Sou educadora e escritora

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

VIVER E VIVER

VIVER E VIVER
Por Elany Morais

Meu maior projeto é viver.
Com a teimosia das tartarugas,
Submeto-me à sobrevivência.
Rejeito a minha invisibilidade.
Quero ser por muito tempo.
Até da fenda ferida, espero um futuro.
Não deixarei que a imaginação me lance
Num vazio profundo.


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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

MÁ SORTE

MÁ SORTE
(Por Elany Morais)
És tu que tudo me negas, sorte?
Foste tu que fizeste meu destino
Uma dureza!
As coisas escorrem-me pelos dedos.
Bato no peito, mas teus maus  desígnios
Estão sempre a me alcançar.
Trança-te em mim com tuas benesses
Porque todos os ruídos atingem-me!
Ah, eu quero a luz da sorte
Antes que cedo demais me
Alcance a morte.

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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

LONGO CAMINHO

LONGO CAMINHO
(Por Elany Morais)

De onde veio esse meu caminho?
 Ele é tão cumprido!
 Se vai chegar ao fim, não sei.
 Mas em qualquer instante,
 irei contemplar o brilho do mar.

Por dentro desse caminho
Há mágoas e sonhos
E coisas que vibram num mundo
De feras.

Quantas névoas aqui podem
Me enganar?
Nessas léguas longas não

Posso dormir nem descansar.

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sábado, 16 de janeiro de 2016

CANALHA

O CANALHA
(Por Elany Morais)

O canalha é sempre alguém que nos cobre de insultos e de escárnio, como é de sua própria condição de canalha. Por isso, diante da canalhada, não podemos ser pessoas de pensamentos ou consciência simples e comum. Mas, é importante saber que todo canalha tem uma história de canalhice de quem o tornou canalha. Certamente, não é tão fácil identificar o canalha, porque sua marca não está face, mas sim, na alma.

O canalha possui um talento espantoso para iludir. Ele não anda, desfila - com uma elegância extraordinária. O canalha vive a se expandir por aqui, por ali, em todo ou em qualquer lugar, portanto, cuidado com o canalha.

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

CONDIÇÃO HUMANA

CONDIÇÃO HUMANA
(Por Elany Morais)

Quantos não falam da aurora!
Dizem ignorarem a noite escura,
Mas é nela onde o medo ainda mora
E o amor em si não se costura!

Quem não tem uma vida de abrolhos?
Ou mesmo nas cores dos lírios?
Muitos na maldade estão de olho,
Enquanto outros vivem seus martírios!

Ah, o desamor afugenta tudo?
A maldade tem dons funestos,
Como querer deitar no veludo
Sem que tenham lábios honestos?

Quem não tem olhos brilhantes
Não terá formas tão puras
E, muito menos, vida nas alturas
Ou atitudes e mãos elegantes!

Caxias - MA, 15 de janeiro de 2015.

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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

MEU GATO

No meu coração, pousa leve como um pássaro , meu gato.
Ele  se esgueira pela casa e  em cada canto da sala.
Muito pouco  mia nem quebra os prato da pia.
Não é o gato de bota, mas fica entre as portas
Como o rei do pedaço, dominado todo espaço.
Não vive em telhados ou em cima de muro
Seduzindo gatas, com altos miados
Nunca fica sozinho, talvez seja inseguro,
Mas sempre arma seu bote calado no escuro.

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

LEMBRANÇAS DE VIAGEM

LEMBRANÇAS DE VIAGEM
(Elany Morais)

Voltando da cidade de Codó á de Caxias, para não perder tempo em devaneios inúteis, o tempo a que me obrigava a esse percurso, entreguei-me várias vezes ao prazer de recordar e entreter-me na agradável lembrança das caras e sábias pessoas que encontrei nessa vida. Élice foi uma das que  se apresentaram mais seguidamente  à minha memória. Eu, em sua ausência, reconstituía, os momentos mais felizes que passei ao seu lado, momentos que foram os mais doces de minha vida.
Uma das particularidades de Élice era ri da vida humana, gostava de brincadeiras, desde que não fossem desprovidas  de sal e graça. Tinha superioridade de espírito. Era capaz de colocar-se ao alcance de todos. Às vezes, era até pueril, quando tratava de assuntos sérios de maneira divertida. Exercia, com frequência, uma bondade natural. Lembrar-me dela é um divertimento útil.
Eu tinha que estar preparada para conviver com ela. Meus escrúpulos não deveriam estar deslocados para ouvi-la. Aprendi a me silenciar diante de suas sátiras, que às vezes, possuíam  uma certa malignidade, mas era dócil, Élice era dócil.

Com Élice, entendi que há sempre uma latrina recheada de vícios secretos, que todos nós temos defeitos ridículos e vícios vergonhosos. Que também possuímos o poder de espalhar alegria sobre as pessoas....

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sábado, 2 de janeiro de 2016

PASSAGEM DO TEMPO

PASSAGEM DO TEMPO
(Por Elany Morais)

É um tempo que passa!
Hoje nada do que já foi será como era
E, certamente, jamais o será,
Mas se um dia o fosse,
Que garantia teria eu de ser como antes era?
Ontem fui o que não sou hoje,
E se eu fosse o que antes fui,
Eu não seria o que sou agora!
É, no tempo que vai, que deixo de ser
O que num tempo fui.
É, em cada momento, que vou sendo
O que não era antes.
E é assim que vou deixando de ser
Para ser o que eu não era.


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