Sou educadora e escritora

domingo, 17 de dezembro de 2017

A CRÔNICA DAS APARÊNCIAS


Por Elany Morais


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Não é difícil encontrar, em qualquer esquina, alguém que não se contente consigo mesmo. Por isso, o esforço hercúleo de muitos em aperfeiçoar somente a imagem de si. A preocupação maior é sempre com a embalagem. O conteúdo é desconsiderado. Por que esse desejo de viver na ideia dos outros? Por que a vida imaginária é tão sedutora?

Somos valentes em não se contentar com o que somos, o que somos não basta, temos que parecer o que não somos. Isso seria pela incapacidade de se satisfazer com uma coisa sem outra? Mas, se "tentarmos parecer alguma coisa, não é possível que acabamos por não ser coisa alguma?"

Infelizmente, estamos acostumados a viver em um mundo pseudo - quase tudo. Sombras e objetos reais se confundem ( a falsidade me perturba). As preocupações e ocupações supérfluas ganham formas assombrosas (Já deveria existir até As Organizações Unidas das Aparências). Não é mais de se assustar que as aparências vêm se apropriando até da vida privada das pessoas. Nesse contexto, a sabedoria de si não conta, o que verdadeiramente importa é possuir uma aparência de apropriação de bens mais valorizados - aqui a inteligência está ausente. Quase tudo é verossímil. Quem ainda se propõe a interrogar cuidadosamente a realidade das coisas? A sensação é de perigo iminente.

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