DE VOLTA ÀS AULAS
Elany Morais
Só mais alguns fechar
e abrir de olhos, já será hora de retornar, não só para a escola ou sala de
aula, mas voltar para lares partidos, quebrados e desestruturados. Logo,
apresentar-se-ão a minha face uma rede relações conflituosas e amigáveis. Nela,
encontrar-se-ão: espíritos carentes de afetos, revoltas sobre as mãos, gritos
frenéticos, vozes caladas, olhos atentos, gestos indiferentes, toques
amáveis... Dentro de um turbilhão de personalidades, de diferenças, de emoções
e pensamentos, lá estará eu, tentando manter a ordem, centrando minha responsabilidade
no ato de conduzir os educandos ao um processo de compreensão do funcionamento
da nossa "Última Flor do Lácio."
Não é doce sair e
retornar ao universo da sala de aula. Ao sair, perde-se vínculos, abandona-se o
que parece ter sido seu por longa data, mas, ao retornar, abraça-se, novamente,
sempre os mesmos espinhos, os mesmos medos, as mesmas impotências, aos mesmos
desgostos, aos mesmos fracassos...
São duzentos dias de
ida e vinda, de fim e recomeço, de tentativas e acertos, de entusiasmos e apatias,
de cansaços e esperanças. É uma luta quase infinita, é uma guerra sem trégua, é
um perde-e-ganha, é um toma lá-da-cá... Nesse cenário, cantamos, dançamos,
brigamos ( com nós e com os outros), amamos, odiamos, perdoamos, separamos,
juntamos... É um casamento de muitos, onde dividir á a regra básica. É para
esse mundo que estou, por muito pouco, retornando. A apreensão me visita,
querendo saber o que de novo me espera, porém, ainda não me foi concedido o dom
de adivinhar, por isso, sé m resta esperar.
Caxias- MA, 21 de
janeiro de 2015.
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