Sou educadora e escritora

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

 
A insegurança que o mundo me impinge faz-me repudiar a casa das incertezas. Tento inutilmente abrir a porta do vazio para que as dúvidas, as incertezas ganhem asas, só assim, poderia eu deixar  a condição de inquilina do vácuo e tomar posse da tão necessária segurança.


Como tal segurança não pousa no meu telhado, gosto meu tempo vendo a impaciência do verde a esperar o cumprimento da promessa de chuva. Meu fitar parece tombar todas as ilusões de felicidade e  existência eterna.

É numa ilusão de ótica que vejo árvores se envergarem na admissão de que tudo é efêmero. Essa é a única certeza, ou seja, "o único pássaro que fugiu da gaiola".

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

RECUSA

Eu vivo de recusas. Recuso-me à passividade do vácuo, às dores imune às morfinas, ao beijo permitido, ao silêncio do gozo, ao som do choro, à sutiliza da confissão amorosa, às portas fechadas e à boca calada...

Recuso tudo e mais um pouco, recuso a minha condição terrestre, ao  choro noturno, ao vento que parte, à flor que murcha, o indigesto embuste, ao abandono de mim e ao meu temido fim.

E assim vou recusando o que me desabona, o que me faz padecer e tudo que mina minha vontade de viver.

Se me permite, vou recusar aos risos de conveniências,  ao voo protelado, à  espera insana, à pressa felina, a lentidão preguiçosa, o sussurro maldoso e qualquer ideia imposta.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

O SINO DA DOR



 Sino batido, sino tocado é quando o corpo emite sinais a dizer que a sombra vem sobre os braços do infortúnio, ela vem, e vem a galope trazendo consigo a borracha que apaga o desejo de abrir os olhos para ver o brilho do sol,o jardim florescer, a canção que faz sentir vontade de viver.

Sino batido é quando os olhos alertam do vendaval, do mar salgado que está preste a ancorar no desejo de enxergar o mais valoroso prêmio da vida. A certeza do torrencial fixa na mente, esta que vira mala de dores e desprazeres ocultos.

Sino tocado é quando o peito diz que já riu o bastante, que se deve munir de escudos para amparar a dor que vem em disparada em direção do frágil ser. Soldados a postos, inútil, ela chega sem avisar, senta-se, deita-se como se fosse fazer da alma uma eterna morada.

Elany Morais
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SILÊNCIO

 
 Meu silêncio é como barco furado sobre o mar, aos poucos, é inundado por águas salgadas.

Desprezível lágrimas, banham meu rosto nas noites frias de solidão. Não se compadecem dos lenços em atividades monótonas.

É no silêncio que... águas jorram sem se voltarem para as pedras que no meio do caminho há. É no silêncio que os gemidos compõem uma desarmoniosa orquestra. O grito desafina pelo turbilhão de sentimentos envolto em apenas sussurros. É nesse momento que tudo perde sua significação, se é que algum dia existiu sentido para o inexprimível ou inexplicável.

Elany Morais


 
Todos os direitos reservados a Elany Morais

DOR

Quando a dor atinge uma certa dimensão, a boca se cala, os membros paralisam, restando apenas a mente esperar que o tempo cumpra o papel que lhe foi conferido.

 Elany Morais

SOLIDÃO NOTURNA



 Impiedoso,o mar secou para que eu não afogasse minha melancolia , minhas mágoas que desfibram meu frágil peito.
Na solidão noturna, nada posso fazer para suplantar meus pensamentos que sem pedir licença invadem minha insan...a mente.
Queria ir a algum lugar, mas meu coração diz que lugar não há. Então, convenço-me de que resta somente o coaxar dos sapos e o barulho da mente como companhia.
Assim, vem-me a certeza de que o medo da dor, da solidão, da melancolia é mais insuportável do que a inexistência do meu dispensável ser.

Elany Morais

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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O VAZIO DA INCERTEZA



  Minhas retinas vivem fatigadas de habitar o poço de incertezas. Inutilmente, fita, sem esperança alguma de penetrar o mundo particular de quem muito se ama. E se debate dias e noites nas possibilidades de pouco acerta...r o que se há por pensar, se algo existe que dá prazer. E em vão, só se vem a cabeça o por vir cheio de angústias e medos. Medo de ver se desfazer na poeira o bem que nunca se quer perder.

