LEMBRANÇAS DE VIAGEM
(Elany Morais)
Voltando da cidade de Codó á de Caxias, para não perder tempo em
devaneios inúteis, o tempo a que me obrigava a esse percurso, entreguei-me
várias vezes ao prazer de recordar e entreter-me na agradável lembrança das
caras e sábias pessoas que encontrei nessa vida. Élice foi uma das que se apresentaram mais seguidamente à minha memória. Eu, em sua ausência,
reconstituía, os momentos mais felizes que passei ao seu lado, momentos que
foram os mais doces de minha vida.
Uma das particularidades de Élice era ri da vida humana, gostava de
brincadeiras, desde que não fossem desprovidas
de sal e graça. Tinha superioridade de espírito. Era capaz de colocar-se
ao alcance de todos. Às vezes, era até pueril, quando tratava de assuntos
sérios de maneira divertida. Exercia, com frequência, uma bondade natural.
Lembrar-me dela é um divertimento útil.
Eu tinha que estar preparada para conviver com ela. Meus escrúpulos não
deveriam estar deslocados para ouvi-la. Aprendi a me silenciar diante de suas
sátiras, que às vezes, possuíam uma
certa malignidade, mas era dócil, Élice era dócil.
Com Élice, entendi que há sempre uma latrina recheada de vícios secretos,
que todos nós temos defeitos ridículos e vícios vergonhosos. Que também
possuímos o poder de espalhar alegria sobre as pessoas....
Todos os direitos reservados a Elany Morais
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