Sou educadora e escritora

domingo, 25 de maio de 2014

GENTILEZA AGONIZANTE

GENTILEZA AGONIZANTE
Elany Morais

Indiscriminadamente, fizeram uso da borracha, apagaram tudo, até mesmo a gentileza. Os passos apressaram-se. As tarefas oculares dobraram-se. Agora temos um circo sem palhaço. A língua se promoveu para o maldizer. O doce se desgastou, virou cinzas. Nenhuma palavra que nos salva. Nenhuma rosa ofertada, nenhum riso emprestado. Agora, gentileza é luxo de alto valor. Favores se fundiram com as obrigações. Agradecimento tornou-se desimportante. Um abraço transmutou-se em veneno de Judas, beijos casaram-se com o vazio de caminhos incertos. Apertos de mãos ficaram para a próxima estação. Um olhar é o tempo comendo o lucro dos avarentos.

Tudo muda, tudo se apaga, hoje, a gentileza é motivo para desconfianças, para fuga desenfreada. Elogios fizeram alianças com as adulações, assinaram contrato com interesses escusos. Afagar o ego alheio é atestar a inferioridade do reconhecedor. É, realmente tudo está ao contrário. Então, pare e pegue suas tintas e pinte gentilezas em seus passos, cante gentilezas nas primeiras horas do dia.

A gentileza pede socorro!

Caxias -MA, 26 de maio de 2014
Todos os direitos reservados a Elany Morais

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