JULGAMENTO
Elany Morais
É puro quem diz que nosso amor é impuro? É certo que
se eu não me enlaço em ti e tu em mim,
caímos na imoralidade. O mundo que nos culpa e
nos pune é um deserto escuro. Então eu te abraço, porque com braços ou
se braços não há como não sofrer. Se tu não me tocas, de qualquer forma, o
mundo me afrontará. Sendo assim, afrontaremos juntas o desamor, o amargor e fel
de quem não sabe amar. O que não percebem é que nossos corpos nasceram para
celebrar o amor que vive em nós, sem regras, sem fronteiras, sem fórmulas e sem
roteiro pronto. E se para o mundo isso é uma fronta, eu só espreito a luz terna
que nele se apagou.
Enquanto olhos lançam-nos desprezos, eu te bebo e tu
matas a minha sede. Por que hei de me abandonar por causa dos abandonados pelo
prazer de amar? Enquanto lábios maldizem o meu amor, eu te beijo e tu me
beijas, rente a minha pele. Enquanto o mundo nos cobre de vergonha, tu me
despes e eu te cubro com meu corpo, que não tem medo de viver o que se sonha.
As línguas vociferam ao meu redor, então, eu me
deito sem medo e sem culpa do meu defeito. Enquanto vozes bravejam, eu me faço
sonho teu, e tu te deitas no peito meu, plena de felicidade por o amor que
entre nós aconteceu.
Caxias - MA, 2 de agosto de 2015.
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