Sou educadora e escritora

sábado, 23 de julho de 2016

ABRINDO FENDA

Por Elany Morais 
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Um olhar para dentro. Quase tudo que fica fora da gente, pode escapar, mas dentro; há que se verificar.
Este desejo de desmisteriar o que ocorre nas veias empurra a gente para dentro da gente mais ainda! Talvez essa necessidade de se varrer por dentro seja para que a vida não nos esmague com muita força.
Os absurdos aqui dentro saltam! Sempre querem vingança. Eles são os criminosos que nos matam . Nunca desejam perdão. Por isso, cuido para vê-los e compreendê-los. Mas quem tem talento para dentro? Quem se espia em silêncio? Quem não deve a si mesmo? Abestar de si é ignorância e condenação. Há fortes armaduras em volta do Eu. O autodesconhecimento é um mar infinito e viver sem entender é caminho perigoso.
Um olhar para dentro. Os absurdos aqui dentro saltam. Que recusa é essa de envelhecer? Para que insistir em endurecer com a morte? Isso é luta vencida. Nenhum órgão nos é fiel eternamente. E essa de fazer de tudo para que os outros nos amem? De correr de si próprio, de enganar-se? Tudo inútil.
O que há dentro da gente pede companhia, socorro. É preciso coragem para envergar-se para dentro. É assim que se cria uma vida, que é nossa, que nos foi concedida... Que a felicidade está escondida dentro da gente é prova inequívoca. É descobrindo-se nesse caminho que se pode ser o que se quer. Não se pode ter desinteresse pela inquietação. Não dá para se perder na insatisfação de uma vida única e breve. O peso de nossa alma tem que ser de música, de flores e poesia. O fardo da solidão, do medo, da angústia é menino mimado querendo peito, carinho, atenção... Por isso, estou procurando, procurando, com luz na mão e encontrando fenda no túnel, porque não quero mais ficar com o que vivi.

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