DISCURSO DA INTOLERÂNCIA
(Elany Morais)
Nos últimos tempos, tenho observado atentamente o discurso de muitas
pessoas sobre a orientação sexual homoafeitva. Com isso, tenho percebido um
fato bastante curioso, nas falas, quando
se referem às relações homossexuais:
uma intolerância disfarçada ou uma tolerância falsificada. Há os dizem
sutilmente: " não faz mal que você seja gay, mas que não seja perto de
mim." Em outras palavras: não importa o que você faça, desde que não vá a público. É possível
constatar que para a maioria das pessoas qualquer posição que não seja oficial
não deve ser compartilhada.
No período em que se discutia se deveria
ou não exibir o beijo gay na novela, em horário nobre, uma pergunta rondava
a minha cabeça: se televisão, que já enfrentou temas tão difíceis, como
adultério, uso de drogas, assassinatos,( até em noite de Natal já foi exibido
cenas de homicídios) esquizofrenia, clonagem, hermafroditismo, racismo e
enfrentou o publico conservador, que também é racista, é contra as droga e é contra a quaisquer
desvio da chamada norma padrão, por que iria deixar de exibir o beijo gay? Na verdade, muitas pessoas não se importam
que haja gays na novela, o que não pode é a expressão dessa orientação sexual,
ou seja, " não importa a sua sexualidade, o que importa é que ela não
apareça. Dessa forma, pergunta-se : o que há de tão difícil na sexualidade que
é mais fácil encarar violências, assassinatos, adultérios e insinuações de
condutas gravíssimas, mas não se tem coragem de presenciar uma demonstração de
amor entre duas pessoas do mesmo sexo?
É fato que a sociedade conservadora normatizou a sexualidade humana. E é
devido a essa normatividade que as pessoas criaram a ideia de normal. Mas há o
que se pensar, quando se diz: " não é normal uma relação amorosa entre
dois homens, pois não gera filhos." Sendo assim, faz-se necessário
dissolver os casais estéreis, porque eles também não procriam. " Não é
normal um casamento que não é abençoado pelas leis de Deus", nesse caso, é
preciso se perguntar qual o Deus? Já que existem culturas, em que Deus apoia a
poligamia e outras, não. Na cultura brasileira, a poligamia, não tem aprovação
divina, mas existem culturas em que essa prática não é abominada por Deus. Será que somente o nosso
Deus é verdadeiro? O das outras culturas
é falso?
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