Sou educadora e escritora

terça-feira, 11 de agosto de 2015

A CRIANÇA QUE HÁ EM MIM

A CRIANÇA QUE HÁ EM MIM
Elany Morais

Recuso-me a matar a criança que há em mim, portanto, ainda sou criança. Não se assuste se meus abraços não forem tímidos ou desconfiados. Gosto mesmo é de sentir a pessoa inteira em mim, sem rodeios, sem meios apertos... Sinto que ainda não perdi a vontade nem a capacidade de inventar mundos mágicos, de heróis, de céus sem balões em chamas, com sol, sem cinzas ou pós. Crio cenários de amores vividos, sem aquela de não serem correspondidos! Rio do que para os adultos não é nem será engraçado. Nunca encontro beleza nas atitudes ou em aparências superficiais. Gosto é de ver beleza de gente, com pele fina ou pele grossa que conta toda a história da vida que vive e sente. As possibilidades para mim são sempre grandes. Nada é estreito. Quando vejo o pássaro no céu, a alegria é tão grande que dá aperto no peito.

Não nego que, às vezes, tenho atitudes de gente grande, quero entender o mundo que me rodeia, mas dou meia volta e me deixo girar nessa grande bola que guarda todas as pessoas, com sentimentos que as incendeiam. Como guarda não sei. Talvez seja melhor não saber, aliás, é melhor não compreender, do contrário, poderia não haver meios de como se viver. O que vale mesmo é deixar-se encantar com o brilho das estrelas, com o sol, em seu raiar, com as águas do mar iluminadas pelo reflexo lunar.

Hoje sei identificar a criança e o adulto que há em mim. Quando vejo o mundo cinza, é o adulto que acaba de acordar de seu sono agoniado, então rezo para a criança despertar, pois só assim, o mundo ganhará novas cores, nova vida com novos sabores.

Caxias- MA, 11 de agosto de 2015.

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