CHATICE
Elany Morais
Sou tudo aquilo que se chama de chato. Pensando bem na forma concreta do
objeto chato, vejo que me faltam as formas arredondadas. Não sei se me
comprimiram ao me fazerem ou ao me conceberem, o certo é que me jogaram no
mundo, com um tamanho diminuído ou comprimido. Mas tudo bem, sou pequena e
chata. Gosto de tudo no lugar, mas no meu lugar. O seu lugar pode ser um mar de
confusão para minha mente complexa. Este
meu lugar pode não ser aqui, ali ou acolá, mas existe, é o meu lugar.
Por um descuido qualquer me jogaram excessos, deve ser por isso que sou
muito chata. É excesso disso, excesso daquilo. É isso mesmo, sou extremamente
excessiva. "Vixe Maria"!! Quanto excesso de SSS, são muitos, mas
ainda não estou saciada.
Se eu me chamasse Chatolina, talvez eu não me sentiria tão chata, embora
fosse. Mas não é só a chatice a minha
principal marca, ela disputa terreno
acirradamente, com a esquisitice. A minha normalidade pode ser, para
muitos, o fora do comum. E daí? Eu não
preciso me encaixar no achar os outros. Vou indo, seguindo... De forma
esquisita e chata.
Se por ventura, alguém quiser sentar comigo, fará muito bem em ser leve,
louco e rápido. Que não demore em meu
espaço, nem repita as notas da canção, pois meu coração de supetão pode ficar
cansado, entediado e correr para nunca mais ser alcançado.
Todos os direitos reservados a Elany Morais
Nenhum comentário:
Postar um comentário