SORTE
Elany Morais
Não, nunca me contaram que a sorte não era para todos. Jamais sofri um
golpe de sorte. Mas ouço falar que muitas pessoas já foram pegas pelas pernas
por ela. Às vezes, pelo simples fato de saber que alguém a possui, sinto-me
agraciada, mesmo ela não sendo minha.
Acredito na sorte, embora eu não a tenho. Mas não há revolta, não. Ou
será que ela mora comigo e eu não a reconheço? Se bem que todas as noite, o
mundo se veste em uma capa preta e, num abrir e piscar de olhos, eu o esqueço,
mas quando o sol abre os olhos, tudo volta de novo, da mesma forma como
foram todos os outros dias. Será isso
sorte minha? Agora, penso que o não
aparecimento de alguém que desarrume as coisas nem as tire do lugar, pode ser
sorte minha, como também de todos.
Quando abro os olhos, as mesmas árvores, as mesmas rosas, o mesmo céu, o
mesmo sol estão tudo como eu deixara.
Talvez o cruzamento daquelas velhas linhas seja a minha sorte, como pode
ser também o meu desconhecimento do nada que me aguarda.
Caxias - MA, 11 de março de 2015.
Todos os direitos reservados a Elany Morais
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