Sou educadora e escritora

quinta-feira, 12 de março de 2015

SORTE

SORTE
Elany Morais

Não, nunca me contaram que a sorte não era para todos. Jamais sofri um golpe de sorte. Mas ouço falar que muitas pessoas já foram pegas pelas pernas por ela. Às vezes, pelo simples fato de saber que alguém a possui, sinto-me agraciada, mesmo ela não sendo minha.

Acredito na sorte, embora eu não a tenho. Mas não há revolta, não. Ou será que ela mora comigo e eu não a reconheço? Se bem que todas as noite, o mundo se veste em uma capa preta e, num abrir e piscar de olhos, eu o esqueço, mas quando o sol abre os olhos, tudo volta de novo, da mesma forma como foram  todos os outros dias. Será isso sorte minha? Agora, penso que  o não aparecimento de alguém que desarrume as coisas nem as tire do lugar, pode ser sorte minha, como também de todos.  Quando abro os olhos, as mesmas árvores, as mesmas rosas, o mesmo céu, o mesmo sol estão tudo como eu deixara.

Talvez o cruzamento daquelas velhas linhas seja a minha sorte, como pode ser também o meu desconhecimento do nada que me aguarda.


Caxias - MA, 11 de março de 2015.

Todos os direitos reservados a Elany Morais


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