Sou educadora e escritora

domingo, 9 de fevereiro de 2014

INQUIETUDE INDOMÁVEL

Nos bosques fechados, sentindo o frescor da sombra, fechei os olhos para melhor sorver o perfume das folhas que me reverenciavam. Por embevecimento, perdi o caminho. Corri. Enlouquecida, corri. A imagem do meu desejo formou-se à minha frente. Todas as flores dançavam, bailavam diante de mim, formando-se uma sinuosa corrente.

Sucumbindo-me na minha pequenez, tropecei nas flores, cravando os espinhos nos meus pés nervosos. A efemeridade da paz lançava-me a inquietude. Os caminhos fechavam-se  para minha indomável procura. Mesmo assim, corri. Corri pela paisagem que não era larga nem abundante. Nem mesmo o céu sereno refletia o infinito das passagens abertas.

Eu poderia deter-me na imobilidade azul, revestir-me do templo branco e puro, mas não. Meus pensamentos fixavam-se nas sombras tristes dessa confusa existência. Sempre de braços dados com as terras ásperas, sem enxergar a calma do céu azul.

Que destino! Meu espírito inquieto casa-se, sem defesa, com a paisagem escura. Assim, vou apodrecendo, na busca da estabilidade da calma, que tanto meu ser almeja.

Elany Morais
 
Todos os direitos reservados a Elany Morais

Um comentário:

  1. Boa tarde Eminente poetisa Elany Morais, disse o apostolo paulo em uma das passagens Bíblicas, "eu preciso morrer,para que o outro nasça em mim", parece tosco,mas é bem assim mesmo, não temos como preservar o nosso viço egóico,e crescermos em espirito simultaneamente, a regra é a seguinte, vamos definhando em corpo, para irmos nos robustecendo em espirito, parabéns pelo seu eloquente poema,um grande abraço deste seu fã de sempre, MJ.

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