Sou educadora e escritora

sábado, 17 de setembro de 2016

ONDE ESTÁ A TRANQUILIDADE


Por Elany Morais
Que mundo nos dá tranquilidade? Lá fora tudo é atribulado, convulso e desgovernado. E nos lares? A família foi dissolvida, virou papel picado. Onde se pode sonhar? Existem passeios públicos, por aonde, com segurança , se possa passear? Será que ainda posso fazer minhas preces? Quase tudo já se foi pelos ares. Para aonde foram os lagos serenos e os pássaros a cantar? Qual o destino das árvores frondosas, onde a solidão, ali, podia descansar? Só vejo a profusão dos enlatados. Enlata-se tudo: comidas, plantas... Não há mais espaços para a ponderação, reflexão... Há que se descobrir no meio do caos um novo santuário. Infelizmente, não há mais tempo nem luar para se calcular. E como não se desesperar? Não se pode mais introspectar. Como se segredar? Ninguém pode mais ser na paz e na calmaria. Houve uma explosão da zona se sossego. Já não posso me examinar. Minha fisionomia se confunde. As glórias tornaram-se rápidas, fúteis e vãs. É a nossa degradação física e anímica? Esse filme que passa, por meus olhos, causa-me desgosto e desprezo. É sempre uma lição de decadência presente e a incerteza de um tempo vindouro, porque ainda não existe nenhum método eficaz de combate às feras - que a si próprios se devoram.
Minhas indagações não se dão por medo, mas por desgosto. Um desgosto de forma grande. Eu até me esforço para aceitar o que não entendo, ou tudo o que se inventa. Daí, vou ficando egoísta, mais amargurada do que amedrontada com o que fazemos de nós.

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