Sou educadora e escritora

sábado, 9 de junho de 2018

CRIVO ALHEIO


Por Elany Morais
Difícil é viver sob o crivo alheio.

Tu não podes exigir de mim o que tu acreditas!!

É mediocridade esperar dos outros, consoante as tuas próprias expectativas.
Meu Deus, esperança é coisa que gosta do desespero! De mim, não esperes muito mais do que sou capaz. Pois sou livre para ser o que sou. E, para compreenderes essa minha liberdade, é preciso que me julgues com muita finura. E, para tal julgamento, é necessário uma boa preparação. Pois, laços mal feitos causam-me muita desconfiança, a fazer-me bicho arredio, arisco... Sou como imagens em um mosaico, é preciso distância para ver minha beleza. Se me aperta, eu murcho!

Não creias em mim considerando o “mal” geral social: o bem material (“A riqueza influencia-nos como a água do mar. Quanto mais bebemos, mais sede temos”). Não corro por esses mares. Minhas águas são bem mais profundas. É preciso tempo e cuidado para penetrá-las. Não me tomes por seus valores nem esperes que eu floresça em pedregulho. Meu sentido é beleza invisível: amor, verdade, fraternidade...
Sou pintura, talvez mal pintada, mas estou no tema de muitas músicas incomuns. Meus pés nunca andam atrás de Deus por causa de um milagre. Este, eu o recebo, mas sempre quando estou no meu estado maior de displicência.
Tu não podes exigir de mim o que tu acreditas. Pois, minha vida é para ser despachada de outro modo.

Todos os direitos reservados a Elany Morais

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