ABANDONO
Elany Morais
Era noite. Chuva forte. Os raios zombavam do meu temor. No peito, o vazio à beça. Pedir socorro era a salvação, talvez. As lágrimas acordaram no desespero. Brotavam uma a uma. Mas elas pareciam mudas. Os olhos acend...iam chamas. A dor gritava. Queria sair, partir. O choro veio, mas a compaixão não veio. Nenhuma mão, nenhum coração, nenhum desejo de amparo.
O peito partia-se, o lamento se ouvia, mas o consolo não havia. A voz querida não vinha, a compreensão não chegava, e o tempo cumpria seu papel para uma alma que se desesperava. Era uma vida que se esvaia, mas o outro não percebia. Era o auge do desespero, mas o desdenho do próximo não perdia o
ensejo.
Caxias- MA, 05 de abril de 2014.
Miguel Jacó Boa tarde Eminente poetisa Maranhense Elany Morais, seus versos são viscerais, e por mais que eu perca a sensatez, e por alguns instante chegue a pensar que a vida tem algo de afável a nos oferecer, lendo este seu contexto poético retroajo a realidade nua e crua, e preparo o couro para os solavancos que me esperam neste frágil, e extremamente complexo exercício de viver, parabéns pelo contundente poema, um forte abraço deste seu fã de sempre, MJ.
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