Uma das formas mais
odiosa de negação da própria existência é a dependência. Ao nascermos,
foram-nos concedidos poderes, para que sejamos, sem que ninguém seja por nós.
Por isso, não há que habituar-se, do contrário, a fragilidade nos deixará de
pernas no ar.
Depender é apegar-se
sem limite. É perder o voo da independência. É desalicerçar-se. É viver sob a
mira da flecha. É ameaçar-se. É submeter-se ao jugo da agonia, da solidão...
Isso porque não há completude, existindo apenas uma parte, do ser dependente,
que respira.
Há quem sobreviva
apenas de muletas, embora as pernas sejam sãs. As muletas do dependente é o
outro. O ser nessa condição jamais negocia sua zona de conforto, que é
reduzida, por sinal. Por isso, depender ou apegar-se é cortar qualquer possibilidade
de voo, porque qualquer turbulência a estrutura tende a deteriorar-se.
Dessa forma, resta-me
apenas dizer que depender nunca será uma forma de tornar a vida mais fácil.
Porém, é perfeitamente possível encontrar a solução para o medo da vida, desde
que não seja procurada fora de quem teme, mas sim, dentro de quem sente.
Elany Morais
Todos os direitos reservados a Elany Morais
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