E o coração gira, a alma se agita diante do prenúncio falso do infortúnio que nunca anda só, este sempre insiste em devastar a alma de um miserável aponto de se dá dó. Assim, a vida se torna uma milhada de SEs,: e se eu soubesse o que se oculta no peito de quem muito me quer, ou nada se esconde de qualquer um que vier. Não se sabe, só se espera...É uma espera precipitante, angustiante...É um estar desprezível, desaproveitável. Mas o que se pode fazer, se o que se tem é a penas o quinhão da incerteza do que poderá ser?

A casa das probabilidades precisa está bem alicerçada, pois a mente vem como combustão na tentativa de busca da segurança para se deleitar na paz. É procura, é vontade de se deparar com o ouro mendigado, que é capaz de tornar o que não se sabe no conhecimento libertador, se se tem posse desse bem precioso, pode-se guardar, cuidar do que se chama amor.

Elany Morais

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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

DESEJO AMARGURADO

Quero sem pressa tragar o teu peito;Imobilizar-me em teu corpo;
De paixão inundar-me no teu leito;
O meu desejo por ti torna-se louco.

Á sombra meia do teu quarto;
Encontro-me alucinada;
Sem teus beijos nunca parto;
Mesmo na luz da alvorada.

 Distância tua me despedaça;
Por viver em ti fundida;
Se partires então me mata;
Da tua presença vivo iludida.

Elany Morais
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AMOR HOMOERÓTICO



 A delicadeza da mulher invade minha alma
E como criança na sua ingenuidade em mim faz festa
Nos seus passos entrego-me na dança da valsa
Ser feliz em seus braços é o que me resta....

Eu amo a delicadeza feminina
Pois toda mulher é linda e delicada
Inebrio-me com sua alma felina
Nelas sinto o cheiro da flor rosada.

No coração da mulher eu frágil me perco
Rendo-me a seus ternos carinhos
Distanciar-me delas não tem jeito
Esqueço do mundo nos seus lençóis de linho.

Na mulher vagueio em todo seu corpo
Desperta em mim uma insana luxúria
Em minha boca fica seu gosto
Minha paixão por ela é clara loucura.

Elany Morais

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terça-feira, 26 de novembro de 2013

SAUDADES

Hoje me encontro com saudades dos lugares por onde não andei, dos corpos que não abracei...Daquela cachoeirinha que vi só em sonhos, sonhos esparsos, distantes...Daquele cheiro doce que vinha de seus cabelos revoltos na malícia do... vento. Saudades daquele silêncio sereno, acalentador, do som daquela voz que parecia cantiga de ninar, do vasinho preto com a flor amarela que espiava tudo que passava pela janela. Daquela mão estendia aos céus, rendendo graça por não usar mais o véu. Que saudades, saudades do que não vi!!

Eu não vi a bailarina com seus passos leves a me conduzir a uma dança,mas mesmo assim,tenho saudades. Tenho saudades do bem-ti-vi que todos os domingos me trazia a boa nova de que eu era bem vista, assim ele me dizia:" bem-ti-vi." Ficou na minha memória aquele cão que por mim passou e me deu a mão, aquele jardim que se cuidava, dispensando assim, mãos calejadas, mãos praguejadas...Hoje eu sinto saudades do grito que não veio, daquela reza que apacentou meus medos, das bonecas que me confidenciavam segredos, daquelas formiguinhas que atraia toda minha atenção para sua atividade incansável, promovendo entre si tamanha revolução...Ainda me pego com saudades de mim, da minha lucidez de ouvir meus gemidos diante do desamor, da minha não aceitação do outro que vagueia pelos caminhos da dor...Sinto saudades de quando o amor não era sinônimo da dor.

