Depois de mais um voo, meu Eu volta para MIM,ferido, machucado, de asa quebrada. Eu o acolho, acalento-o, restabeleço-o. Afago-o nos meus braços, a preservá-lo de tantos declínios, de tantos enganos, de tantas desventuras, de tantas mágoas, de tantas angústias...Ele não sabe existir sem amar, sem sonhar, sem fantasiar, sem tentar de realizar o impossível, de querer atingir o inatingível.
Meu Eu não considera seus limites, suas verdades limitantes, suas fraquezas incapacitantes. Tem memória débil, sofre de aguda anemia, não teme os corações traiçoeiros, não teme o chão movediço, o buraco sem fundo e os males do mundo.
Nada o impede de cair plácido em promessas de amores eternos, de vida a dois, de pés colados, lenços dobrados. Mas chora na volta para o seio que lhe guarda, sem aprender a conjugação do verbo sofrer.
Nas suas desventuras, lamenta a vida de tormento, mas não recusa sorrisos, afagos, beijos e abraços, mesmo que custe dor, desamor até ficar nesse torpor de quem não sente no peito dormente uma grande dor.
Elany Morais
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