Sou educadora e escritora

domingo, 16 de fevereiro de 2014

NOVOS TEMPOS

É nauseante esse tempo de peleja: o coração se estreita. O amor apodrece antes de amadurecer. Máscaras são festejadas com regalos e glórias. O sangue é poluído pela irracionalidade. O cérebro em estado de coma, atrofia-se. A insaciabilidade torna-se fio infinito. A juventude é sequestrada dos prazeres da vida com maior brevidade.  As folhas secas da ilusão não são movidas. Os desejos dos amantes são desérticos. As sombras são abandonadas pela luz. A noite candidata-se a musa dos corvos. As memórias são invernos desprezados. O sossego é transfigurado na face da melancolia. O sono encontra-se esvaziado de prazer. Raízes já não se encontram. Os deuses não justificam as desesperanças. As festas são de fogos. Os jogos são mortais. Olhos nenhum não mais fitam um futuro manso. Enfim, hoje é tempo em que pessoas assumem formas apenas de paisagem.

Elany Morais

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