Elany Morais
Levanto cedo, faço minhas anotações. Ponho o computador a postos para ver as notícias do dia. Entre os acontecimentos sociais, penso encontrar algum que me sirva de alento. Mas enquanto leio, vem-me a sensação de que estou assistindo ao filme " Jogos Mortais." No mesmo instante, lembro-me de um caso de assassinato não solucionado. Então, interrompo a leitura, fico com os olhos parados no ar, a pensar se devo recorrer mais algumas páginas na internet, para saber como ficou tal situação. Porém, logo me vem a consciência de que no Brasil, as ocorrências violentas sempre se encerram com café e leite. Nunca terminam preto no branco, mas sim, preto com branco.
Tudo bem. Tudo bem? Nada! A curiosidade, ou mesmo a esperança de um bem maior faz-me continuar a busca por informações. Um fio de esperança se agarra em mim: algo de bom pode ter ocorrido em algum lugar. Corro aos blogs jornalísticos com frenesi, minha boca fica seca diante dos assombros presenciados por meus olhos, que crescem de tamanha perplexidade diante do comportamento desumano dos que deveriam ser humanos.
De pronto, sou assaltada por uma interrogação. Pergunto-me:
- Será que no país todo só acontecem crimes? Ou será que os noticiários só têm interesse em divulgar as desgraças humanas? Se for a segunda opção, então, violência, crimes geram riqueza para alguém. Daí, é uma teia que se desfia lançando tudo e a todos. Falta alguma coisa no homem. Ou alguma coisa nele já existiu, mas se perdeu quando a ganância bateu a sua porta com uma voz sedutora, a fazer mil promessas de vida ostensivas.
Enfim, paro a leitura. Vou brincar de fazer poesias, porque, no mundo, ganhou voz e vez a dor, enquanto, jogam uma pedra em cima do único sentimento responsável pela nossa permanência nessa terra, o amor.
Caxias - MA, 02 de janeiro de 2014.
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