Sou educadora e escritora

domingo, 19 de junho de 2016

MINHA LOUCURA DE CADA DIA


Por Elany Morais

O que reza meu confinamento solitário? Medo de não dizer o que se quer dizer... O que há em mim é obstinado, é desdenhoso, é teimoso... Hei sempre de ser na minha loucura, na minha sensibilidade nervosa. Meus sustos impalpáveis fazem de mim um ser de convicção forte, persistente e até eloquente. Nunca estarei disposta a submeter-me às loucuras alheias. Como viver sem sacudir a lógica que existe dentro dos outros? Estarei sempre a desalicerçar o que plantaram em mim, sem minha escolha, sem minha permissão.
Essa minha mania de gritar na cara de todos a minha verdade, as suas verdades faz de minha loucura menos mansa. Mas isso tem um preço: a de me agradar. Minhas tolices me agradam. Assim vou progredindo na minha insensatez. Mas o que é uma pessoa sensata? Fernando Pessoa já deu a resposta: " uma pessoa sem loucura não passa de uma besta sadia." Nunca desejarei ser um cadáver adiado que procria. E se as pessoas são a medida de todas as coisas, não sei, de repente posso ser desmedida, sem medida... Essa de sanidade nunca será meu norte, meu forte... Vou indo assim até a morte. E se alguém se diverte com minha loucura é porque supõe não ser o que é.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

Nenhum comentário:

Postar um comentário