Sou educadora e escritora

quarta-feira, 7 de março de 2018

HORAS BRANCAS

Por Eany Morais
Nos primeiros minutos brancos, a verdade de si foi desvelada. Os breus ganharam formas alvas, um renascimento, uma nova leitura, novas pistas: era a poesia do eu.

Desde então, nenhuma janela ficou anônima. Todas ganharam nomes. Foi o apogeu da posse de si por si. Agora há que se andar com os dois pés firmes. Nada mais será sonho de ingratidão. Os gostos verdadeiros se fixarão na boca. O outro será o outro, sem transfiguração. Os desejos desesperados terão rédeas. As mágoas terão remédios: cresce um mundo bem no meio do ser.

Nenhuma dor é elegante. Há que se desvelar. Vida é coisa para não se matar. É preciso ser paraíso de si, Civilizar-se a si mesmo. Abraçar-se com a calma de uma alma em paz. Necessário é foice que faça um corte frio nas cobertas dos segredos inconscientes que regem o destino. Dessa forma, horas e horas brancas se multiplicarão na vida de quem se propõe a conhecer-se, para melhor viver, nos mistérios dessa existência.

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