Sou educadora e escritora

sábado, 15 de agosto de 2015

SABER DIZER NÃO

SABER DIZER NÃO

Elany Morais


Eu era dependente dos adjetivos, ou melhor, eu era escrava deles, por isso, eu me apropriava dos verbos até  a exaustão. Mas nos últimos tempos, descobri que se desrespeitar para agradar os outros não traz felicidade. Agora posso experimentar o prazer de saber dizer não.
 É questão cultural o desejo de sermos agradáveis  aos olhos de outrem, de sermos bons, amáveis, solícitos, mas nunca ouvir e atender primeiro as nossas necessidades. Nunca queremos ser feios para ninguém, é até suportável ser feio para si, mas para os outros, jamais.

 Nunca me orgulhei de ser reservada, de ter poucos amigos próximos, de economizar palavras orais. Para mim, bacana mesmo era ser sociável, ter facilidade de fazer muitos amigos, ser extrovertido ... Mas com minha prática de ser gente pensante, pude constatar  que posso ser perfeitamente eu na minha imperfeição, que posso ser considerada antipática, sem me custar nenhum desgosto. Quantas vezes eu emprestava algo, com a certeza de nunca mais ser restituída, mas eu dava um nó no coração e me desfazia do objeto para todo sempre, somente para não dizer NÃO para alguém que nem era amor de meu coração exigente!

Tive a sorte de descobrir que ser verdadeiro consigo mesmo diminui os falsos amigos e aumenta nossa felicidade. Uma coisa é certa: é impossível ter muitos amigos, se somos bons para nós mesmos. Não dar para servir dois senhores. Mas diante disso, também pude comprovar o seguinte: os únicos amigos que nos sobram são, de fato, os verdadeiros.


Caxias - MA, 15 de agosto de 2015.

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