Sou educadora e escritora

terça-feira, 27 de agosto de 2013

DIA PLANGENTE

 
 
  
Poderia ser um dia como todos outros.Mas ele trazia sua singularidade teimosa.Formas disformes assaltavam-me à vista.E eu ficava ali,com um aperto indecente no peito.Um peso sobre minha cabeça denunciava a minha imobilidade diante do meu querer negado,surrupiado e levado para diante do meu ser carente,dependente de um pequeno instante de alegria e paz.
  Eu não pedia muito.Eu só queria aconchegar minhas certezas em meu seio cansado,desespardo de esperar o que poderia não chegar.
  Tento me concentrar nas lembranças do passado,mas um pouco de sufoco me assoma e cala minha boca com pensamentos totalmente loucos.Por longo tempo,permaneço parada,sentindo tudo e não sentindo nada.Uma sede de voar,de fugir,de sumir monta em meu meu corpo,que agorora parecia alado,mas permanecia parado,afogado nas lembranças que nem eram do passado.
  Eu não acreditava no que via.Eu não fugia.Eu tentava salvar uma vida sofrida em turbilhão de agonias.
 Eu poderia preencher meu templo,sem lamento,sem tormento,mas eu não sabia correr daquele pensamento macilento,com cheiro de tormento,com gemidos de lamento.Eu podeia preencher,mas eu deixei vazio.
 Por um instante,senti que minha vida é esse laço de fita,com nós frágeis,frouxos,com motivos poucos que só sabem  e sentem os que são verdadeiramente loucos.

E ,finalmente,quando o vento cessa,o sol se aplaca e volta para sua direção que é o verde da plantação,meu medo vem.Eu desafaleço,na certeza de que não existe livre arbítrio.Não escolhi uma vida inclemente que me lança dores plangentes no meu peito dormente me tornando demente.
  
Elany Morais
 

Todos os direitos reservados a Elany Morais
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário