Sou educadora e escritora

domingo, 1 de março de 2015

VIAGENS

VIAGENS
Elany morais

Vida de viajante não é coisa frágil e fácil. Adaptar-se a um vai-e-vem diário é como preparar um prato com ingredientes desconhecidos. Assinar um contrato de idas e vinda exige coragem, não é para qualquer um, pois o imprevisível e o não cabível está sempre cabendo dentro das malas.
Viajar quase todos os dias, pode cansar, mas nunca se fica vazio. A preguiça não se alimenta, portanto, não se cria. O contrário do que se pensa, seguir sempre de malas prontas é tarefa para os sensíveis.
Há muito tempo, eu não prestava sentidos à vida de viajantes. Pensava eu, que eles possuíam coração de gesso: branco e bronco. Tudo ilusão. Só se sabe de algo quase de certo, quando os fatos batem à porta de seu coração, do contrário, é só especulação.
Viagens é uma missão que venho carregando, não sei bem se é missão, mas é algo que não me larga a mão. Existem dias que eu a arrasto como se tapete fosse sob meus finos pés, outros; faço dela uma festa sem precedentes. É assim mesmo, cada um se mata ou vive como quer.
Viajar é limpar olhos. Durante as viagens, vejo bichos, plantas, coisas e pessoas, mas não me dou para coisa alguma, porque meu passar é com passo apressado. Pode-se até pensar que viagens é sinônimo de novidade, nem sempre. Em algumas vezes, meu cérebro fica cheio do novo, mas isso depende de meus olhos, se eles dormiram bem, se estão zero quilômetro, o novo não se esconde, até o que já era velho se renova.
E assim, vou seguindo de malas prontas, sempre dispostas a seguir viagem, mesmo que eu tenha bagagem ou passagem.

Caxias - MA, 01 de março de 2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário