Sou educadora e escritora

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

DISCURSO DA INTOLERÃNCIA

DISCURSO DA INTOLERÂNCIA
(Elany Morais)

Nos últimos tempos, tenho observado atentamente o discurso de muitas pessoas sobre a orientação sexual homoafeitva. Com isso, tenho percebido um fato bastante curioso, nas falas, quando  se referem às relações homossexuais:  uma intolerância disfarçada ou uma tolerância falsificada. Há os dizem sutilmente: " não faz mal que você seja gay, mas que não seja perto de mim." Em outras palavras: não importa o que você faça,  desde que não vá a público. É possível constatar que para a maioria das pessoas qualquer posição que não seja oficial não deve ser compartilhada.

No período em que se discutia se deveria  ou não exibir o beijo gay na novela, em horário nobre, uma pergunta rondava a minha cabeça: se televisão, que já enfrentou temas tão difíceis, como adultério, uso de drogas, assassinatos,( até em noite de Natal já foi exibido cenas de homicídios) esquizofrenia, clonagem, hermafroditismo, racismo e enfrentou o publico conservador, que também é racista,  é contra as droga e é contra a quaisquer desvio da chamada norma padrão, por que iria deixar de exibir o beijo gay?  Na verdade, muitas pessoas não se importam que haja gays na novela, o que não pode é a expressão dessa orientação sexual, ou seja, " não importa a sua sexualidade, o que importa é que ela não apareça. Dessa forma, pergunta-se : o que há de tão difícil na sexualidade que é mais fácil encarar violências, assassinatos, adultérios e insinuações de condutas gravíssimas, mas não se tem coragem de presenciar uma demonstração de amor entre duas pessoas do mesmo sexo?


É fato que a sociedade conservadora normatizou a sexualidade humana. E é devido a essa normatividade que as pessoas criaram a ideia de normal. Mas há o que se pensar, quando se diz: " não é normal uma relação amorosa entre dois homens, pois não gera filhos." Sendo assim, faz-se necessário dissolver os casais estéreis, porque eles também não procriam. " Não é normal um casamento que não é abençoado pelas leis de Deus", nesse caso, é preciso se perguntar qual o Deus? Já que existem culturas, em que Deus apoia a poligamia e outras, não. Na cultura brasileira, a poligamia, não tem aprovação divina, mas existem culturas em que essa prática não é  abominada por Deus. Será que somente o nosso Deus é  verdadeiro? O das outras culturas é falso?

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