Elany Morais

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EU POR MIM

EU POR MIM
Elany Morais

Foi por mim que pisei fundo, descalças andei sobre pétalas, colhi forças e dei volta ao mundo. Foi por mim que desfiz os nós, rezei com fé e calei a voz. Foi por mim que andei na chuva, quebrei as regras e desobedeci à curva. Foi por mim que colhi a flor, plantei alegria e colhi amor. Foi pr mim que subi na árvore, tomei banho de rio e desconheci o mármore. Foi por mim que não guardei a dor, fitei as estrela e rezei ao meu senhor. Foi por mim que ergui os braços, fiz promessas santas e venci meu cansaço.


Todos os direitos reservados a Elany Morais

AUSÊNCIA MATERNA

A te esperar eu ficava no silêncio da noite;
Como chuva copiosa minhas lágrimas rolavam;
Desespero, tristeza, medo de sofreres o açoite;
A fraqueza, inocência, abandono me abraçavam.

A gritar teu nome não ouvias;
A certeza do vazio chegava;
Desamparada na vida me via;
Sem mãe, sem ninguém me encontrava.

Meus pés pequeninos caminhavam;
Num rumo um tanto incerto;
Vozes, aconchego não chegavam;
Para me garantir o caminho certo.

Elany Morais

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PARTIDA

Desenha-me na paz do teu coração;
Com o meu perfil de alma inquieta;
Fazendo impudica revelação;
Da partida faz-se promessa.

Assim se faz nosso amor;
De dores, angústia, pesar;
Não vê meu devido valor;
Minha volta fica a esperar.

Elany Morais

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VÍCIO

Traga a morte na sombra da noite;
Cai  nos braços da invisível ilusão;
Fica qual bicho feroz atrás da moita;
Possesso traz em sim uma legião.

O vício faz de si um impotente refém;
Viajando na delirante visão;
Esquiva da vida  recém;
Dormita em cada estação.


Galopa a passos na fera;
Sorvendo a infeliz  sensação
Deleita-se na trágica quimera
Vagueia dormindo no chão.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

CORAÇÃO VALENTE


Angústias, mágoas, dores, desamor
Durante o percurso da existência,vão
Como fogo em terra funda
A cada dia torna em cinza o coração.

Esta cinza com o passar do tempo eleva-se num grau
Que nem os mais desumanos sentimentos afetam
É tal qual escudo, impassível em geral
Ou proteção de aço as feridas acertam.

Elany Morais

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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

DESAGRADO

Não me satisfaz essas coisas passageiras
Amor de fogueira
Água fria
Som do dia
Versões da moda
O barulho da roda.

Não me alegra essas coisas sem lógica
A mentira faceira
A voz  de bobeira
O corte da mangueira
E sexo de zoeira.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

SE

Se por acaso me enxergasse
Eu tiraria seu vestido
Se não muito pensasse
O mundo seria mais divertido.

Se por acaso não gostasse de ladainha
Eu ficaria em mudo silêncio
Esperando  minha poesia ser rainha.

Se por acaso eu não fosse de sua laia
Eu procuraria outras paisagens
Não me dobraria para toda saia
Nem acordaria em outras paragens.

Elany Morais

Todas os direitos reservados Elany Morais
 

LUNO-FUSCO


Uma noite, a luz estelar entrou em minha pele, querendo brilhar. Mas a sombra com todo seu despeito, fez meu minha mente silenciar. Sufocada, a luz  começou a se apagar, meu corpo resoluto fez seu movimento parar.

Meu sonho luminoso grita na escuridão, sem companhia, sem abrigo cai na solidão. Meus pés como barco furado afunda em águas profundas.

Minha boca se cala, o cenário é estarrecedor, minha pele perde o viço, o mundo torna-se ameaçador.

Não posso partir, o mundo me abandona, não posso amar, sou presa numa redoma. Não vejo portas, pois luz não há, quero vozes, o silêncio não pode parar.

Elany Morais

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RECINTO

Neste velho recinto
com um copo de vinho  tinto
Nada mais nesse peito sinto
Apenas minhas dores que agora pressinto.

Elany Morais

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domingo, 24 de novembro de 2013

ELEMENTOS NATURAIS

Ah, se o azul do céu fosse uma canção de  todo dia
Minha  vacilante alma  repousava mansa
A se regozijar em plena alegria.

