Sou educadora e escritora

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

JULGAMENTO

JULGAMENTO
Elany Morais

É puro quem diz que nosso amor é impuro? É certo que se eu não me enlaço  em ti e tu em mim, caímos na imoralidade. O mundo que nos culpa e  nos pune é um deserto escuro. Então eu te abraço, porque com braços ou se braços não há como não sofrer. Se tu não me tocas, de qualquer forma, o mundo me afrontará. Sendo assim, afrontaremos juntas o desamor, o amargor e fel de quem não sabe amar. O que não percebem é que nossos corpos nasceram para celebrar o amor que vive em nós, sem regras, sem fronteiras, sem fórmulas e sem roteiro pronto. E se para o mundo isso é uma fronta, eu só espreito a luz terna que nele se apagou.

Enquanto olhos lançam-nos desprezos, eu te bebo e tu matas a minha sede. Por que hei de me abandonar por causa dos abandonados pelo prazer de amar? Enquanto lábios maldizem o meu amor, eu te beijo e tu me beijas, rente a minha pele. Enquanto o mundo nos cobre de vergonha, tu me despes e eu te cubro com meu corpo, que não tem medo de viver o que se sonha.

As línguas vociferam ao meu redor, então, eu me deito sem medo e sem culpa do meu defeito. Enquanto vozes bravejam, eu me faço sonho teu, e tu te deitas no peito meu, plena de felicidade por o amor que entre nós aconteceu.


Caxias - MA, 2 de agosto de 2015.

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