VIAGENS
Elany morais
Vida de viajante não é coisa frágil e fácil.
Adaptar-se a um vai-e-vem diário é como preparar um prato com ingredientes
desconhecidos. Assinar um contrato de idas e vinda exige coragem, não é para
qualquer um, pois o imprevisível e o não cabível está sempre cabendo dentro das
malas.
Viajar quase todos os dias, pode cansar, mas
nunca se fica vazio. A preguiça não se alimenta, portanto, não se cria. O
contrário do que se pensa, seguir sempre de malas prontas é tarefa para os
sensíveis.
Há muito tempo, eu não prestava sentidos à
vida de viajantes. Pensava eu, que eles possuíam coração de gesso: branco e
bronco. Tudo ilusão. Só se sabe de algo quase de certo, quando os fatos batem à
porta de seu coração, do contrário, é só especulação.
Viagens é uma missão que venho carregando, não
sei bem se é missão, mas é algo que não me larga a mão. Existem dias que eu a
arrasto como se tapete fosse sob meus finos pés, outros; faço dela uma festa
sem precedentes. É assim mesmo, cada um se mata ou vive como quer.
Viajar é limpar olhos. Durante as viagens,
vejo bichos, plantas, coisas e pessoas, mas não me dou para coisa alguma,
porque meu passar é com passo apressado. Pode-se até pensar que viagens é
sinônimo de novidade, nem sempre. Em algumas vezes, meu cérebro fica cheio do novo,
mas isso depende de meus olhos, se eles dormiram bem, se estão zero quilômetro, o novo não se
esconde, até o que já era velho se renova.
E assim, vou seguindo de malas prontas, sempre
dispostas a seguir viagem, mesmo que eu tenha bagagem ou passagem.
Caxias - MA, 01 de março de 2015.
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