Se a língua das estrelas fosse para todo entendimento
Eu seria conduzida pelas asas da segurança
E o mundo experimentava o prazer do contentamento.

Se os elementos da natureza tivesse toda devoção
Nossas almas viveriam na tranquilidade
A se deliciar na leveza do próprio coração.

Elany Morais

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ÊXTASE


Quero em teus seios me perder
Quero entre tuas pernas me encontrar
Quero em teu olhar me embevecer
Quero teu desejo saciar. 

De prazer anseio ver alucinada
Teu cheiro doce quero sentir
Tua pele inebriante ficava
Ouvindo o meu sonoro pedir

Elany  Morais

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ARABELA

Como é bela Arabela!
Carrega nos cabelos flor amarela
Presenteou-se com uma baixela
Pagando apenas uma bagatela
Foi muita conversa dela
Para não ficarem com balela
De que caiu em uma esparrela!!!


O que passou Arabela
Com essa arrumadela
De passar na passarela
E realizar o sonho dela
De casar-se como donzela!

Mas o que se sabe dela
E que Arabela
Já não é mais donzela
Mas carrega no cabelo uma flor amarela.

Elany Morais

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INFÂNCIA PARTE I

Todos os dias, sem horas marcadas, aquele corpo franzino e rosto marcado pelos passos do sofrimento passava naquela ruazinha. A pequena rua se ajustava aqueles pezinhos quase disformes pela ausência de amparo. Olhar aqueles dedos minúsculos, vinha-me o pensamento de que a vida não lhe era solidária.

Germinações de minha alma desconhecia que aquele ser tão frágil, carregava dentro de si uma força descomunal, força capaz de sufocar toda miséria que invadia sua vida.
 
Cada dia era um espetáculo diante de minhas retinas. Espetáculo de angústia e pesar. Eu via os cabelos da pequenina voarem e se confundirem com as nuvens, ambos eram brancos, prenunciando um futuro de Paz espiritual.
 
Jamais eu ousaria dizer que  aquela criança vestida em mente de obrigações de adultos, não alcançaria os bens que poderia desfrutá-los por não entender o que lhe cercava, ela ainda não sabia que o mundo era um forno aberto pronto para tragar os sem-sortes.
 
Suas passagens naquele cenário, me convenciam de que seu único bem era a esperança, esta como erva daninha não morre nos primeiros ataques sofridos.
 
E ela seguia seu caminho esmo, somente em companhia da esperança, montava nela e sumia  a galope, com seus fios brancos a se perder na imensidão do espaço escaldante pela insensibilidade dos raios solares.
 
Elany Morais
 
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PASSADO

Por muitos lugares andei
Fui verdade sem caridade
Fui vontade sem necessidade.

Em cada esquina me encontrei
Fui receio sem covardia
Fui pedinte sem moradia.

Em cada rua lá eu estava
Fui brinquedo sem prazer
Fui palavras sem dizer

Em cada estação eu vagava
Fui lágrimas de lamento
Fui sorriso sem contentamento.

Fui noite
Fui dia
Hoje eu carrego minha alegria!!

Elany Morais

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O NOVO DIA

Um novo dia vem surgindo
Com ele uma nova emoção
O velho segue partindo
Sem deixar aperto no coração.

Despedir-se do passado não pode mais ser
Resta receber o novo com terna alegria
Precisa-se ver o fim dos ciclos sem padecer
Nem viver plantando nostalgia.

O dia novo carrega em si mudanças
A sabedoria precisa isso enxergar
Nele vem flores com suas nuanças
Para regar, cuidar e plantar.

Elany Morais

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sábado, 23 de novembro de 2013

DECADÊNCIA

Um lugarzinho ameno, destoava-me com uma cançãozinha lívida. Os pensares eram pequenos, os gestos eram raquíticos  de expressividade. Uma bebida agonizava num copo, o barulho da existência parecia-me totalmente rouco. Era um show de desimportância. Um desfilar de tédio, uma profusão de olhos sem vidas, bocas preguiçosas, desejos pálidos... Ali a vida já tinha cumprido seu desígnio. Nada mais restava, somente a indignidade dos indispostos.
 
