Sou educadora e escritora

terça-feira, 8 de agosto de 2017

POR QUE FECHAR OS OLHOS PARA A DOR ALHEIA?


 Por Elany Morais
O amor é a seiva da vida. É a energia que nos mantém de pé. Como viver sem nos sentirmos amados? O amor é uma verdade, sem ele a realidade pode nos matar. Quantos de nós não estamos morrendo de braços estendidos, com o grito preso na garganta, à espera de socorro? À espera do amor, do abraço, do acolhimento, da escuta, do olhar atento, etc.
Será que não estamos nos comportando como se nós ou os outros fossem durar para sempre? Em vida, não fazemos nunca o esforço de olhar para o outro, de ouvi-lo, sem nos colocamos na cena principal. Quando o outro desaparece, resta-nos apenas a consciência de não termos feito o que nos cabíamos, não ficando dele nem a memória que nos chegue ou que nos console. Então, é o momento de querermos de volta o que perdemos definitivamente. Pois, não é certo de que haverá campo e reencontros no céu.
Será que nossas maneiras de amar não estão sendo pobres? Parece-me que estamos surdos. Escutemos, escutemos... Estamos rodeados de almas que sentem. Muitas estão ilhadas, cercadas de farpas da indiferença, da inveja, do egoísmo, do egocentrismo, da indolência, etc. Para quem ainda sente o coração pulsar, há tempo para apurar olhos e ouvidos antes que o enredo do romance possa acabar.
Se algum nada nos espera, se esse enredo de certo terá um fim por que fecharmos os olhos e o coração à dor alheia? É nobre lamber as feridas do outro. Cães e gatos são nobres. A nossa alegria deveria advir do cuidar de alguém. Devemos beber com os outros os prazeres e as alegrias da vida. Pois, se diferente for disso, a vida será apenas sombras, sem festas, sem alegria e sem amor.

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