VISÃO ONÍRICA
Lá eu era vivente alado. Não havia noite nem dia. Tudo era impreciso entre a tristeza e a alegria. Nenhuma canção tinha início ou fim, faces se aproximavam ao mesmo tempo que corriam de mim. Os sons possuíam vozes surdas, estradas se estreitavam com línguas enormes e mudas. Para meus olhos não havia estranheza porque minha memória não guardava feiura ou a cobiçada beleza.
Neste mundo aberto, mar não sei se existia, mas meus cabelos molhavam com um líquido que com frequência subia. Com as mãos espalmadas, pontos brilhantes eu pegava, a luz era tão forte que meus olhos encadeados cegavam. Lá, cabeça nem todo mundo tinha, muitos viravam ao avesso ; outros não sabiam o que lhes convinha.
O tempo, lá, nunca encontrava um ínfimo espaço, pois relógios não contavam minutos de quanto durava um abraço. A angústia e o tédio, neste ambiente, não nasciam nem mesmo se renovavam porque muitos de suas dores não sabiam.
Ninguém ousou cantar o instante porque tempo não existia, ninguém chorava horrores, pois desconhecida era a agonia.
Elany Morais
Lá eu era vivente alado. Não havia noite nem dia. Tudo era impreciso entre a tristeza e a alegria. Nenhuma canção tinha início ou fim, faces se aproximavam ao mesmo tempo que corriam de mim. Os sons possuíam vozes surdas, estradas se estreitavam com línguas enormes e mudas. Para meus olhos não havia estranheza porque minha memória não guardava feiura ou a cobiçada beleza.
Neste mundo aberto, mar não sei se existia, mas meus cabelos molhavam com um líquido que com frequência subia. Com as mãos espalmadas, pontos brilhantes eu pegava, a luz era tão forte que meus olhos encadeados cegavam. Lá, cabeça nem todo mundo tinha, muitos viravam ao avesso ; outros não sabiam o que lhes convinha.
O tempo, lá, nunca encontrava um ínfimo espaço, pois relógios não contavam minutos de quanto durava um abraço. A angústia e o tédio, neste ambiente, não nasciam nem mesmo se renovavam porque muitos de suas dores não sabiam.
Ninguém ousou cantar o instante porque tempo não existia, ninguém chorava horrores, pois desconhecida era a agonia.
Elany Morais
Todos os direitos reservados a Elany Morais
Nenhum comentário:
Postar um comentário