Pus-me a contar os dedos, eles eram tantos, tomava a quase todo o tempo que para mim era infinito. Esses dedos ganharam atenção de olhos que não tinham mais perspectiva do visão ao longe. Tudo seguia um desfiladeiro animalesco. Sons grosseiros, cabelos indigestos, movimentos mesquinhos.
 
A noite já não se comprazia da companhia lunar, ela precisava apoiar o cenário de desânimo e preguiça. Ela, a noite, me olhava com uma expressão reprovativa, me dava um sinal de que também eu era um ser degradante e decadente.
 
Elany Morais
 
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HIPOCRISIA

Desculpem-me, mas não entendo por que tenho que deslizar na contra mão. Por que a alma e a língua não são passageiras da mesma classe? Não podem cantar o mesmo repertório?

Suspeito de que elas podem jogar no mesmo time. Chutarem a mesma bola, entrarem no mesmo campo e falarem a mesma língua.

Desconfio que a verdade pode abandonar a mente e voar pela boca; que mentira tem poder de se representar, que a alegria não pode carregar a bagagem da tristeza. Por que a esta precisa dos ombros daquela?

Por que tenho que transformar palavras em jogos inúteis? Para que me serve a hipocrisia? Se a fraqueza está em mim, por que não reconheço a sua existência? Por que deixar o ódio ocultar o amor?

Sou adepta de que prazer não mata o corpo nem a alma, de que nenhuma forma de felicidade é porta para passagem proibida.

Defendo a ideia de que meu pensamento é minha voz externa, de que o embuste não edifica sua morada em meu terreno, de que o fingimento e a hipocrisia são hóspedes indesejadas em meu recinto.

Elany Morais

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ARTE DE AMAR

Eu me arrasto toda nessas coisas de amor. Não me dou o luxo de ser avarenta nas artimanhas de amar. Não me contento só em colecionar afetos, jogo-o em todas as direções. Meu poço é sem fundo.
Sou neófita em medir, contar, comparar o que amo em diversidade. Fico refém do querer bem, cativa de presença, prisioneira do desejo eterno. O aroma que reflete em meu coração espalha seus raios, atingindo até mesmo os mais medrosos no cenário do bem querer.

Não penso na dívida que cabe a mim por  deixar o coração sem escudo, pronto para ver bondade nos mais minúsculos pontos. Deixo a impotente vontade de amar se realizar, abro todas as portas para as várias formas de amar. E sigo amando aqui, ali. Sempre olhando para trás o que ficou carente do meu imenso amor. Lanço braços de polvo para atender minha sede e a do próximo de se sentir amado.

Elany Morais

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O AMOR

O amor tem muitas moradas
Deixa suas malas em cada flor

Despe-se nas águas paradas
Extasia os olhos na profusão de cor.

O amor vela  muitos seres
Leve veste a diversidade
Cumpre todos seus deveres
Não dorme diante da maldade.

O amor tem consigo a preservação
Todos proclamam sua existência
Com um desvelo de dedicação
Seus adeptos não vivem de desistência.

Elany Morais

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PODER

Não me apresse. Decidirei por onde partir! Se eu seguir pelos vales, lá encontrarei flores das mais variadas espécies. Lá serei rainha das cores, amiga de mim e ouvinte de cantos solenes. Seguindo os monte, avistarei as mais frondosas esperanças, com forças incansáveis. Lá me sentirei um ser com todas as potencias em ação. Se decido o caminho das águas, serei uma pescadora de olhos cativos, em êxtase crescente, serei presa das sereias viventes.
Solte-me, deixa-me: sei partir sozinha, posso acertar na solidão, sei errar comigo mesma. Se eu decidir ficar aqui, caso-me com meu eu, cruzo linhas vadias, pinto de branco o branco da casa, planto o que jamais nascerá, farei um pingo no ar e saltarei na imensidão do nada.

Posso escolher desfolhar as pétalas tristes, beber a última gota do néctar, dá cambalhotas na ilusão do saber, verificar meu ego bobo, dá sinal de alerta para meu coração distraído, posso cuidar das vidas pequenas, fazer o grande se dividir, acessar a senha das impossibilidades e dormir o sono ativo!!

Elany Morais

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ENCANTO

O  encanto está presente em tudo que há
Nas gaivotas que voam no céu
 Nas ondas que vagueiam o mar
E no silêncio que habita o véu.

O encanto pode estar apenas nos olhos
Que veem a flor no seu esplendor florescer
Na pétala murchar nos seus brolhos
Na luz do sol  ao amanhecer.

 O encanto está no canto do pássaro
Na réstia solar ao seu esvair
Na calma do longo passo
Na alma ao não se ferir.

Elany Morais

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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

PEDAÇOS DE MIM

Parecia um dia qualquer, as nuvens embalavam sol com uma cantiga de ninar. Seus raios preguiçosos não ensaiavam auxílio a mim. Saí como quem colhe vento, em busca de pedaços, pedaços de mim. A cada procura, um devaneio, um suspiro, uma dúvida, uma certeza...

Interrogações eram meu consolo. Buscar onde não deixou? Querer o que não há de ser? Meu desejo era o retorno recomposta. Composta dos pedaços que voaram ao vento, nos espaços e no tempo.

O caminhar era incessante, o procurar era extenuante. Embalo a dor na garganta e sigo caminho a diante. A solidão a todo instante cochicha que tudo é delirante, mas não a escuto porque meu espírito tem destino errante.

O desejo desenfreado de voltar viva, inteira, sem remendos, sem retalhos, faz-me andar com malas vazias para guardar meus pedaços.

Vou driblando muralhas, abrindo portas, fechando fendas, desatando nós para juntar-se a minha parte que me faz sentir maior.

Nessa procura, a felicidade ceia comigo, abandono o sofrimento que  se fez de mim inimigo.

Elany Morais

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DIVAGAÇÕES

Vi-me à beira mar
Com o sol beijar meu rosto

Fiquei triste a pensar
Por que na vida há tanto desgosto?

De súbito a razão me diz
Que isso não passa de um pensamento
Minha alma se quiser ser feliz
Busque na simplicidade  o contentamento.

São divagações passageiras
Que nos leva à desesperança
Na mente ideias corriqueiras
É suscetível  minar a bonança.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

MULHER AFRO

 É linda por natureza
Deus caprichou em sua BELEZA

Não tem nada de errado
Os cabelos encaracolados
Mulher afro de alma bela
Amor maternal é com ela
Nos olhos carrega amor
É bela como uma flor!

Elany Morais

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NOITES


Noite de sonho banhada
De profunda distância
Da vida vadia sonhada
Sem culpa ou repugnância.

Noite de sonho vestida
De desejos soltos
Luxúria no peito sentida
E amores no coração revolto.

Noite de silêncio marcada
Por anseios de alegria
Vida livre sonhada
Em delírios se sorria.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais
 

SER TUDO SENDO NADA

Finjo ser tudo na vida, não sendo nada. Sonho com caminhos macios, cheios  roseirais, onde a finitude é dada por meu incansável desejo de felicidade eterna.
 Por que não segurar o tempo da felicidade para que ela não se vá?

Este é o castigo do desejo infindável da existência: provar, a cada largo espaço de tempo, um pedacinho de felicidade. É-se obrigado a economizá-la. Tem-se que vê-la em abundância, mas ter acesso apenas uma fatia .

Querer ser tudo, sem a felicidade, é negar que se é nada.

Elany Morais

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CORAÇÃO COMBALIDO

 
Alma ferida  com duras frustações
Traz coração combalido  em conflitos

Fica  desamparado sem devoções
Na calada da noite brada trágicos gemidos.

Elany Morais

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terça-feira, 19 de novembro de 2013

CORAGEM

 
Minha coragem rompe o hímen do impossível. Todas as ondas se embalam em minha direção. O vento no seu sibilar cortante se reverencia a mim. O pássaro alça voo em minha homenagem. Tudo o que é coração faz uma oração.


