Sou educadora e escritora

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

MEU PRIMEIRO AMOR

MEU PRIMEIRO AMOR
Elany Morais

Que bom que o primeiro amor  não determina o futuro dos que ocuparão o maior número possível  das posições ordinais!

Meu primeiro amor foi um vendaval no deserto. Todos os grãos de areia procuravam abrigo em meus sensíveis olhos. Lembro perfeitamente quanto tempo durou. Mas enquanto durava, eu guerreava com a dor. A decepção nocauteava a admiração. É incrível esse poder que nossa mente tem de guardar somente aquilo que lhe convém.

Quando eu cursava a sétima série do ensino fundamental, eu não sabia que, no nosso estômago, ocorria festa ácida, e que meu coração se tornaria especialista cego em amar. Era aquele amar sem pressa de acabar. Pois bem, vamos ao que interessa. Nesse período, percebi que o amor era uma sentença de morte lenta. O castigo maior era sofrer e não querer retroceder. Não desistir do espinho que furava a pele até os ossos. Sentir saudades do grito. Reivindicar o fel. Enfim, autorizar o padecer.

Quando esse primeiro amor estava se despedindo á sua maneira, meus olhos já estavam prontos para brilharem novamente. O coração já se ajustava. Vestia-se com vestes novas. Arrumava o salão, floria a passagem para novos convidados.

Um certo dia, quando acordei, vi que este amor de asas escuras, havia aberto a janela e voado pelos ares com toda sua escuridão, com todas as suas flechas envenenadas, ah, ah!! E assim, findou-se o primeiro amor.

Caxias - MA, 07 de agosto de 2014.

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