Sou educadora e escritora

terça-feira, 5 de agosto de 2014

AQUELA CONVERSA

AQUELA VELHA CONVERSA
Elany Morais

Conversávamos sobre o assunto de sempre: o medo! Mas naquele momento, veio-me à lembrança de que eu já não temia mais a nada. Independente de qualquer situação. Os horrores desses tempos já havia anestesiado meu temor. Não existia medo de perder felicidade, pois não havia essa de mais feliz ou menos feliz. Então, eu não tinha medo de nada. Nem do grito noturno, nem sequer da flecha envenenada da pessoa amada.

Nem do abandono no meio do nada. Já foi aquela batida do coração receoso de ver o bem, o prazer voar pela janela sem promessa de volta. A ausência já foi meu bicho-papão. O prejuízo da perda secava meus olhos, por noites a fio. Mais isso, era no passado.

Assim é a vida: compensar-te-á com muitos dias, se um pouco de medo tiveres. Que sarcasmo! Ela gosta de te ver tremer, de engolir amargo, com olhos na máxima extensão. Mas solto minhas larvas de rebeldia, secando-me de qualquer medo ou devoção. Agora sim, não tenho medo de nada nem mesmo da solidão.

Caxias - MA, 05 de agosto de 2014.

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