Minha coragem ignora meus ombros doloridos,esquece o cansaço de meus membros. Minha coragem é irreverente, avança rumo ao abraço da verdade, sanando dúvidas e enganos...Não se esquiva do inevitável, não lança o bem para debaaixo do tapete corcomido pelo tempo. Não deixa nenhum sentimento prisioneiro no peito, quebra o inquebrantável, desvia-se da fumaça do não devo e não posso. Impede que meus pensamentos sejam pesados.

Minha dignidade e minha moral casaram -se com minha coragem, estabeleceram um pacto de cumplicidade para romper muros e barreiras de preconceitos e comodismos de mentes com sobrecarga de medo e preguiça.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

LETRAMENTO LITERÁRIO



 Foi pensando na importância da leitura e o distanciamento dos discentes das produções literárias que propus a realização de um seminário com a temática: Letramento Literário.

O I Seminário Literário foi realizado nas duas instituições de ensino nas quais trabalho: C.E.M. Aluísio Azevedo Anexo, localizado na escola Inácio Rocha, em São João do Sóter-MA e U.E.M. Neyde Magalhães Araújo, na cidade de Codó-MA, nas datas 08 de novembro, na primeira instituição de ensino médio e 18 de novembro, na unidade de ensino fundamental....

Durante a preparação para tal evento, pude acompanhar e coordenar as leituras de clássicos da literatura brasileira e portuguesa pelos alunos e, assim prepara-los para a divulgação dos conhecimentos por eles adquiridos durante o período de leituras.

Com a culminação do projeto, pude constatar que os objetivos por mim traçados foram alcançados, pois com o intuito de aproximar o aluno-leitor de produções literárias e disseminar tais produções para a comunidade escolar, ficou plenamente visível o real interesse de toda comunidade em participar do evento, e a solicitar a disposição de obras literárias para futuras leituras.

Após a realização desse trabalho, veio-me o seguinte pensamento: se o Brasil é um país de jovens não-leitores é porque temos um país de adultos-não leitores. Não creio na ideia que ouço constantemente ser divulgada :de que os jovens não gostam de ler, que não querem "nada" com nada. Eles querem, sim, mas primeiro é necessário que o professor queira.

Meu desejo é que o desânimo não venha a me alcançar, a me fazer acreditar que nada devo fazer por pretexto de por pouco dinheiro ganhar pelo trabalho que tenho a realizar. Se essa foi a missão por mim escolhida, só me resta a lutar para que tão missão seja na sua importância reconhecida.

Elany Morais
 Todos os direitos reservados a Elany Morais

sábado, 16 de novembro de 2013

SOLIDÃO


Na madrugada fria, as paredes vazias a fitava, com um olhar pungente. O mundo parecia propriedade privada somente sua. A revolta dos passos, da vozes se fez sentir no quarto vazio. Tudo sumiu. O silêncio gritava um som lancinante.

Nada respirava, as janelas se fecharam, o sibilar do vento respeitava a solidão indesejada. Olhava as frestas do mundo. O espelho atravessava-se em sua frente, denunciando a passagem do tempo, os fios de cabelos teimosos se exibiam marcando a efemeridade da dor, da alegria, até mesmo da companhia.

As contas do antigo terço já não mais nada dizia, já não mais se ouvia a voz sagrada. O existir era uma pergunta infinita. Nesse momento, o riso não veio e a lágrima se compôs ao sopro da última luz que perdurava na teimosia da morbidez ambiental do espaço que morfava na absurda solidão.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

PENSAMENTOS

Um pensamento largo me desatina
E não respeita a minha penosa fragilidade:
A dor que não se compadece nem mesmo com a morfina
Impedindo um sofrimento com ao menos dignidade.

Um pensamento repentino me anima:
Deixar essa vida vã e triste,
Não ouvir gritar toque de buzina
Nem presenciar o algoz com dedo em riste.

