Sou educadora e escritora

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

ENCONTRO


Nas andanças de minha alma vagante,todas as faces transcorriam por mim como o voo do beija-flor.E meu ser vibrante vertia loucura por todos os poros,no desejo desenfreado de encontrar o encaixe do túnel ainda em aberto.Vivia no conflito da espera.
  Agora vomito sem receio que ela era eu,não sei se era minha versão melhorada,algumas vezes,eu caia no abismo da incerteza dessa versão aprimorada.O espelho deixou de ser necessário para fitar o que era apenas visível superficialmente.
  Todos os nosso pontos internos se entrelaçaram rapidamente.Nossas inconstâncias deram-se as mãos.Saímos de braços dados pelo mundo da incompreensão,da inacessividade...
 Fomos vagando pelo  mundo perfeito da fantasia,do amor,da prosa,da poesia...Da vida além,aquém,dos encontros inesperados,impensados,mas desejados.
 As horas para nossos eus não existiam na sua limitação.Era um delirar aqui,ali,acolá.Eram risos descompensados,rasgados,descuidados,livres,impudicos.Eram choros vibrantes,angustiantes...Era o encontro das dores das almas errantes,perdidas,sedentas,desejosas do amor eterno,perfeito,mas sem jeito para a inexistência do imperfeito.Eram idas e voltas,tentativas de encaixe,de lacre,de invasão,de morada na habitação de duas almas encontradas em suas supostas eternas moradas.
 
Elany Morais
 
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Um comentário:

  1. Boa tarde Elany, sua personagem padece de profunda inquietação, por que a dualidade da nossa materialidade, se apresente em seu ser com uma fluidez muito maior do que é habitual na maioria dos seres humanos, e isto a inquieta profundamente, na busca de identificar qual dos vários mundos que sua alma vislumbra, é o mais adequado para o seu ser viver, parabéns pelo seu eloqüente poema, que encanta em profundidade, pelo aprendizado que me passa, um grande abraço, MJ.

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