O que me cabe sem
aperto? A vida esmaga-me com força descomunal. Meus olhos não esticam coisa
alguma, nem mesmo o por do sol. Isso é incontornável. O que dói samba no meu
peito e nada me empurra para o mar. Fui presa pelas ciladas da vida. Talvez meu
hoje não seja tão sujo, mas minha visão não se dilata. Recusa tem sido meu
feitio e rejeitar a magia da vida é não caber em parte alguma.
Já quis tanto
precisar da vida. Deve ser bonito querer viver forte. Mas há em mim algo de
covarde, a fazer-me pouco para tudo. Mas de qualquer forma, às cegas, vou
sendo, mesmo que incompleta e insuspeita
Elany Morais
Elany Morais
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