Sou educadora e escritora

terça-feira, 19 de agosto de 2014

EDUCAR NÃO É BATER

BATER NÃO É EDUCAR
Elany Morais

É indiscutível que a criança é um ser em constante desenvolvimento, em constante aprendizado. E, sendo criança, a contestação e a desobediência fazem parte do comportamento normal dela. Já no que concerne aos pais, estes têm como função e obrigação educá-las. Portanto, tem o dever de ensinar aos filhos os limites. Crianças que crescem sem limitação ou com excesso de limites, jamais serão adultos saudáveis. Infelizmente, atualmente temos muitos adultos com sérios problemas comportamentais, em decorrência da ausência de limites
e outros com excesso de limites. A questão discutida aqui é a forma como esses limites são estabelecidos. Por isso, esse é um assunto bastante
controverso. De um lado, pais que defendem "a palmada pedagógica", do outro; educadores que discordam de tal atitude.
Mas a pergunta que não quer calar: É possível educar uma criança sem castigos físicos? sim, é possível educar sem bater, mas para isso é preciso rever valores. É preciso reaprender a educar, ou seja, trocar a palmada por espaços para conversar, dialogar sem agressividade, algo que não desqualifique a criança, mas a faça refletir sobre o seu comportamento. É bom destacar que para aprender determinados comportamentos, a criança apanha, ela se habitua a aprendizagem por punição e quando há o desejo dos pais de dialogar, esse espaço já foi perdido.
Atualmente, vê-se pais bastante inseguros diante dos filhos. Isso é muito preocupante porque as crianças são capazes de perceberem esta insegurança, principalmente, no que se referem a posturas, condutas e valores. Não se pode negar que este fato é desastroso para a educação dos jovens. É necessário que os pais demonstrem firmeza e determinação na instrução dos filhos e para isso precisam questionar o próprio aprendizado. É certo que adotar tal atitude não é tarefa fácil. Mas deve-se rejeitar qualquer forma de castigo físico. Mesmo que não seja graves agressões. Jamais aceitar a justificativa e incentivo de que bater é uma forma saudável de educar. Dessa forma, os filhos poderão ter seus comportamentos melhorados pela mediação dos pais que se tornam facilitadores da aprendizagem e cuidadores que promovem o crescimento físico, mental emocional e social porque são pessoas que estão dispostas a educar com amor.
Por questões culturais, muitas pessoas não conseguem entender que o normal é educar sem violência. Penso não ser exagero considerar a palmada um ato de covardia, pois há uma imensa desproporcionalidade entre a criança e o adulto. Por isso, é possível afirmar que a surra( palmada) é uma forma de violência contra a criança. É perceptível que ela até serve como forma de controle, mas a criança entenderá que os pais sempre perderão o equilíbrio diante da desobediência dela. É nesse momento que ela perceberá a falta de conhecimento e de firmeza dos seus cuidadores. Vale ainda destacar que esse descontrole será aprendido, assimilado pelo filho e reproduzido nas futuras gerações. Em vista disso, faz-se necessário romper com esse comportamento anacrônico, desfazer-se desse vínculo cultual perverso.
Por fim, acredito ser importante uma mudança de comportamento dos pais em relação aos filhos. É preciso que os pais aprendam uma nova forma de educar que não seja pelo caminho da violência. Sou a favor do carinho, do afeto, da presença, dos cuidados constantes, do bom exemplo e da autoridade firme que estabelece limites através do diálogo e respeito pelos direitos dos filhos.

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