caxias - MA, 04 de maio de 2014.
Todos dos direitos reservados Elany Morais

sábado, 3 de maio de 2014

VIVEREI MEU AMOR

VIVEREI MEU AMOR
Elany Morais

Eu viverei meu amor pacientemente,
Sem cortes, sem buracos consertados,
Vibrarei como fazem dois namorados...
Que no coração o intenso amor sente!

Louvarei meu amor por toda essa gente,
Sem pudor, sem receio ou grito cansado,
Para não deixar meu coração magoado
Por viver uma vida de cuidado ausente!

Caxias- MA, 03 de maio de 2014
 
Todos os direitos reservados a Elany Morais

VIVER CONTIGO


VIVER CONTIGO
Elany Morais

Se te encontro numa tarde de verão,
Minha noite terá um silêncio ameno,
Minhas lágrimas não lavarão o chão...
E meu sofrimento será bem pequeno.

Não é dependência de ti em demasia,
Nem rogo para o findar de tua frieza
É desejo de viver em tua companhia,
Sem violentar tua insensível natureza.

Caxias -MA, 03 de maio de 2014.

.




PALAVRAS, PALAVRAS

 
PALAVRAS, PALAVRAS

Elany Morais

Não me peça com sutis palavras
O que não posso retirar do peito,
Pois com as pálpebras cerradas,
Rejeitar minha alma não há jeito.

É difícil que eu não tenha receio
Das línguas tortas e desvairadas
Porque envenenam meu enleio
Com tantas palavras pesadas!!

Não apenas com palavras unidas
Proclamo não estar aqui vencida
Pois continuo nessa vida a lutar!

Digo a mim com palavras amáveis
Que não atenderei interesse alheio
Pois minha alma ficará saldável
Se proferir a verdade sem receio.

Caxias -MA, 03 de maio de 2014.


Todos os direitos reservados a Elany Morais

quinta-feira, 1 de maio de 2014

IMORALIDADE DA ALMA

A IMORALIDADE DA ALMA
Elany Morais

A imoralidade da alma germina a doença do mundo,
Quando esta, em busca de aceitação, para si mente,
Condenando o corpo à enfermidade e o futuro imundo...
Por não revelar suas verdades e desejos francamente.

A educação falsa recebe a alma de sua descendência,
Quando a hipocrisia reina em geração de cada família,
Todos mentem para si, levando-os para plena demência
Em que seu Eu se aprisiona como se vivesse em uma ilha.

Desconhecer que o inconsciente é quem está no comando
É viver na infelicidade e na amargura, de modo obstinado,
Onde a alma grita, mas o desconhecido faz seu desmando!!

A salvação da alma não vem, pois a igreja oferta tal imoralidade,
Sendo que ao mundo interno dissimulado quem mente está fadado
Porque a verdade é o único caminho que nos conduz para a felicidade.

Caxias- MA, 01 de maio de 2014.
Todos os direitos reservados a Elany Morais

DESEQUILÍBRIO EMOCIONAL

DESEQUILÍBRIO EMOCIONAL
Elany Morais

Como grão de areia jogada pelo vento no espaço
São meus sentimentos que maltratam meu peito,
Sempre estão a me dizer que tudo está desfeito,...
Levando meus passos a tropeçarem no embaraço.

Mas preciso caminhar lentamente passo a passo
Para não desmoronar brevemente no meu leito,
Pois livrar-me dessas tais emoções não há jeito,
Assim fico a aguardar meu indesejado fracasso.

Visualizo todas as tormentas que a alma é fonte
Que impede a tranquilidade vinda do horizonte,
Sem me ofertar a chave que me leva a esperança.

Tal angústia em meu frágil espírito se manifesta,
Esperar a partida dessa vida triste é o que resta,
Sem ao menos ter as alegrias da vida de criança.

Caxias -MA, 01 de maio de 2014.
Todos os direitos reservados a Elany Morais

DESTNO DE PÓ

DESTINO DE PÓ
Elany Morais

Nas inimigas horas, sinto-me esquecida e só
Tal qual pássaro perdido que no voo procura
Salvar-se do seu futuro que é o destino do pó...
Que o espreita, a deixar nessa dura amargura!

Ponho-me a vagar sem que ninguém tenha dó
Dessa alma solitária, desvalida, triste e escura
Que se sente abandonada nas sombras vis e só
A mendigar sem rumo nessa triste desventura!

Essa solidão sempre invade meu apertado peito
Que mesmo estreito guarda o amor que esvoaça,
Apesar de mornar o momento que será desfeito.

Esse é o destino de um espírito que se morre
Nessa triste vida de amargura que não passa,
Mas que cegamente a felicidade sempre corre.

Caxias -MA, 01 de maio de 2014.
Todos os direitos reservados Elany Morais