Sou educadora e escritora

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

EGOÍSMO
Por Elany Morais

Essa de se agarrar no existir faz o egoísmo ganhar formas desproporcionais, tornando-o ilimitado. O temor do abandono pela existência é a raiz de uma luta incessante, em que tudo vale para não deixar de ser seja lá o que for. Mas não basta apenas existir, há em nós, o desejo ambicioso e astronômico de viver com mares, sem dores. Queremos muito, queremos tudo sem perder nada. As privações são nossas ameaças mais potentes, são nossos eternos fantasmas, “nada pouco camarada”.
O bem estar no existir é nosso ouro mais almejado. Por isso nos valemos de qualquer ação, na tentativa de usufruir uma existência repleta de alegrias e prazeres. Mas apesar de tantos esforços egoístas, a ingratidão da vida nos atinge, empurrando-nos para o inevitável. É disso que provém nosso egoísmo doentio de querer ser, estar,  viver com prazer, independente de cabeças pendidas, de sangue vertendo das veias alheias, de olhos aflitos, de bocas convulsas...
É o egoísmo que exalta, alimenta e fortifica nossa vaidade. Esta, na certeza da fonte insecável, adquire o poder de existir nas mais diferentes formas, seja disfarçada de boa moça, ou oculta -sempre num invólucro de humildade.
Inútil. Tudo é inútil. Ninguém escapa da inexistência ou de um existir com dores, ilusões ou desilusões .Tudo é apenas presunção que veio na embalagem humana.


Caxias- MA, 02 de setembro de 2015.


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