EIS A QUE SE ARRASTA
Elany Morais
Alegria não dói. Porém, é curta, apressada. Fala tudo de uma vez só. Mas sua rival é comprida. Ela dói. Arrasta-se nos pedregulhos peitorais. Faz sempre os olhos perdidos banharem-se no mar salgado, gota à gota. Vive sempre a serviço de destruir as vitrines dentais. É uma faca que fere, o grito mudo, o andar em descompasso, o canto engasgado, a discreta agonia, sonho esquecido, ouvidos que dormem, instante impreciso, riso sombrio, riso inútil, vida estreita, artista anônimo, morte em casa, paraíso inexistente, socorro sem clemência, mãe efêmera, improdigalidade filial e, por fim, a tristeza é o abafamento da alma.
Caxias -MA, 14 de abril de 2014.
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