Com olhos perdidos na imensidão do mar,minha alma persegue a finitude sem medo.O coração vítreo não mais se colore. De dias a existência está farta. A crença na magia infinita, sem dor, empalideceu. No peito, cacos brilhantes chocalham sangue inquieto.Todas as manhãs são escuras e frias.Todos os sonhos já foram esfacelados. A solidão evoluiu, casou-se com o vazio existencial. Meus passos dançam em descompassos.
Minha mente, sem cuidado, deletou acreditar. Não há mais linhas nem entrelinhas. Meu juízo tornou-se indiferente a tudo. Cinzas são o que me preenchiam. Ficou o caco em declive. Meu ser não mais se prende à linha tênue. Minhas viagens são frustrantes e delirantes. A força da finitude sempre esteve enraizada nas minhas entranhas estranhas .Não quero consertar pleonasmos. As chamas banharam-se em neves. O cantar é um monótono. As vozes são monólogos insanos .Os trovões perderam a sua linguagem sacudida. O barulho é triste. O ar não mais instiga. O tormento tem peso de morte. As palavras dizem que o fim chegou.
Elany Morais
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