Sou educadora e escritora

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

INSÔNIA

INSÔNIA
 
Tudo cansa! Cansa-me querer ser interrompida no meio do nada, mas o sino da segurança segura sua voz para não me proteger.


É sempre assim: no meio da noite, sou assaltada por meus olhos que cismam em não querer se conformar com a escuridão. A luz brilha em minhas pupilas, mas o silêncio traz consigo a solidão. De coragem preciso para por meus pés em movimento, levanto quase vazia de qualquer emoção ou sentimento.

Levanto, com passos preguiçosos. O arrastar dos calçados traz-me de volta a vida. Sento-me ao redor da mesa, sorvo alguns goles de café, completamente sozinha no mundo. O relógio olha para  mim, com a palavra presa na garganta. Vejo o tempo seco e rico. Rico de nada. Nada que me cubra, nada que me preencha. Ponho-me a contar uma historieta para mim. História sem personagens!

Volto ao canto dos desprazer. É o cenário onde se ensaia a morte todas as noites. Tento mais um ensaio, sem êxito algum. Desejo uma tragada de fumaça, mas nem isso me permito. É isso mesmo, não me permito a antecipação da subida ao firmamento. Assim, quedo-me com os olhos fixos no teto, onde existe tudo, inclusive o nada.

Elany Morais
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