Sou educadora e escritora

terça-feira, 3 de junho de 2014

PERSISTÊNCIA

PERSISTÊNCIA
Elany Morais

Duas notas. Dois passos. Sonhos quebrados. Braços soltos. Palavras escondidas. Mãos vazias. A porta se abria com um barulho reprimido. Tantas vezes foi aberta que já não era habilidade repetir tal feito. Habilidad...e mesmo era sondar e adivinhar os caminhos que se desenhavam no vazio.

Três passos. Uma coragem absurda. Sumir no vão da porta era uma exploração perigosa. O medo ficou sepultado na terra improdutiva. Difícil era partir. Foi pesado jogar o corpo para frente. Se assim não fosse, a vida secaria nas mãos.

Mãos acenando. Aspiração atormentava. Mundo largo à frente. Encanto transviado. Dúvidas cruzadas. Futuro incerto. Como se fosse o último adeus, partia com vícios imaculado. O peito enchia de ar convulso. Não era destino nem sina trazida desde de pequenino.

O choro não veio. O vizinho não viu. O sossego ruiu. um som murmurava a certeza do fim. Mas dias prósperos eram as esperanças.

Caxias - MA, 02 de maio de 2014.

Todos os direitos reservados a Elany Morais


2 comentários:

  1. O medo ficou sepultado na terra improdutiva.
    maravilhosa frase, o medo do deixa prostrados na esquina do conformismo.
    perdi tantas vezes não tentei o medo venceu no fim.
    que este medo seja sepultado!

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