Um pensamento breve me assusta
A causar grande desalento:
A tristeza da vida que a alegria ofusca
Efemeridade da existência não cai no esquecimento.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

PERDA

O tempo não se exime de sua desforra.  Deixa pergunta sem respostas. Por despeito, não apagou  a lembrança de quando foste embora. Nós, que já estávamos livres das amarras, tua liberdade se perdeu em tolas farras.
E agora, seguimos caminhos estranhos. A luz no horizonte já não mais se deleita com o brilho dos meus olhos, e tua indiferença se amontoam sobre em mim em molhos.

Nessa desventura, não há esperança que renasça em meu débil ser, que se abriu sem escudo, displicentemente sem querer.

Por descuido, tornei-me refém do desprazer, vagando a esmo, por caminhos sinuosos, mas sem perder a fim de viver dias de amores gloriosos.

Mas ideias insistem em chegar em meus pensamentos que minha fragilidade por tua ausência será o meu eterno tormento.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

A FELICIDADE

A felicidade é como a bruma leve
Imperceptível chega no pensamento
Mas com a certeza de que tem vida breve.

A felicidade é como uma pétala de flor
Traz em sim muitas nuanças
Deixa a vida leve e repleta de amor.

A felicidade é como barco ao mar
Vê-se leves movimentos,
Mas se não bem cuidada pode naufragar.

Elany Morais

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IMAGINAÇÃO


Olho para o firmamento
Sigo vagando sem rumo certo
Desenho a imagem no pensamento
Sem escolha de um destino aberto.

Olho para o céu
Sem mágoa, sem lamento
Retiro máscara, véu
Para minar qualquer sofrimento.

 Olho para  a lua
sem muito pesar
Com a alma aflita e nua
Sem a paz de quem pode esperar.

Elany Morais

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DELÍRIO

Nas andanças de minha inconsciência,
meu desejo era desobediência.

Com as palavras que minha boca não dizia,
meu corpo em carícias  se refazia.

Os braços com fremência abraçava,
Minha boca em delírio te beijava.

A mente num frenesi  era demente,
Minhas chamas de desejo eram ardente.

Elany Morais

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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

DIVERSO


Meu amor é rima em desacordo.
Meus sentimentos são versos dispersos
Minhas alegrias são partos em abortos
Meus desejos são barcos submersos.

Minha tristeza é ritmo sem poema
Minha dor são pontilhados de versos
Meu impulso é o ápice do problema
Meus pensamentos são altos em reversos.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais 

TERRENO ALHEIO

Teu coração é um jardim sem flores
com muitos medos e poucos amores.


Tu reinventas tua cativa solidão
com mágoas caladas e contradição.

Tua boca proclama vozes de adeus
sem acolher os desejos meus.

Tu em silêncio sempre vai embora
recolho meus cacos sem muita demora.

Elany Morais

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ME CONTA QUE EU TE CONTO


Conta-me como é voar ao alto sem pássaro alado, galopar a beira-mar sem sustentáculos, descer ao subterrâneo sem desembocar a voz, não se perder nos cânticos vagos, não se ater nas surdinas do choro, não abrir o coração ao som dos bandolins e sentir o beijo do vento  sem frechas das janelas.

Conta-me como é não dispensar palavras para soprar ao corpo dores entranhadas, convencer de que no trem da morte não há passageiro algum, que todos os caminhos permanecerão sem os sonhos, que todos os elementos vivem sem sombra e que a vida não é um passeio com prazo de validade sem aviso prévio.

Conta-me como  é se aconchegar nos braços indiferentes, apertar mãos espalmadas, viver a praticidade dos sonhos, sentir o abraço do sol em dias de tempestades,  correr à distância de quem se quer colado ao peito, consertar o irreparável, viver de lonjuras e medindo sentidos, correndo a lugar algum, ensinar sem aprender, atirar rosas ao lamaçal da insensibilidade, registrar e não esquecer o há calado no coração, compor uma canção sem eu-lírico, viajar com malas soltas e ser feliz em todos os tempos e idades, sem interrupção, sem intervalo...

Elany Morais

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TÉDIO

Eu peço ao tédio que passe
assim como passa a ventania
porque minha alma deseja
não gritar mais de agonia.

Nesse mar de fria tristeza
nada em mim sobrevive
a dor indolentemente fez
morada ao gosto da nostalgia.

Elany Morais

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